Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 09 de Março de 2024 às 15:39

Mulheres ainda recebem 79% dos salários dos homens

Brasil também é o quarto país com menor porcentual de mulheres no ensino superior

Brasil também é o quarto país com menor porcentual de mulheres no ensino superior

TÂNIA MEINERZ/JC
Compartilhe:
Agência Estado
O Brasil é um País marcado por profunda desigualdade de gênero, revela a pesquisa Estatísticas de Gênero, Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no Dia Internacional da Mulher deste ano. Apesar de haver uma ligeira melhoria em alguns indicativos, o sexo feminino está em grande desvantagem em relação ao masculino. A situação é ainda pior para as negras.Embora sejam maioria entre os formados na faculdade, as mulheres recebem 79% do salário dos homens. Isso ocorre porque, entre outras coisas, costumam trabalhar expedientes menores porque perdem quase dez horas a mais do que seus parceiros em tarefas domésticas não remuneradas.Outro indicador importante de um quadro de grande desigualdade é o Brasil ser o 133º no ranking de presença feminina no Parlamento, atrás de países como Bolívia e Senegal.Entre a população com 25 anos ou mais, 35,5% dos homens não tinham instrução ou só possuíam o fundamental incompleto, ante 32,7% das mulheres, segundo os números de 2022. Já a proporção de pessoas com nível superior completo foi de 16,8% entre homens e 21,3% entre mulheres.
O Brasil é um País marcado por profunda desigualdade de gênero, revela a pesquisa Estatísticas de Gênero, Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no Dia Internacional da Mulher deste ano. Apesar de haver uma ligeira melhoria em alguns indicativos, o sexo feminino está em grande desvantagem em relação ao masculino. A situação é ainda pior para as negras.

Embora sejam maioria entre os formados na faculdade, as mulheres recebem 79% do salário dos homens. Isso ocorre porque, entre outras coisas, costumam trabalhar expedientes menores porque perdem quase dez horas a mais do que seus parceiros em tarefas domésticas não remuneradas.

Outro indicador importante de um quadro de grande desigualdade é o Brasil ser o 133º no ranking de presença feminina no Parlamento, atrás de países como Bolívia e Senegal.

Entre a população com 25 anos ou mais, 35,5% dos homens não tinham instrução ou só possuíam o fundamental incompleto, ante 32,7% das mulheres, segundo os números de 2022. Já a proporção de pessoas com nível superior completo foi de 16,8% entre homens e 21,3% entre mulheres.

Comparação

Em comparação com outros países membros da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil não aparece bem. É o quarto com menor porcentual de mulheres no ensino superior, com menos da metade do alcançado pela média da OCDE (53,8%). Para se ter ideia, na Coreia do Sul, primeira do ranking internacional, o porcentual de mulheres com superior completo é de 60%.

Cuidados e afazeres

No Brasil, em 2022, as mulheres dedicaram aos cuidados de pessoas e/ou afazeres domésticos quase o dobro de tempo que os homens (21,3 horas contra 11,7). "Esse número é basicamente o mesmo ao longo da série histórica, desde 2016, dez horas de diferença para as tarefas não remuneradas", disse Bárbara Cobo, pesquisadora do IBGE. "A situação é pior no Nordeste e entre pretas e pardas."

Rendimento 

As características de inserção no mercado de trabalho também afetaram o rendimento das mulheres que, em 2022, foi equivalente a 78,9% do rendimento dos homens. Entre pessoas com deficiência, a desigualdade foi ainda maior, com mulheres recebendo cerca de 72% do rendimento dos homens.

A desigualdade de rendimentos era maior entre profissionais das ciências e intelectuais, grupos nos quais as mulheres receberam 63,3% do rendimento dos homens. Entre os diretores e gerentes, as mulheres receberam 73,9% do rendimento dos homens. 

Notícias relacionadas