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Publicada em 19 de Abril de 2024 às 14:48

Três regiões gaúchas saem na frente por fábrica de torres eólicas da Nordex

Nordex e governo alinhavam condições para a instalação do complexo

Nordex e governo alinhavam condições para a instalação do complexo

MAURÍCIO TONETTO/PALÁCIO PIRATINI/DIVULGAÇÃO/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
De Hamburgo, AlemanhaCom o intuito de abastecer a cadeia eólica do Rio Grande do Sul com equipamentos e componentes, a alemã Nordex assinou nesta sexta-feira (19), em Hamburgo, um memorando de entendimento com o governo estadual. Inicialmente, tendo as condições favoráveis de mercado, a companhia deve implementar uma fábrica de torres eólicas de concreto no Rio Grande do Sul, que deve ficar na Campanha (possivelmente Bagé), ou na Fronteira Oeste, no Litoral gaúcho (provavelmente em Osório ou Santa Vitória do Palmar).
De Hamburgo, Alemanha

Com o intuito de abastecer a cadeia eólica do Rio Grande do Sul com equipamentos e componentes, a alemã Nordex assinou nesta sexta-feira (19), em Hamburgo, um memorando de entendimento com o governo estadual. Inicialmente, tendo as condições favoráveis de mercado, a companhia deve implementar uma fábrica de torres eólicas de concreto no Rio Grande do Sul, que deve ficar na Campanha (possivelmente Bagé), ou na Fronteira Oeste, no Litoral gaúcho (provavelmente em Osório ou Santa Vitória do Palmar).
Uma planta dessa natureza gera, usualmente, cerca de 200 empregos, pode ser erguida entre 12 a 15 meses e o investimento em um complexo como esse é estimado entre R$ 30 milhões a R$ 50 milhões. A maioria desses empreendimentos de grande porte precisam ir superando etapas graduais para acabarem sendo concretizados e o mesmo acontece com a Nordex. Depois de ter informado ao Jornal do Comércio no ano passado, em Porto Alegre, durante o evento Wind of Change - Encontro de investidores em Hidrogênio Verde e Eólicas Offshore/Nearshore, a sua intenção de instalar uma fábrica de torres de concreto no Estado, agora mais um passo foi dado com o acordo com o governo. O acerto busca apontar ações que possam ser tomadas para que a unidade seja materializada.

O diretor de grandes contas da Nordex, Fernando Tamayo, diz que um dos mecanismos que pode facilitar a instalação de empreendimentos eólicos no Rio Grande do Sul, e por consequência também projetos relacionados a essa cadeia, são incentivos tributários. De acordo com o executivo, o Estado, que sofreu no passado com a carência de conexão com o sistema elétrico nacional, agora tem uma sobra de capacidade para escoar a energia produzida, o que se configura como um diferencial competitivo.
"Acho que nos próximos anos vamos ver mais atividade eólica no Sul", prevê Tamayo.
Ele explica que, normalmente, a concepção de uma planta de torres eólicas prevê uma operação temporária. Ou seja, terminada a construção das usinas para as quais esses itens são destinados, a perspectiva é de desativação do complexo. "Mas, no Nordeste temos uma fábrica que seguiu produzindo por muitos anos. O importante é ter demanda, mas se a damanda cai e aparece em outro lugar, a gente transporta a unidade para outro local", detalha o representante da Nordex.
Já o governador Eduardo Leite argumenta que o prazo para a instalação de uma fábrica de torres de concreto no Estado ou de outros componentes vai depender da velocidade que futuros parques de energia eólica comecem a ser construídos no Rio Grande do Sul. "O Estado tem dezenas de projetos (eólicos), com estudos e licenciamentos prévios", recorda o governador. No entanto, ele adverte que para esses empreendimentos saírem do papel, as usinas precisam contar com um preço competitivo para terem sua geração de energia comercializada.
Leite reforça que o documento assinado nesta sexta-feira busca desenvolver a cadeia produtiva da área eólica no Rio Grande do Sul, com a fabricação de materiais e equipamentos voltados para esse segmento. "Nós trabalhamos a partir das torres de concreto como uma oportunidade, mas abrindo possibilidades para a produção de outros componente", ressalta.
Por sua vez, o diretor do Sindicato das Indústrias de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul(Sindienergia-RS), Guilherme Sari, reitera que há muito tempo o setor eólico gaúcho busca atrair indústrias do segmento para o Estado. No entanto, em meados da década passada por, entre outros motivos, problemas de atraso em obras de transmissão, essa meta foi prejudicada. "A indústria acabou indo para o Nordeste e a gente (Rio Grande do Sul) está em um momento de retomada", finaliza o dirigente.

SOBRE O GRUPO NORDEX

* HISTÓRIA: fundada em 1985 na Dinamarca, com posterior mudança para Hamburgo, onde permanece sua sede global. Em 2016 fundiu-se com a espanhola Acciona S.A., dando origem ao Grupo Nordex.
* Nº DE FUNCIONÁRIOS: 10 mil (mundo), mais de 1.200 no Brasil
* FATURAMENTO: € 6,5 bilhões no mundo (2023)
* INVESTIMENTOS: o Grupo atingiu € 131 milhões em 2023. O valor previsto era de € 200 milhões.
* ÁREA DE ATUAÇÃO: desenvolvimento, fabricação, gestão de projetos e manutenção de turbinas
eólicas onshore. A empresa é uma das maiores fabricantes mundiais de turbinas eólicas.
Em mercados selecionados, o Grupo Nordex também opera como desenvolvedor de projetos para parques eólicos. Em instalações de produção na Alemanha, Espanha, Brasil, EUA, Índia e México, o Grupo produz nacelas, pás de rotor e torres de concreto.
* ATUAÇÃO GEOGRÁFICA: Presente em 15 países. No Brasil, o Grupo Nordex atua desde 2013 e possui 1 mil aerogeradores instalados em um total de 19 parques eólicos distribuídos por cinco estados brasileiros.
Fonte: Governo do Estado.

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