Com 343 empresas gaúchas aderindo ao mercado livre (no qual o usuário pode escolher de quem vai comprar a energia, não ficando restrito à distribuidora local), o Rio Grande do Sul foi o segundo estado brasileiro com o maior número de migrações no primeiro semestre deste ano, atrás somente de São Paulo, com 1.009. E a expectativa é que esse ritmo continue acelerado e que se diversifique os segmentos que adotam essa modalidade de contratação.
De acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), nessa primeira metade de 2023, os segmentos gaúchos que mais buscaram essa alternativa foram os de comércio, serviços e a indústria de manufaturados diversos. Para o diretor da Siclo Consultoria em Energia Plinio Milano, a tendência é que mais áreas entrem no mercado livre, muito em breve.
Ele recorda que a possibilidade de migração, hoje restrita a consumidores com demanda contratada acima de 0,5 MW (ou combinação de unidades sob o mesmo CNPJ com esse patamar), será aberta para todos os consumidores da alta tensão (empresas que têm transformadores próprios) a partir de janeiro de 2024. Milano cita que essa situação permitirá que clientes como casas de espetáculo, oficinas, colégios, entre outros, possam optar por essa solução. Até junho, aponta a CCEE, o mercado livre no Rio Grande do Sul abrangeu um total de 3.197 companhias.
Milano enfatiza que um dos principais fatores que leva as empresas a migrarem para o mercado livre é a questão de custos. Tarifas mais elevadas das concessionárias no Rio Grande do Sul, como a RGE e CEEE Grupo Equatorial Energia, tendem a influenciar essa movimentação no Estado. Cada caso tem uma condição de preço, entretanto o diretor da Siclo calcula hoje, em média, uma economia entre 20% e 35% na conta de luz para quem adotar a migração.
Conforme o analista, o custo da energia, no ambiente livre, encontra-se atualmente muito baixo, já que os reservatórios das hidrelétricas estão cheios, proporcionando um valor competitivo para essa geração. Além disso, ele lembra que a demanda elétrica não está tão elevada, com o setor industrial sem registrar uma grande atividade. “É a lei da oferta e da procura, com o preço da energia ficando muito atrativo”, frisa. Milano acrescenta que essa redução dos valores da geração é percebida mais rapidamente no mercado livre, do que no cativo atendido pelas distribuidoras.


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