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Publicada em 17 de Dezembro de 2024 às 17:06

RS deve crescer 3,1% em 2025, projeta Fecomércio-RS

Equilíbrio fiscal, mão de obra qualificada, juros e câmbio altos são desafios para o próximo ano

Equilíbrio fiscal, mão de obra qualificada, juros e câmbio altos são desafios para o próximo ano

andressa pufal/especial/jc
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Bárbara Lima
Bárbara Lima Repórter
O Rio Grande do Sul deve crescer 3,1% em 2025, acima do esperado para a economia brasileira. Em 2024, a economia gaúcha deve registrar uma expansão de 4%. A previsão foi feita pela Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) nesta terça-feira (17), em coletiva de imprensa. A entidade estima que a economia brasileira também desacelere no próximo ano, passando de um crescimento de 3,5% em 2024 para 2,5% em 2025.De acordo com a Fecomércio-RS, os principais desafios serão relacionados às contas públicas, ao câmbio e aos juros altos e à falta de mão de obra. A entidade projeta que a inflação fique em torno de 5%, com tendência de permanecer elevada em 2026 e 2027. Por conta desse cenário, o Banco Central deve elevar a taxa Selic, que pode atingir 14,25% até o final de março. O presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, destacou que os resultados positivos de crescimento este ano e o alto nível de empregabilidade (com desemprego em torno de 6%) são fruto de reformas realizadas no passado, como as reformas trabalhista e previdenciária. "Essas mudanças impactaram positivamente a economia. Para o próximo ano, o desafio da economia brasileira segue sendo a questão fiscal. Enquanto não houver compromisso genuíno, a dívida pública vai continuar a crescer", enfatizou Bohn.Apesar do bom momento da economia, o consultor econômico da Fecomércio-RS, Marcelo Portugal, alerta que, após um bom primeiro trimestre em 2025, a tendência é de que o ano termine com recessão. "O Banco Central saiu na frente, dizendo claramente que vai combater a inflação com a Selic. O que precisamos saber é se o governo vai ajustar os gastos públicos ou se as políticas monetária e fiscal seguirão descoordenadas", observou Portugal. Segundo ele, o agronegócio será o principal motor da economia no início do ano. "O cenário que temos é de quatro anos em que o PIB (Produto Interno Bruto) cresce e o desemprego cai. Vamos continuar nessa trajetória positiva, mas nossa perspectiva é que, ao longo do ano, haverá deterioração no quadro econômico. Já observamos esses indicadores quando analisamos o que está acontecendo com a bolsa", destacou.Durante a coletiva,  Bohn reforçou a posição da entidade contra projetos que aumentam as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para setores da economia. "Este ano, o Estado arrecadou R$ 5,5 bilhões a mais do que em 2023. Quando a economia cresce, a arrecadação aumenta. A arrecadação se fortalece com uma economia pujante", afirmou. Ele também defendeu a necessidade de uma reforma administrativa para poupar recursos públicos. "É uma demanda urgente da sociedade", ponderou.Sobre a jornada 6x1, que está em debate no Congresso Nacional, Bohn destacou que a Fecomércio-RS é contra alterações na lei e defende que as negociações devem ser feitas por meio de acordos coletivos, de acordo com o segmento da economia. "Acreditamos que essa matéria não corresponde à realidade do mercado. A dificuldade de mão de obra qualificada prejudica a oferta de bens e serviços, e a medida não é compatível com a tendência de jornadas mais curtas, como a de quatro dias", afirmou.
O Rio Grande do Sul deve crescer 3,1% em 2025, acima do esperado para a economia brasileira. Em 2024, a economia gaúcha deve registrar uma expansão de 4%. A previsão foi feita pela Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) nesta terça-feira (17), em coletiva de imprensa. A entidade estima que a economia brasileira também desacelere no próximo ano, passando de um crescimento de 3,5% em 2024 para 2,5% em 2025.

De acordo com a Fecomércio-RS, os principais desafios serão relacionados às contas públicas, ao câmbio e aos juros altos e à falta de mão de obra. A entidade projeta que a inflação fique em torno de 5%, com tendência de permanecer elevada em 2026 e 2027. Por conta desse cenário, o Banco Central deve elevar a taxa Selic, que pode atingir 14,25% até o final de março.

O presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, destacou que os resultados positivos de crescimento este ano e o alto nível de empregabilidade (com desemprego em torno de 6%) são fruto de reformas realizadas no passado, como as reformas trabalhista e previdenciária. "Essas mudanças impactaram positivamente a economia. Para o próximo ano, o desafio da economia brasileira segue sendo a questão fiscal. Enquanto não houver compromisso genuíno, a dívida pública vai continuar a crescer", enfatizou Bohn.

Apesar do bom momento da economia, o consultor econômico da Fecomércio-RS, Marcelo Portugal, alerta que, após um bom primeiro trimestre em 2025, a tendência é de que o ano termine com recessão. "O Banco Central saiu na frente, dizendo claramente que vai combater a inflação com a Selic. O que precisamos saber é se o governo vai ajustar os gastos públicos ou se as políticas monetária e fiscal seguirão descoordenadas", observou Portugal. Segundo ele, o agronegócio será o principal motor da economia no início do ano. "O cenário que temos é de quatro anos em que o PIB (Produto Interno Bruto) cresce e o desemprego cai. Vamos continuar nessa trajetória positiva, mas nossa perspectiva é que, ao longo do ano, haverá deterioração no quadro econômico. Já observamos esses indicadores quando analisamos o que está acontecendo com a bolsa", destacou.

Durante a coletiva,  Bohn reforçou a posição da entidade contra projetos que aumentam as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para setores da economia. "Este ano, o Estado arrecadou R$ 5,5 bilhões a mais do que em 2023. Quando a economia cresce, a arrecadação aumenta. A arrecadação se fortalece com uma economia pujante", afirmou. Ele também defendeu a necessidade de uma reforma administrativa para poupar recursos públicos. "É uma demanda urgente da sociedade", ponderou.

Sobre a jornada 6x1, que está em debate no Congresso Nacional, Bohn destacou que a Fecomércio-RS é contra alterações na lei e defende que as negociações devem ser feitas por meio de acordos coletivos, de acordo com o segmento da economia. "Acreditamos que essa matéria não corresponde à realidade do mercado. A dificuldade de mão de obra qualificada prejudica a oferta de bens e serviços, e a medida não é compatível com a tendência de jornadas mais curtas, como a de quatro dias", afirmou.

Dólar alto beneficia exportação gaúcha, mas juros altos podem segurar investimentos



O câmbio elevado, que deve manter o dólar em torno de R$ 6, beneficia as exportações gaúchas, que vendem seus produtos em dólar, mas os juros altos podem frear a economia. "Esse valor alto do câmbio, que veio para ficar, favorece as exportações, mas há um custo", analisou Portugal.

Por conta dos juros altos para conter a inflação, Marcelo Portugal acredita que pode haver um declínio nos investimentos privados. "As expectativas dos empresários para os próximos 12 ou 24 meses estão se deteriorando. O empresário só investe se houver estabilidade. Com uma taxa de 15% e a inflação corroendo a renda real dos indivíduos, isso desestimula os investimentos. O pessoal vai ficar muito mais cuidadoso. Acredito que teremos investimentos crescendo pelo que já estava planejado, mas no segundo semestre deve haver mais cautela", avaliou Portugal.
Ele destacou ainda que a recuperação econômica após as enchentes foi rápida, mas os danos ao capital público e privado terão impactos a médio e longo prazo. "Tivemos perdas de infraestrutura pública, como pontes, escolas e hospitais, além de prejuízos privados para as empresas", explicou.

Para o comércio, embora 2024 tenha sido positivo devido ao impulso gerado pelos auxílios pós-enchentes às famílias, o ritmo não deve se manter no próximo ano. Já o setor de serviços, que foi um dos mais impactados pelas enchentes, tende a acelerar em 2025, impulsionado pela retomada econômica e pela base de comparação deprimida deste ano.
- Crescimento econômico RS:
2024: 4%
2025: 3,1%
- Crescimento econômico Brasil
2024: 3,5%
2025: 2,5%
- Projeção inflação para 2025: 5%
- Projeção dólar: R$ 6
- Projeção Selic: 14,25% até março de 2025

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