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Economia

INDÚSTRIA

- Publicada em 09 de Maio de 2023 às 18:37

Philip Morris pretende investir em fábrica no RS se Anvisa liberar cigarro eletrônico

A unidade da Philip Morris em Santa Cruz do Sul emprega 1,8 mil pessoas

A unidade da Philip Morris em Santa Cruz do Sul emprega 1,8 mil pessoas


Philip Morris/Divulgação/JC
De Neuchâtel (Suíça)
De Neuchâtel (Suíça)
O vice-presidente sênior da Philip Morris Internacional, Gregoire Verdeaux, que se reuniu com o governador Eduardo Leite durante sua visita à planta de Santa Cruz do Sul em março deste ano, afirma que a empresa pretende investir na unidade gaúcha. Mas com uma condição: a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) precisa aprovar a regulação dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), termo que inclui o cigarro eletrônico e o tabaco aquecido.

A informação foi divulgada durante evento da Philip Morris para jornalistas em seu centro de pesquisa e desenvolvimento Cubo, na cidade de Neuchâtel, na Suíça. “A Philip Morris tem interesse em investir em países que podem ser parceiros desta transformação a longo prazo. O Brasil é um caso muito atraente por causa da produção de tabaco (trata-se do maior exportador do mundo). Mas, no momento, até que o produto não seja aprovado no mercado doméstico, não pode ser uma opção”, avisa o executivo.

“Não faria sentido o Brasil ter uma fábrica de tabaco aquecido para exportar ao mundo inteiro e ser proibido no País. Esperamos um nível de debate e uma discussão moderna sobre regulação, que não é sobre tudo ou nada e sim sobre olhar as oportunidades. O Brasil tem 20 milhões de fumantes, essas pessoas merecem acesso a alternativas de forma regulada”, destaca. Atualmente, os cigarros eletrônicos são contrabandeados e não há uma fiscalização sobre a qualidade das substâncias nas composições.

A partir do momento que houver a regulação, a Philip Morris prevê o fim do cigarro tradicional em 10 anos no Brasil. O tamanho do mercado nacional, conforme Verdeaux, justificaria uma “proposta bastante ambiciosa”, embora não revele números. Por isso, ele sugere que os produtores de tabaco insistam em fazer o assunto chegar aos governantes.

Tommaso Di Giovanni, vice-presidente internacional de Comunicação da empresa, detalha que a fatia de mercado da Philip Morris é de 20% no Brasil. “Do ponto de vista de lucratividade, não é o mais lucrativo, mas tem potencial”, expõe. Ele reforça a especulação sobre a ampliação da fábrica de Santa Cruz do Sul, onde trabalham 1,8 mil pessoas, para elaborar todo portfólio da companhia, que inclui Malboro, L&M e Chesterfield. “Com a ampliação desses produtos (DEFs), temos que ampliar também a manufatura e a produção. Continuamos analisando oportunidades de investimento, inclusive no Brasil”, adianta.

A notícia interessa a cadeia produtiva no Rio Grande do Sul, que se concentra entre Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul. Bertrano Bonvin, presidente do departamento Heat not Burn (aqueça, não queime), usa adjetivos fortes para mostrar a relevância da região. “O produtor brasileiro é top no mundo, é primeira classe”, considera. Para a produção do tabaco aquecido, segundo Bonvin, os produtores são selecionados a dedo, pois exige técnicas diferentes de cultivo, uso de fertilizantes, armazenagem e cura.