Nova regulamentação de compartilhamento de postes deve sair neste ano

Empresas de energia e de telecom utilizam estrutura em comum para instalação de cabos

Por Jefferson Klein

Fios emaranhados geram poluição visual nas cidades
Um antigo imbróglio entre os setores de energia e de telecomunicações, o compartilhamento dos postes de luz para os fios das empresas que atuam nos dois segmentos, será atenuado com regras mais claras a partir de 2024. Uma regulamentação conjunta da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve ser aprovada nos próximos meses, conforme informa o Ministério das Comunicações.

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RGE intensificará mutirões para corte de fios inservíveis

A maior distribuidora do Rio Grande do Sul, a RGE, que atende a mais de 3 milhões de clientes em 381 municípios gaúchos, pretende aumentar o número de mutirões feitos em sua área de concessão para retirar dos postes os cabos em desuso ou irregulares. No ano passado, a concessionária de energia realizou 125 ações dessa natureza, que totalizou a remoção de cerca de nove toneladas de cabos de telecom inservíveis que estavam pendurados em postes espalhados por 53 municípios na área atendida pela distribuidora.
O gerente de relacionamento com o poder público da RGE, Cristiano Pires, recorda que as iniciativas envolveram agentes como as empresas de telecom, prefeituras e Ministério Público e foram desenvolvidas em cidades como Santa Maria, Caxias do Sul, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, entre outras. O integrante da distribuidora considera que, muitas vezes, as pessoas por desconhecimento da questão do compartilhamento, atribuem somente às companhias de energia a culpa pelo emaranhado de fios nos postes e pela poluição visual que isso acarreta.
Sobre a autonomia da distribuidora de energia para cortar fios que não lhe pertencem, Pires comenta que isso é possível apenas em situações específicas como, por exemplo, o risco iminente de acidente. “Em outros casos, cabe a nós notificar a empresa proprietária do ativo para que faça a devida adequação técnica no período máximo de 30 dias”, assinala o gerente da RGE.
Pires afirma que a atualização das normas de compartilhamento é algo positivo para os agentes envolvidos com a questão. “Nós estamos na expectativa da homologação do novo regramento que vai direcionar ações mais específicas e abrangentes no sentido de responsabilidades das empresas”, conclui o dirigente.