Parentes, amigos e muitos fãs foram se despedir, neste sábado (15), de Marco Antônio Figueiredo Luz - o Fughetti Luz, como era conhecido. O ex-vocalista das bandas Bixo da Seda e Liverpool morreu nesta sexta-feira (14). O velório de Fughetti Luz, que tinha 76 anos, ocorreu na capela 5 do Crematório Saint Hilaire, em Viamão (RS).
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Fughetti Luz era considerado uma lenda do rock gaúcho. É autor de canções como Nosso Lado Animal e Campo Minado, verdadeiros hinos do rock gaúcho. Também lançou três álbuns solo - o mais recente, Tempo Feiticeiro, é de 2017.
De acordo com Shanti Luz, única filha do músico, o apelido Fughetti Luz realmente traduzia o que o seu pai foi durante a vida, um foguete de luz. “O meu pai veio para este mundo com uma missão de trazer alegria e positividade para as pessoas. Em todos os lugares, ele fazia amigos”, citou.
Fughetti Luz convivia há 15 anos com uma doença pulmonar obstrutiva crônica. Ela lembra que o músico há três anos havia parado de fumar, mas a doença também havia tomado uma proporção maior. “Só neste ano, meu pai foi internado três vezes e a doença foi se agravando muito e agora por último ele pegou Covid." Fughetti Luz morava no município de Tapes (RS).
Shanti explicou que Fughtetti, nos últimos três meses em que ficou mais debilitado pela doença, sabia dar forças e animar a todos. “O meu pai veio para este mundo para ser este grande músico que ele foi. Era a missão dele, ele foi um grande músico e grande letrista, que botava muita intensidade nas letras das músicas”, destacou.
Ela também lembrou que o músico falava muito em suas letras sobre a vida, sobre o que todos estão fazendo na terra e sobre o ‘seguir em frente’. “A gente está aqui e é só uma passagem e está tudo certo. Vamos olhar para frente; as sementes que amanhã brotarão. Ele plantou e deixou”, disse. Fughetti Luz também deixa uma neta, que se chama Bibiana.
Dedicação pelo trabalho
Shanti conta que durante a sua infância e adolescência sofreu com o pai distante, já que Fughetti Luz estava trabalhando, viajando, fazendo música e compondo letras. “Quando minha mãe Zefa faleceu a gente ficou muito mais próximos, então nestes últimos 12 anos a gente teve uma relação muito bonita de amor, a gente construiu uma relação muito linda e eu ainda estou bem anestesiada”, relatou, emocionada. Fughetti Luz havia ficado muito deprimido com a morte de Zefa.
A emoção do amigo
O cantor e compositor Duca Leindecker destacou a relação quase paternal que Fughetti Luz tinha por ele. “Quando eu tinha a idade entre 14 e 15 anos, Fughetti Luz meio que me 'arrebanhou' para fazer parte de sua trupe. E a partir de então a minha formação musical sofreu a influência dele. E que sorte eu tive de ter um mestre como o Fughetti Luz”, salientou.
A emoção do amigo
O cantor e compositor Duca Leindecker destacou a relação quase paternal que Fughetti Luz tinha por ele. “Quando eu tinha a idade entre 14 e 15 anos, Fughetti Luz meio que me 'arrebanhou' para fazer parte de sua trupe. E a partir de então a minha formação musical sofreu a influência dele. E que sorte eu tive de ter um mestre como o Fughetti Luz”, salientou.
Leindecker destacou que Fughetti Luz realmente emitia luz. “O nome dele não poderia ser melhor. Ele era uma potência de luz e um talento de musicalidade”, falou com emoção. “Hoje é um dia muito triste, porque ele se vai. Onde ele estiver, certamente estará emitindo sua luz”.
Para Leindecker, Fughetti Luz sempre colocou alegria e vibração no rock. "Rock é pulsação’" Mais ainda, acrescentou o músico, “ele também foi questionador, um crítico sobre a forma que a humanidade leva as coisas”.
Cena musical gaúcha
Para o músico e produtor Marcelo Truda, a morte de Fughetti Luz é um momento extremamente triste para a cena musical gaúcha. Truda, ex-integrante da última formação da banda Bixo da Seda, diz que o Rio Grande do Sul teve uma década muito triste para todos aqueles que gostam de rock.
“Fughetti Luz era extremamente alegre e dizia que a gente tinha uma ligação espiritual. Ele acabou me convidando para produzir o seu último disco, 'Tempo Feiticeiro'. Nós gravamos e foi uma grande alegria para mim”, comenta. “É um momento muito triste, mas ele estará conosco o resto da vida. Ele deixa um grande legado para muitos músicos”, acrescentou.
Admiração de um fã
Um dos primeiros a chegar no Cemitério e Crematório Saint Hilaire neste sábado para prestar as suas homenagens ao Fughetti Luz foi Rogério Cazzetta, proprietário da loja Toca do Disco, localizada na rua Garibaldi 1.043, em Porto Alegre.
Admiração de um fã
Um dos primeiros a chegar no Cemitério e Crematório Saint Hilaire neste sábado para prestar as suas homenagens ao Fughetti Luz foi Rogério Cazzetta, proprietário da loja Toca do Disco, localizada na rua Garibaldi 1.043, em Porto Alegre.
“Eu só fiquei sabendo do ocorrido no final da manhã de sexta-feira (14), quando anunciaram que Fughetti Luz havia morrido. Inclusive, eu fui trabalhar com a camisa do Bixo da Seda ontem sem saber de nada. A primeira banda dele foi a Liverpool e depois a Bixo da Seda”, cita.
Cazzetta diz que além de vender os CDs que Fughetti Luz produzia também é um fã e todos os dias ele escuta mais de uma vez algumas das músicas do artista, principalmente o último trabalho, o CD Tempo Feiticeiro.
O proprietário da Toca do Disco diz que Tempo Feiticeiro, produzido por Truda, ficou excelente, "muito bem gravado". “Com toda certeza, é uma grande perda; eu sou um fã e me senti triste com a passagem dele”, acrescentou.