Porto Alegre, seg, 07/04/25

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 10 de Outubro de 2024 às 16:48

Peça 'Baile das letrinhas', de Deborah Finocchiaro, fala às crianças sobre o respeito às diferenças

Baile das Letrinhas, peça de Deborah Finocchiaro, propõe uma abordagem poética e lúdica para a questão da diversidade, a partir das letras do alfabeto

Baile das Letrinhas, peça de Deborah Finocchiaro, propõe uma abordagem poética e lúdica para a questão da diversidade, a partir das letras do alfabeto

Thiago Cardinali/Divulgação/JC
Compartilhe:
Adriana Lampert
Adriana Lampert Repórter
Exaltar a imaginação, o prazer de aprender e o autodesenvolvimento, valorizando o respeito às diferenças e à autenticidade, é o mote do espetáculo infantil Baile das letrinhas, da Companhia de Solos & Bem Acompanhados, estrelado pela atriz Deborah Finocchiaro, com direção de Júlia Ludwig. A peça abre a programação destinada às crianças no Clube de Cultura (rua Ramiro Barcelos, 1853), com apresentação às 16h deste sábado (12). Na ocasião, os ingressos terão preço único de R$ 30,00 (valor de meia-entrada, em promoção vinculada ao Dia das Crianças) e estão à venda pela plataforma Sympla. 
Exaltar a imaginação, o prazer de aprender e o autodesenvolvimento, valorizando o respeito às diferenças e à autenticidade, é o mote do espetáculo infantil Baile das letrinhas, da Companhia de Solos & Bem Acompanhados, estrelado pela atriz Deborah Finocchiaro, com direção de Júlia Ludwig. A peça abre a programação destinada às crianças no Clube de Cultura (rua Ramiro Barcelos, 1853), com apresentação às 16h deste sábado (12). Na ocasião, os ingressos terão preço único de R$ 30,00 (valor de meia-entrada, em promoção vinculada ao Dia das Crianças) e estão à venda pela plataforma Sympla
Partindo do livro homônimo escrito por Deborah (e editado pela Bestiário), lançado em 2022, a montagem teatral propõe uma brincadeira com o alfabeto de forma poética e lúdica. Em cena, elementos simples se transformam sob o olhar do público, com as letras e as palavras "bailando" e revelando seus formatos e sonoridades, se aproximando do universo das crianças através de cenas interativas, imagens, música ao vivo, manipulação de objetos e muito bom humor.
A atriz conta que a ideia surgiu em 2017, em um quarto de hotel, no meio de uma turnê de espetáculos, após assistir a uma reportagem na televisão. "Na época, escrevi a história, inspirada na temática da alfabetização infantil, e guardei o material em PDF. Anos mais tarde, em meio à pandemia de Covid-19, fui provocada pelo editor Roberto Schmitt-Prym a apresentar alguma proposta de livro e  lembrei deste texto, que ele gostou e decidiu editar", recorda. "Fizemos tudo com bastante calma. É um livro com uma série de poeminhas inspirados nas letras do alfabeto, com imagens para colorir, que vai falando das letrinhas de forma aleatória", emenda. 
Como não poderia deixar de ser, a primeira obra literária da artista chegou aos palcos logo em seguida. Para estender o projeto para o âmbito das artes cênicas, a atriz convidou a diretora Júlia Ludwig (atriz integrante do coletivo Bloco da Laje) e chamou outros profissionais para integrar a equipe. A Construção de formas animadas, cenografia e orientação de manipulação ficou por conta de Paulo Martins Fontes e Eduardo Custódio, o boneco de luva Listrinha (que some e aparece volta e meia, durante a apresentação) é de autoria de Rodrigo Hernández Sandoval, e o figurino usado por Deborah é assinado por Renan Vilas. O espetáculo também ganhou iluminação de Leandro Roos Pires e trilha sonora de Rafael David
"Ficou muito legal, as crianças adoram, é muito divertido", afirma a atriz. "Eu entro com uma malinha, de onde saem os elementos e as letrinhas, que vou mostrando (fora da ordem alfabética) para o público", revela. Em uma das cenas, Deborah pega o violão e canta uma canção sobre autoaceitação: "Alma, que apenas com suas quatro letrinhas vira lama, lã, lá, mala, ama! E se coloca o C na frente, vira calma. Alma, calma! E só forma essas palavrinhas, porque as letrinhas são diferentes uma das outras. Assim como as cores... já pensou se só tivesse o amarelo? coitado do azul... E o som, como é que ia ser se só tivesse uma nota só? Nem iria ter música! Por isso é tão, tão importante ser quem a gente é! Se aceite, se respeite, se ame do jeitinho que você é...."
A atriz segue a história, aproveitando o tema para falar da letra "Z". "Na história, essa letrinha está cansada de ser a última do alfabeto, e pouco lembrada, somente 'zumbindo, zunindo, zanzando'; aí decide girar e fazer cambalhotas até parar como um "N" e resolve se disfarçar, gerando uma confusão, porque, daí, o zoológico vira noológico, a zebra vira nebra, as abelhinhas começaram a fazer num, num num", diverte-se Deborah. "Então as letrinhas, ao verem esse caos, fazem uma grande reunião e decidem falar para o Z sobre a importância de cada um ser o que se é!", continua a idealizadora de Baile das letrinhas, ressaltando que a dinâmica do espetáculo funciona com uma historinha puxando a outra.
"A base filosófica é que as letrinhas só formam palavras, porque são diferentes uma das outras. A ideia é provocar a reflexão sobre a diversidade e unicidade de cada indivíduo, que, assim como as letrinhas - que só formam palavras por serem diferentes umas das outras -, tem seu valor único e intransferível", destaca a artista. O resultado é imediato, afirma Deborah. "Lembro que certa vez, após uma apresentação da peça, uma menina veio falar comigo e me disse a partir dali ela iria deixar de alisar o cabelo, que é crespo." Outra característica que conquista o público é a interatividade nas cenas. "Acaba virando uma grande brincadeira", avalia a atriz. 
Somando quase quatro décadas de carreira, Deborah Finocchiaro comenta que – apesar da maioria de seus espetáculos serem voltados ao teatro adulto – gosta muito de trabalhar com crianças. "Inclusive, comecei fazendo peça infantil, com O patinho feio, dirigido pelo Biratã Vieira, em 1985; depois atuei no musical Arca de Noé, dirigido por Zé Adão Barbosa (1991), e na sequência, Risco Arisco e Corisco, com direção do Roberto Oliveira (1988)", destaca a atriz e diretora. Multiartista, Deborah comenta que entre outros projetos que está desenvolvendo, ainda encontra tempo para ministrar aulas. "Na próxima semana, estarei conduzindo a oficina Experimentos Teatrais, no Instituto Meme (rua Lopo Gonçalves, 176). A atividade acontece no dia 18, focada naqueles que quiserem explorar o seu corpo, voz e criatividade." Conforme Deborah, as inscrições ainda estão abertas, e podem ser feitas pela plataforma Sympla.

Notícias relacionadas

Comentários

0 comentários