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Publicada em 13 de Novembro de 2025 às 16:26

Por falta de pessoal, Multipalco vai interromper atividades a partir de janeiro

Multipalco do Theatro São Pedro

Multipalco do Theatro São Pedro

Diego da Maia/ Theatro São Pedro
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A Fundação Theatro São Pedro decidiu suspender a assinatura de qualquer contrato de locação de espaços do Multipalco para os espetáculos da temporada de 2026, que se iniciam em janeiro. A fundação informa que, apesar da grade de programação do primeiro semestre do ano que vem estar praticamente completa, nenhum documento será firmado entre a Fundação e os grupos artísticos e seus produtores, até que a Secretaria de Planejamento do Estado encaminhe à Assembleia Legislativa um projeto de lei que modifique o quadro de cargos e funções desta Fundação.
A Fundação Theatro São Pedro decidiu suspender a assinatura de qualquer contrato de locação de espaços do Multipalco para os espetáculos da temporada de 2026, que se iniciam em janeiro. A fundação informa que, apesar da grade de programação do primeiro semestre do ano que vem estar praticamente completa, nenhum documento será firmado entre a Fundação e os grupos artísticos e seus produtores, até que a Secretaria de Planejamento do Estado encaminhe à Assembleia Legislativa um projeto de lei que modifique o quadro de cargos e funções desta Fundação.
"Entre o final da pandemia e março deste ano, por decisão do governador Eduardo Leite, que garantiu os fundos necessários, realizamos e concluímos as obras físicas do complexo do Multipalco. Isso triplicou os espaços que vêm sendo utilizados pelas mais diversas atividades culturais e artísticas, sediando a Orquestra Teatro São Pedro, a Companhia da Ópera, a Orquestra Jovem, a ONG Sol Maior e os editais do IEACEN, além de todos os espetáculos sediados nos dois teatros inaugurados, o Olga Reverbel e o Simões Lopes Neto. Contudo, em mais de dois anos de tentativas, não conseguimos sensibilizar a Secretaria de Planejamento no sentido de reestruturar nosso quadro de cargos e funções. Triplicamos as atividades, mas somos menos que um terço dos funcionários em relação à época em que a covid nos obrigou a suspender nossas rotinas”, afirma Antonio Hohlfeldt, presidente da Fundação.
Para contornar as dificuldades da falta de mão-de-obra especializada - havia um diretor de teatro, mas agora são necessários três diretores, por exemplo -, a Fundação buscou a cedência de funcionários do quadro do Estado: “mesmo neste caso, levamos mais de dois anos para adequar a legislação que praticamente impedia a cessão de funcionários, tais os prejuízos e perdas pecuniárias que eles sofriam se se transferissem para a Fundação, situação que, felizmente, resolvemos em parte, com a modificação da lei, no primeiro semestre deste ano”, explica Hohlfeldt
Outra maneira de atender às necessidades de pessoal da Fundação foi a contratação emergencial. Após a covid e as enchentes do ano passado, técnicos de luz e som foram chamados. "O problema é que tais licitações têm validade por um ano, estão vencendo e não temos mais como alegar emergencialidade. Como vamos trabalhar sem técnicos de luz e som? Já alertei inúmeras vezes à Secretaria de Planejamento e Gestão, mas até agora, nada. Nos tratam como um segundo escalão do governo. A Cultura não interessa para os responsáveis pelo Planejamento do Estado. Então, vamos suspender nossas atividades, até porque é impossível receber os espetáculos sem este corpo especializado de funcionários."
"A Cultura é área marginalizada e aparentemente dispensável. Pedimos audiência com a SPGG há mais de mês, e nada. O pior, é que o projeto precisa ser enviado à Assembleia ainda neste mês, para ser discutido e votado em dezembro e implantado em janeiro. Sem isso, a Fundação suspenderá suas atividades e prosseguirá apenas com as obras do Theatro São Pedro, que têm orçamento específico e estão andando dentro do ritmo previsto", enfatiza Hohlfeldt.
Em nota ao Jornal do Comércio, a Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão do Estado (SPGG) informa que mantém diálogo permanente com a direção da Fundação Theatro São Pedro e com as demais instituições culturais do Estado. A nota acrescenta que as equipes técnicas da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) estão em tratativas para avaliar as demandas apresentadas pela Fundação, incluindo a atualização do plano de cargos e funções.
No entanto, após serem questionados sobre a previsão de contratação dos profissionais necessários para dar continuidade aos trabalhos do Multipalco, a SPGG não informou dados objetivos e concretos.

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