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Publicada em 21 de Novembro de 2024 às 18:16

Nova exposição da Fundação Iberê celebra os 110 anos do artista e sua ligação com Restinga Sêca

Exposição Iberê 110 anos – Minha Restinga Sêca fica em cartaz de 23 de novembro a 9 de março de 2025

Exposição Iberê 110 anos – Minha Restinga Sêca fica em cartaz de 23 de novembro a 9 de março de 2025

FABIO DEL RE/VIVAFOTO/DIVULGAÇÃO/JC
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Entra em cartaz neste sábado, às 14h, no átrio da Fundação Iberê (Padre Cacique, 2.000) a exposição Iberê 110 anos – Minha Restinga Sêca. Com organização de Gustavo Possamai, responsável pelo acervo do artista, com apoio da Prefeitura de Restinga Sêca, a mostra organiza as lembranças da infância, as visitas regulares à região e as memórias marcadas por Iberê em desenhos e em pinturas a respeito de sua cidade natal. Estão presentes na exposição obras que fazem referência ao município, como Crepúsculo da Restinga Sêca, As idiotas, Tudo te é falso e inútil, Ciclistas e Núcleo, além de desenhos, objetos, manuscritos e fotografias. No dia da abertura, a entrada é gratuita. A exposição fica aberta a visitação até 9 de março de 2025.Iberê Camargo nasceu no dia 18 de novembro de 1914, em Restinga Sêca, cidade localizada na região central do Rio Grande do Sul. Filho dos funcionários da Viação Férrea, Adelino Alves de Camargo (agente ferroviário) e Doralice Bassani de Camargo (telegrafista), Iberê teve naquela paisagem de desolação um exercício do olhar e princípios morais que nortearam seu pensamento.  Restinga Sêca não passava de um vilarejo, onde o tempo para o pequeno Iberê passava debaixo da mesa da cozinha da casa da família desenhando. “Meus pais eram funcionários modestos, agentes ferroviários, que não se empenharam em ser promovidos porque se afeiçoaram ao lugar, às pessoas, e não queriam sair. Faziam de tudo para não ser removidos. Para que um ferroviário naquela ocasião tivesse um melhor posto, era preciso que fosse para uma estação mais importante. Mas, como já estavam velhos, tinham seus amigos e estavam acostumados com aquele vazio da campanha, preferiam ficar prejudicando muito a aposentadoria”, disse o artista em entrevista ao cineasta Joel Pizzini. Com aproximadamente 5 ou 6 anos, Iberê Camargo mudou de cidade. Mas as lembranças, a paisagem e a estação ferroviária da cidade natal ficaram impressas de um modo indelével em sua trajetória: “Nunca fui lúdico na minha vida, nem quando criança. Sempre fui só. Não sou uma pessoa de muito chão, de muita caminhada. Conheço esses lugares que cito. Então, a gente faz um resumo e cria uma paisagem interior, que é a do ambiente onde a gente nasceu. É preciso saber que a experiência de engolir o primeiro gole de ar e ver a primeira luz do sol é muito importante. Isso marca.”
Entra em cartaz neste sábado, às 14h, no átrio da Fundação Iberê (Padre Cacique, 2.000) a exposição Iberê 110 anos – Minha Restinga Sêca. Com organização de Gustavo Possamai, responsável pelo acervo do artista, com apoio da Prefeitura de Restinga Sêca, a mostra organiza as lembranças da infância, as visitas regulares à região e as memórias marcadas por Iberê em desenhos e em pinturas a respeito de sua cidade natal. Estão presentes na exposição obras que fazem referência ao município, como Crepúsculo da Restinga Sêca, As idiotas, Tudo te é falso e inútil, Ciclistas e Núcleo, além de desenhos, objetos, manuscritos e fotografias. No dia da abertura, a entrada é gratuita. A exposição fica aberta a visitação até 9 de março de 2025.

Iberê Camargo nasceu no dia 18 de novembro de 1914, em Restinga Sêca, cidade localizada na região central do Rio Grande do Sul. Filho dos funcionários da Viação Férrea, Adelino Alves de Camargo (agente ferroviário) e Doralice Bassani de Camargo (telegrafista), Iberê teve naquela paisagem de desolação um exercício do olhar e princípios morais que nortearam seu pensamento. 

Restinga Sêca não passava de um vilarejo, onde o tempo para o pequeno Iberê passava debaixo da mesa da cozinha da casa da família desenhando. “Meus pais eram funcionários modestos, agentes ferroviários, que não se empenharam em ser promovidos porque se afeiçoaram ao lugar, às pessoas, e não queriam sair. Faziam de tudo para não ser removidos. Para que um ferroviário naquela ocasião tivesse um melhor posto, era preciso que fosse para uma estação mais importante. Mas, como já estavam velhos, tinham seus amigos e estavam acostumados com aquele vazio da campanha, preferiam ficar prejudicando muito a aposentadoria”, disse o artista em entrevista ao cineasta Joel Pizzini.

Com aproximadamente 5 ou 6 anos, Iberê Camargo mudou de cidade. Mas as lembranças, a paisagem e a estação ferroviária da cidade natal ficaram impressas de um modo indelével em sua trajetória: “Nunca fui lúdico na minha vida, nem quando criança. Sempre fui só. Não sou uma pessoa de muito chão, de muita caminhada. Conheço esses lugares que cito. Então, a gente faz um resumo e cria uma paisagem interior, que é a do ambiente onde a gente nasceu. É preciso saber que a experiência de engolir o primeiro gole de ar e ver a primeira luz do sol é muito importante. Isso marca.”

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