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Economia

Patrimônio

- Publicada em 25 de Maio de 2023 às 15:25

Unesco reconhece geoparques de Caçapava do Sul e da Quarta Colônia

O município tem a perspectiva de receber três vezes mais turistas a partir do selo

O município tem a perspectiva de receber três vezes mais turistas a partir do selo


Vallerio Pillar/DIVULGAÇÃO/JC
O Geoparque de Caçapava do Sul e da Quarta Colônia foram oficialmente reconhecidos pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e passam a ser certificados pelo selo Rede Mundial de Geoparques (GGN). A nomeação aconteceu durante a 216ª reunião do Conselho Executivo do órgão, em Paris. Com esta decisão, o Rio Grande do Sul tornou-se o estado brasileiro com o maior número de iniciativas desse tipo.
O Geoparque de Caçapava do Sul e da Quarta Colônia foram oficialmente reconhecidos pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e passam a ser certificados pelo selo Rede Mundial de Geoparques (GGN). A nomeação aconteceu durante a 216ª reunião do Conselho Executivo do órgão, em Paris. Com esta decisão, o Rio Grande do Sul tornou-se o estado brasileiro com o maior número de iniciativas desse tipo.
O selo Geoparques Mundial da Unesco foi criado em 2015 com o intuito de reconhecer o patrimônio geológico de relevância internacional. Dessa forma, esses espaços atendem às comunidades locais, combinando a conservação de seu patrimônio geológico com a divulgação pública e uma abordagem de desenvolvimento sustentável. Além dos novos geoparques gaúchos, temos outros três territórios brasileiros certificados: Araripe (CE), Seridó Geoparque (RN), e Caminhos dos Cânions do Sul (localizado entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina).
Em reunião da Unesco, ainda em dezembro de 2022, os geoparques Quarta Colônia e Caçapava receberam sinal verde. A apreciação dos relatórios realizados pelos avaliadores Ángel Hernandéz (Espanha) e Helga Chulepin (Uruguai), que participaram da missão na Quarta Colônia, e de Antonino Matencio (Espanha) e Mahito Watabane (Japão), avaliadores do geoparque Caçapava, foi feita durante encontro do Conselho Mundial de Geoparques e resultou na indicação positiva e recomendação de aprovação de ambos territórios como geoparques mundiais.
“A chancela da Unesco também é uma maneira de justificar que não cheguem a Caçapava do Sul intervenções deletérias do capital estrangeiro, que sejam prejudiciais ao meio ambiente da cidade. Nós queremos alternativas e iniciativas locais de desenvolvimento, principalmente através do turismo sustentável e do geoturismo”, expressa André Borba, professor da Ufsm e um dos responsáveis pelo Geoparque Caçapava.
O projeto Geoparque Caçapava é uma cooperação entre a Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Universidade Federal de Santa Maria (Ufsm) e a prefeitura do município. De acordo com Borba, a cidade da região sudeste do Estado sempre foi uma grande sala de aula para todas as ciências da terra e da vida, recebendo o título de Capital Gaúcha da Geodiversidade pela Assembleia Legislativa em 2015 (Lei Nº 14.708).
Segundo o Secretário de Cultura e Turismo de Caçapava, Stener Camargo, o município tem a perspectiva de receber três vezes mais turistas, conforme foi observado nas cidades que também receberam a certificação. "Esse aumento de visitantes, obviamente, vai demandar novos estabelecimentos comerciais, aquecendo o turismo da região e gerando novos empregos”, aponta. Além disto, o selo dá direito ao município captar recursos de fundos internacionais para o investimento no território.
Localizado na região central do Rio Grande do Sul, o Geoparque da Quarta Colônia abrange o território de nove municípios: Agudo, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, Ivorá, Nova Palma, Pinhal Grande, Restinga Seca, São João do Polêsine e Silveira Martins. Conforme consta no site da iniciativa, o espaço conta com “abundância de água dos nossos rios e de nossas cascatas, a raridade dos fósseis aqui encontrados que testemunham as mudanças ambientais do planeta nos últimos 250 milhões de anos e a diversidade cultural que resulta dos povos nativos e estrangeiros, formam um conjunto de características singulares no nosso território”.
A iniciativa é da Ufsm em parceria com o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia (Condesus Quarta Colônia). Essas duas entidades visam articular poder público, terceiro setor, empresas, educação, academia, entidades de pesquisa e comunidade em geral para a promoção de um desenvolvimento endógeno regional através de ações que promovam um turismo sustentável que valorize as características singulares acima citadas.