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Publicada em 05 de Julho de 2024 às 19:14

Oderich, no Caí, retoma algumas linhas fabris, mas cenário segue desafiador

Sede histórica em São Sebastião do Caí foi fortemente atingida pelas cheias de maio e do ano passado no RS

Sede histórica em São Sebastião do Caí foi fortemente atingida pelas cheias de maio e do ano passado no RS

Oderich/Divulgação/JC
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Bárbara Lima
Bárbara Lima Repórter
Com 115 anos de fundação, a empresa familiar Oderich, com a matriz localizada em São Sebastião do Caí, enfrenta um dos seus maiores desafios: os efeitos das enxurradas de maio. A planta, que já havia tido prejuízo material de R$ 40 milhões com as enchentes do ano passado, ainda nem conseguiu contabilizar todos os estragos desta vez. A paralisação das operações também está causando problemas. Apesar disso, algumas linhas fabris já foram retomadas.
Com 115 anos de fundação, a empresa familiar Oderich, com a matriz localizada em São Sebastião do Caí, enfrenta um dos seus maiores desafios: os efeitos das enxurradas de maio. A planta, que já havia tido prejuízo material de R$ 40 milhões com as enchentes do ano passado, ainda nem conseguiu contabilizar todos os estragos desta vez. A paralisação das operações também está causando problemas. Apesar disso, algumas linhas fabris já foram retomadas.
"Agora, em maio, o Rio Caí subiu quase dois metros a mais, o que representou uma coluna de até quatro metros de água em alguns pontos da indústria. O prejuízo material relativo a esta catástrofe de maio e junho, pois fomos atingidos novamente, ainda está em levantamento, mas o valor do prejuízo será maior que antes", relatou Thomas Oderich, do marketing e relações institucionais da empresa.
Thomas revela que, apesar de algumas linhas de produção já terem sido retomadas, muitas ainda estão aguardando reparo de máquinas e equipamentos. "As atividades de produção na nossa
principal planta ficaram mais de um mês suspensas para sanitização, realização de reparos e readequação de layout que ainda está em andamento, algumas linhas já conseguimos retomar, outras será necessário reposição de maquinário." Ele contou também que os escritórios administrativos da empresa, que ficam em outra localidade da cidade, foram atingidos. 
Mesmo as áreas que não foram atingidas por estarem em locais mais elevados da empresa tiveram o funcionamento comprometido, por conta de danos em estrutura civil e elétrica, geradores, captação de água, caldeiras, painéis eletrônicos, perda de estoque de produto acabado, matéria prima, insumos,
rótulos e embalagens. "Muitos dos nossos fornecedores gaúchos também foram atingidos e outros não tem condição de suprir nossa demanda a curto prazo. Há também o fato de que a maior parte dos equipamentos e peças são importados e a complexidade do conserto e vinda das peças de reposição é morosa", afirmou.
De acordo com o relações institucionais, a empresa está sofrendo com ruptura de produtos nas gôndolas dos mercados, mas não são todos. "Outros não vão faltar porque são feitos nas fábricas de Pelotas e Goiás. A nossa fábrica em Eldorado do Sul, no entanto, foi atingida por água no pátio e ficou ilhada e sem acesso por muitos dias", acrescentou Thomas. 
A Oderich tem um quadro de 2,3 mil funcionários. Somente nas duas unidades do Caí são 1,1 mil. "Mais de 80% da cidade ficou embaixo da água, logo, a situação passada por muitos funcionários é desesperadora. Estamos todos numa grande corrente do bem, viabilizando apoio e doações", disse. 

Thomas contou, ainda, que os estragos e danos foram vistos pessoalmente pelo ministro da Reconstrução do RS, Paulo Pimenta e sua comitiva. "Esperamos que os recursos e subvenção que estão sendo
prometidos pelo governo federal realmente cheguem logo na ponta. Há muito a ser feito e um socorro aos empreendedores atingidos é essencial para que consigam se reconstruir e manter suas atividades e empregos, caso contrário diversas empresas e, por consequência, o nosso Estado irá sucumbir", enfatizou.
Sobre as verbas liberadas pelo BNDES através de linhas de crédito, ele considerou que é necessário agilizar o processo, pois o dinheiro ainda não chegou. "Necessitamos desburocratizar para suprir a queda
abrupta de faturamento que será ainda mais sentida a frente quando terminarem os estoques. Em um nível mais macro, um projeto e sua real execução de solução para contenção dessas cheias em todo Estado necessita sair do papel. Somente o governo federal tem condições e verba, proveniente, em boa parte, da alta carga tributária", considerou. 

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