O ministro viajou nesta quinta-feira (14) para São Paulo, onde deve ter compromissos oficiais. Ele se desloca para o Rio no próximo sábado (16), já em preparação para a agenda do G20.
Nos últimos dias, auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e técnicos do governo já consideravam possível o novo adiamento do anúncio. Com explosões ocorridas na praça dos Três Poderes na noite de quarta-feira (13), integrantes do governo descartam anúncio nesta semana.
Segundo um integrante da equipe econômica, "não tem nem clima" para divulgar o pacote de medidas após o episódio, que ainda está sob investigação das autoridades.
Nesta quinta, a ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) lamentou o episódio em sua conta no X, antigo Twitter. "No ataque à democracia, os 'lobos' nunca são solitários. Há, sempre, um 'apito' a encorajá-los. O que aconteceu ontem na Praça dos Três Poderes foi mais um sinal de alerta de que, enquanto permanecerem esses 'apitos', a luta democrática não permite qualquer tipo de trégua. ", escreveu.
Na tarde de quarta, Haddad disse que ele e a equipe ainda teriam uma reunião com Lula naquele dia para discutir as medidas. "Mas eu não sei se há tempo hábil [para anunciar nesta semana]. Se o presidente autorizar, anunciamos, mas o mais importante: assim que ele der autorização, nós estamos prontos para dar publicidade aos detalhes do que já está sendo dito aqui", afirmou.
Na ocasião, o ministro não quis responder qual será o impacto do pacote nas contas públicas, mas afirmou que o valor é "expressivo" e indicou que os efeitos serão percebidos no curto e no médio prazo, pelo menos até 2030.
O princípio que norteia as medidas é que as despesas sigam a mesma regra do arcabouço "ou alguma coisa parecida com isso, mas que atenda ao mesmo objetivo", segundo Haddad.
O limite de despesas do arcabouço fiscal é corrigido anualmente pela inflação mais uma taxa real entre 0,6% e 2,5% -o valor exato depende da variação das receitas.
O ministro não quis detalhar se o salário mínimo será uma das políticas que passará a acompanhar a regra de correção do arcabouço. Como mostrou a Folha de S.Paulo, essa medida já está no radar do governo e tem uma economia estimada em R$ 11 bilhões entre 2025 e 2026.