Uma pesquisa realizada pela Datafolha para a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) apontou que 46% dos sulistas pretendem contratar algum tipo de seguro em 2024. O maior interesse por parte dos entrevistados é de adquirir plano ou seguro de saúde (32%). Os demais produtos (seguro de vida, seguro de invalidez, seguro funeral, seguro doenças graves, plano de previdência privada e seguro prestamista) geram em torno de 20% de interesse cada. Nacionalmente, a intenção de fechar algum pacote de seguros sobe para quase 60%.
Ademais, o levantamento também revelou que 48% dos participantes no Sul já possuem algum seguro
e/ou previdência privada. No caso dos planos de previdência privada, a parcela de respondentes que já possuem chega a 11%. A principal motivação é garantir uma reserva para o futuro (64%).
e/ou previdência privada. No caso dos planos de previdência privada, a parcela de respondentes que já possuem chega a 11%. A principal motivação é garantir uma reserva para o futuro (64%).
Quanto a seguro de vida, 26% dos entrevistados na região já o possuem. Entre as principais motivações para isso estão experiência com a Covid-19 e mudança na estrutura familiar (20%, ambos). Quando o assunto é seguro funeral, regionalmente, 26% já contrataram o serviço, sendo os principais motivos a morte de um amigo ou parente (37%) e a experiência com a Covid-19 (14%).
Para o seguro prestamista (modalidade de seguro que cobre o valor total ou as parcelas de empréstimos e financiamentos), 10% dos respondentes contrataram o serviço por conta do cartão de crédito (25%), de empréstimo pessoal (15%) e de empréstimo consignado (15%).
De acordo com o presidente da Fenaprevi, Edson Franco, a porcentagem da população que tem previdência privada ainda é baixa. "As causas são várias, a própria renda das famílias, a falta de cultura de longo prazo e de educação financeira de maneira geral também explicam esse comportamento. Podemos dizer, como setor, que nosso maior desafio é aumentar a população protegida", refletiu.
Um ponto alto da pesquisa, na visão dele, foi mostrar para o entrevistado que existem produtos para cada uma das preocupações que ele relatava. "A partir do momento em que a pessoa toma conhecimento da cobertura específica do produto, o interesse e a intenção de contratação é bem elevado. Isso confirma que há produtos para as demandas auto declaradas, que o consumidor ainda desconhece grande parte dos produtos e que é preciso orientação com uma venda consultiva, e utilização de linguagem clara."
64% dos sulistas não sabem quanto receberão de aposentadoria
O levantamento evidenciou que 64% dos sulistas não sabem quanto receberão depois de se aposentar, mas a maioria acredita que terá que economizar. Entre as pessoas que não estão aposentadas, quatro em cada 10 entrevistados contam com o INSS como fonte de sustento ao se aposentar. Outras fontes como reserva financeira (26%), venda ou aluguel de imóveis/ bens (14%) e plano de previdência (11%) também são importantes.
"Tais dados indicam que, no imaginário de grande parte da população, a aposentadoria se dará com recursos da previdência pública, mas poucos sabem se o valor será suficiente para ter uma vida digna e que atenda às suas necessidades. Aqui há um importante trabalho a ser feito, de conscientização da população e, principalmente, que motive as pessoas a terem uma visão de longo prazo", considerou Franco.
A idade que os respondentes mais idealizam para se aposentar é até 60 anos (58%). No entanto, apenas 29% das pessoas acreditam que irão conseguir descansar nessa idade. 14% disse, ainda, que não pretende parar de trabalhar nunca.
Além disso, o levantamento apontou que no Sul 69% dos entrevistados têm metas definidas para um dos períodos avaliados, maior parte para mais de um período. Na Região, o mais comum é pensar em metas para 12 meses (54%). Dos 69% que definiram metas, cerca de 38% responderam que poupam para atingir os objetivos.
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Quatro anos após Covid-19, 43% não se sentem preparados para esse tipo de situação
A pandemia de coronavírus também provocou mudanças de hábitos. Segundo o levantamento, quatro em cada 10 entrevistados tiveram sua vida financeira afetada pela Covid-19. Apesar disso, quatro anos após o inicio da doença, 41% dos entrevistados no Sul não se sentem preparados para situações inesperadas como essa; 29% sentem-se parcialmente preparados e 30%, totalmente preparados.
Nos casos inesperados, o medo de não conseguir pagar despesas de saúde é o principal entre os itens perguntados na pesquisa (19%). Já deixar a família desamparada em caso de falecimento ou doença, perder o emprego e não conseguir se sustentar por problema de saúde são outras ameaças que também preocupam os entrevistados do Sul (19%)
De acordo com o levantamento, poupar ainda é a principal forma de prevenção. Também há uma tendência entre os entrevistados de que, para evitar que eventos indesejados aconteçam, haja uma ação direta como estudar, não perder o emprego e cuidar da saúde. Os seguros tendem a ser mais citados para falta de condições de realizar um enterro e entre quem tem medo de não conseguir fazer tratamento médico.
Metodologia
Foram 2008 pessoas entrevistadas no geral, sendo 315 no Sul. Nos três estados da Região, a Datafolha entrevistou 50% de homens e mulheres na faixa de 45 anos, com renda familiar média R$ 5.208. A maior concentração de pessoas entrevistadas pertence à classe C (52%), seguida de AB (28%) e DE (21%). Para a Região Sul, foram 28% de entrevistados nas capitais e regiões metropolitanas e 72% no interior.
A pesquisa foi feita de forma quantitativa com abordagem pessoal em pontos de fluxo populacional, distribuídos geograficamente nas áreas pesquisadas. As entrevistas foram realizadas entre os dias 10 e 20 de julho de 2023. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%. No Sul, a margem sobe para 6 pontos.