O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) planeja a contratação de serviços de recuperação e modernização para as quatro eclusas que administra no Rio Grande do Sul: Amarópolis, Bom Retiro do Sul, Fandango e Anel de Dom Marco. As especificações técnicas da iniciativa ainda estão em elaboração, mas o aporte previsto é de aproximadamente R$ 200 milhões.
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De acordo com informações do Dnit, o prazo estimado para a realização dos trabalhos será em torno de 30 meses após a assinatura dos contratos, o que será definido ao término das especificações. As eclusas são obras de engenharia que permitem que as embarcações subam e desçam rios em locais onde há desníveis como barragens, quedas de água e corredeiras. As estruturas funcionam como elevadores onde duas portas separam os dois níveis do curso d'água.
O sistema viabiliza a transposição de obstáculos que existem entre os trechos navegáveis e ameniza os impactos dos ciclos de chuvas ao longo do ano. Três das eclusas do Dnit encontram-se no rio Jacuí: Anel de Dom Marco (no munícipio de Rio Pardo), Amarópolis (em General Câmara) e Fandango (em Cachoeira do Sul). Já a estrutura de Bom Retiro do Sul, que fica na cidade de mesmo nome, está situada no rio Taquari.
Anteriormente, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes já havia feito licitações para a recuperação e modernização das eclusas de Bom Retiro do Sul e de Amarópolis, contudo as concorrências não obtiveram sucesso, pois não foram apresentadas propostas adequadas ao exigido pelo edital. Para que a situação não se repita, o Dnit, através da sua assessoria, informa que promoveu a revisão completa do processo promovendo aprimoramentos nas condições das licitações com o objetivo de reduzir a possibilidade de fracasso na disputa.
Além dos investimentos nas eclusas, o Dnit prevê outras ações na área hidroviária a serem desenvolvidas no Rio Grande do Sul. O departamento planeja fazer a dragagem da Lagoa Mirim para garantir um nível de serviço mínimo e adequado para o trecho entre o porto de Santa Vitória do Palmar e o Canal do Sangradouro, o que permitirá uma ligação logística com a Lagoa dos Patos e o porto de Rio Grande.
A execução da obra significará um importante passo para o desenvolvimento da hidrovia Brasil-Uruguai (também chamada de hidrovia do Mercosul). Os serviços que serão feitos na Lagoa Mirim abrangem a remoção do sedimento de dentro do canal de navegação a partir de dragagem de sucção em um volume previsto de cerca de 3 milhões de metros cúbicos. Também está previsto o balizamento, que se trata da implantação de sinalização náutica da hidrovia, por meio da instalação de placas de margem, placas de ponte, boias e lanternas de sinalização náutica.
O empreendimento, no momento, encontra-se em fase de preparação de licitação com previsão para contratação até outubro de 2023. O custo para a ação é atualmente estimado em cerca de R$ 50 milhões (elaboração do projeto executivo e execução dos serviços) e previsão para conclusão dos serviços em dois anos após o início das obras.


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