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Cultura

Música

- Publicada em 25 de Abril de 2023 às 18:52

O sagrado de Gal Costa surge na voz de Adriana Calcanhotto em show na Capital

Espetáculo Gal: Coisas Sagradas Permanecem tem estreia nacional em Porto Alegre nesta quinta-feira

Espetáculo Gal: Coisas Sagradas Permanecem tem estreia nacional em Porto Alegre nesta quinta-feira


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O verso que diz que "coisas sagradas permanecem", posto em estrofe da canção Recanto Escuro, de Caetano Veloso, dá título à turnê que a cantora gaúcha Adriana Calcanhotto irá realizar em homenagem à Gal Costa nos meses de abril e maio. O giro pelo Brasil começa nesta quinta-feira (27), a partir das 21h, no Salão de Atos da PUCRS (av. Ipiranga, 6.681), e os ingressos, entre R$ 125,00 e R$ 550,00, estão a venda na PUCRS Store (térreo do Living 360º, prédio 15 do Campus da Universidade) e na bilheteria do Salão de Atos da PUCRS, duas horas antes do início do show (mediante disponibilidade de lugares). 
O verso que diz que "coisas sagradas permanecem", posto em estrofe da canção Recanto Escuro, de Caetano Veloso, dá título à turnê que a cantora gaúcha Adriana Calcanhotto irá realizar em homenagem à Gal Costa nos meses de abril e maio. O giro pelo Brasil começa nesta quinta-feira (27), a partir das 21h, no Salão de Atos da PUCRS (av. Ipiranga, 6.681), e os ingressos, entre R$ 125,00 e R$ 550,00, estão a venda na PUCRS Store (térreo do Living 360º, prédio 15 do Campus da Universidade) e na bilheteria do Salão de Atos da PUCRS, duas horas antes do início do show (mediante disponibilidade de lugares). 
Gal: Coisas Sagradas Permanecem é, sem dúvidas, uma turnê sentimental. Escrita por Caetano para Gal Costa, e falando sobre Gal Costa, para ser cantada pela voz de Gal Costa, a música que inspira o título da série de shows também norteou a escolha do repertório. Composto por 21 músicas, de várias fases da carreira de Gal, o setlist foi escolhido a dedo pela cantora gaúcha e pelo produtor Marcus Preto - diretor artístico de álbuns e shows de Gal Costa nos últimos nove anos, e de quem partiu o convite para Adriana reafirmar o sagrado da cantora baiana, para além mesmo de sua morte, ocorrida em novembro de 2022, após um mal súbito em casa. 
Preto conta que a vontade de fazer esta homenagem partiu de toda a equipe que trabalhava com Gal. "Pensamos em um show com os mesmos músicos, mesma iluminadora, mesmo roadie...", detalha o produtor. Ele afirma que quando se questionou sobre o nome da cantora que poderia estar à frente do projeto, o de Adriana Calcanhotto lhe veio à mente de forma instantânea. "Como Gal, ela foi das raras artistas do Brasil que souberam fazer um trânsito fluente entre a vanguarda da música brasileira e os hits das rádios populares", justifica. "Elas alcançaram lugares semelhantes, fosse cantando poetas como Waly Salomão, fosse chegando à massa pelas trilhas de novelas. E Gal amava Adriana". 
"Eu fiquei muito feliz (com o convite), e estou muito contente e comovida com esta oportunidade", destaca a cantora e compositora gaúcha. "Aprendi muito com Gal. Eu a amava (e amo) muito. Nossos encontros foram poucos mas muito afetivos." A cantora gaúcha (radicada há muitos anos em São Paulo) observa que, com o convite da equipe de Preto, está podendo, inclusive, "assimilar melhor tudo que aconteceu".
"Já são alguns meses ouvindo suas músicas novamente, escutando ela falar em entrevistas e assistindo making of de gravações e trabalhos, um verdadeiro mergulho. Me sinto orfã e está sendo dolorido, porque ela estava muito bem, ativa, animada, participando de festival, e aí acontece isso..", sublinha Adriana, se referindo ao fato de Gal partir de "forma abrupta". 
Adriana e Preto assinam juntos a direção do espetáculo, que terá cenário concebido por Omar Salomão, filho de Waly. A banda traz músicos que tocaram com Gal em seus trabalhos mais recentes. Limma (teclados), Fabio Sá (baixo) e Vitor Cabral (bateria e percussões) integram o trio que acompanhou a cantora em sua última turnê: As Várias Pontas de uma Estrela. Completa a  formação Pedro Sá (guitarra e violão), que esteve com Gal na turnê A Pele do Futuro. O guitarrista também estará com Adriana no show do disco Errante, álbum de inéditas que ela lançou no dia 31 de março - e cuja turnê estreia em Coimbra (Portugal) no dia 24 de maio.
Os ensaios com a banda de Gal para a  turnê do show que terá só músicas que foram interpretadas pela artista falecida há pouco mais de cinco meses, começaram na última terça-feira. Mas Adriana já vinha trocando informações com os músicos, buscando entender como a cantora baiana gostava de executar cada trabalho. "Eu me sinto como uma das pessoas que estarão na plateia, só conduzindo uma oração para ela", comenta Adriana, que é autora de duas canções que entram no repertório: Esquadros, registrada pela baiana no disco Aquele Frevo Axé (1998) e Livre do Amor, gravada por Gal no disco A Pele do Futuro.

Além deste cruzamento entre a trajetória das duas cantoras, o repertório ainda inclui composições de Waly Salomão e Augusto de Campos, que escreveu a versão em português de Solitude - clássico de Duke Ellington gravado por Gal; e do compositor Lupicínio Rodrigues, a quem tanto Adriana como Gal dedicaram tributos, respectivamente no disco ao vivo Loucura e no show Ela disse-me assim: canções de Lupicínio Rodrigues. Constam, também, músicas que, de alguma maneira, desenham retratos de Gal. Entre elas, obviamente, estão Recanto Escuro, além de Meu nome é Gal (Roberto e Erasmo Carlos), Caras e Bocas (com melodia de Caetano e versos que Maria Bethânia escreveu pensando na cantora, em primeira pessoa), Vapor Barato (composta por Jards Macalé e Waly Salomão), Baby (Caetano Veloso) e Negro Amor (Caetano Veloso e Péricles Cavalcanti)
"A trajetória da Gal é grande, não somente em termos de tempo, mas de gravações emblemáticas, em diferentes fases de sua carreira dela, não tem como esgotar, nem sintetizar tudo", destaca Adriana.  "Antes de batermos o martelo, a lista de músicas estava imensa. E como acessar tudo isso tem bastante memória de impacto que tive com gravações dela, e de coisas que aprendi fazendo com ela, é muito doloroso o corte. Deixar coisas de fora foi o maior desafio." A série de shows também passa pelo Rio de Janeiro (29 de abril); Curitiba (5 de maio); Belo Horizonte (7); São Paulo (11); Santos (12); e, por fim, Salvador (14 de maio).