A retomada das atividades no Centro Histórico de Porto Alegre foi discutida por empresários dos setores imobiliário, gastronômico, cultural e de economia criativa e pela Secretaria de Planejamento e Assuntos Estratégicos durante o o Menu POA da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA) realizado nesta terça-feira (20) no Palácio do Comércio. Para Cezar Schirmer, secretário municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos, a retomada do Centro Histórico de Porto Alegre, a prioridade da prefeitura é transformar o Centro Histórico, em algo vivo, ativo e economicamente mais forte. "O nosso propósito é transformar Porto Alegre num destino turístico relevante com atrativos para o público na área da cultura, gastronomia e do lazer", destaca.
Segundo Ana Fagundes, produtora de Live Marketing e Consultora em Economia Criativa, o Centro de Porto Alegre é muito desenvolvido e diferenciado e tem uma série de opções na área cultural e de gastronomia. "Como toda a grande cidade ele tem que ser trabalhado e a gente vinha num processo de desenvolvimento muito bacana. Porém, a enchente de maio prejudicou todo o processo", ressalta. De acordo com Ana Fagundes, o Centro Histórico é pulsante e se consegue caminhar com segurança em locais como a rua Andradas e curtir as diversas atrações, por exemplo, da Casa de Cultura Mário Quintana", destaca.
Emerson Maicá, empresário ligado ao setor de gastronomia e cultura, apontou que o Centro da Capital depende do administrativo - escritórios e funcionários públicos. "Desde a pandemia da Covid-19, o Centro não havia se recuperado. O home office desmantelou o Centro Histórico na questão do movimento. "Precisamos trazer equipamentos e serviços para o Centro da cidade que potencialize a arte, a cultura e a gastronomia. "Temos que trazer outras pessoas de outros bairros para o Centro - e não só quem apenas mora ou trabalha na área central", acrescenta. Para Maicá, o porto-alegrense de modo geral tem preconceito com o Centro Histórico.
Já Kleber Sobrinho, fundador da Recons Retrofit, disse que mais de 50% dos imóveis vendidos no Centro são JK e apartamentos de um dormitório. Um levantamento da prefeitura aponta a existência de duas mil salas comerciais disponíveis para locação e cinco mil imóveis residenciais para alugar ou vender. "A gente precisa de mais gente no Centro. O nosso trabalho será trazer os porto-alegrenses de outras regiões da cidade para o Centro Histórico", afirma.
Schirmer salientou também que os grande atrativos de Porto Alegre estão no Centro Histórico, ou seja, nas áreas da gastronomia com seus bares, restaurantes e o Mercado Público, na cultura, na arquitetura e no patrimônio histórico. Conforme o secretário de Planejamento e Assuntos Estratégicos, a enchente de maio paralisou diversos projetos do governo municipal. "Passado esse momento das enchentes, estamos concluindo o financiamento internacional de US$ 1 bilhão para o Centro Histórico e para o 4º Distrito com a recuperação de prédios históricos, de ruas e calçadas", destaca.
Conforme Schirmer, o que dá vida ao espaço urbano são as pessoas e as pessoas vão atrás de atrativos de diferentes naturezas. "E quem pode estabelecer esses atrativo é a iniciativa privada mais do que o poder público. Queremos o apoio dos empresários para que as pessoas se desloquem para o Centro ", acrescenta.
A presidenta da ACPA, Suzana Vellinho Englert, disse que os gaúchos passaram por momentos muito difíceis com as enchentes de maio que atingiram o Rio Grande do Sul e Porto Alegre. "Uma corrente de união e esforços do poder público e da sociedade estão em processo para retomar a economia e a vida em comunidade. Estamos em processo de recuperação", ressalta. Segundo ela, a Associação Comercial liderou uma comitiva de entidades que foram a Brasília na busca dos recursos financeiros, e que até o momento não chegaram. "Esses recursos são vitais para apoiar os empreendedores na retomada e continuação de seus empreendimentos", destaca.