Alinhada com o atual panorama mundial, que busca medidas para atenuar as emissões de gases de efeito estufas e aumentar a eficiência energética, a refinaria Alberto Pasqualini (Refap) tem na sua atual carteira de investimentos um aporte previsto de cerca de R$ 1 bilhão em projetos de descarbonização. O montante deverá ser desembolsado no período de 2025 a 2030.
Questionada pela reportagem do Jornal do Comércio, a Petrobras, proprietária do complexo de Canoas, através da sua assessoria de imprensa, detalha que entre as ações previstas destaca-se a de eletrificação da maior turbina a vapor da refinaria, que deve reduzir em cerca de 10% a emissão de CO2. Também estão planejadas outras iniciativas para aumentar a eficiência energética da Refap e diminuir a emissão de dióxido de carbono pela queima de combustíveis fósseis, além do projeto para produção do óleo diesel R5, que contém 5% de produto renovável.
Outra meta avaliada pela refinaria é aumentar a sua capacidade de produção de diesel S10 (teor máximo de enxofre de 10 partes por milhão), que tem um impacto ambiental menor do que o óleo S500 (500 partes por milhão). Entre janeiro e outubro deste ano, a Refap produziu em torno de 2 milhões de metros cúbicos de diesel S10, representando um crescimento de aproximadamente 30% em relação ao volume atingido no mesmo período de 2023.
Hoje, metade do diesel produzido na refinaria gaúcha é S10, produção essa que varia de acordo com a demanda. E, segundo a Petrobras, a planta tem plena condição de incrementar sua produção de S10 para atender à necessidade do mercado. Outra medida que representará um investimento relevante na Refap será a parada programada das unidades de Destilação (DEST), Craqueamento Catalítico Fluidizado (FC) e Coque (combustível fóssil sólido) prevista para ocorrer no segundo trimestre de 2025.
Além dos aportes no segmento de refino, outra ação da Petrobras que interessa ao Rio Grande do Sul é a perspectiva de perfuração de poços de prospecção de petróleo na Bacia de Pelotas (área que envolve toda a costa gaúcha, se estendendo do Sul de Santa Catarina até a fronteira com o Uruguai). A estatal é operadora de 29 blocos exploratórios nessa região.
Conforme o Plano de Negócios 2025-2029 da companhia, a empresa pretende efetivar 25 poços, nesse período, na chamada Margem Sul e Sudeste (que assim como Pelotas, engloba as bacias de Santos, Campos e Espírito Santo). O investimento em exploração estimado pela Petrobras nessas áreas, nos próximos cinco anos, é de R$ 3,2 bilhões. O Plano de Negócios 2025-2029 da estatal projeta um aporte total de US$ 111 bilhões, sendo US$ 98 bilhões na Carteira de Projetos em Implantação e US$ 13 bilhões na Carteira de Projetos em Avaliação, composta por oportunidades com menor grau de maturidade e sujeitas a estudos adicionais de financiabilidade antes do início da execução.