Inovar não é apenas acompanhar tendências tecnológicas, mas encontrar respostas colaborativas para os desafios cotidianos da cidade — com esta reflexão a presidente da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), Suzana Vellinho, abriu o debate sobre como testar e incorporar soluções inovadoras para melhorar a gestão urbana, realizado nesta terça-feira no Menu POA, evento semanal da entidade.
A mesa teve o secretário de Inovação de Porto Alegre, Luiz Carlos Pinto, o superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUC e do Tecnopuc, Jorge Audy, e o CEO da Consultoria GOV.UP Inovação, Paulo Renato Ardenghi Rizzardi.
A presidente da ACPA destacou, ainda na sua fala inicial, que a entidade tem buscado articular esforços com o executivo e o legislativo municipal para “propor novas soluções que melhorem a qualidade de vida de quem vive, trabalha e empreende em Porto Alegre”.
Na mesma linha, Jorge Audy lembrou que apenas um em cada cinco jovens em idade para cursar o ensino superior está na Universidade. Portanto, este tema precisa ultrapassar a área dos campus: “a inovação só fará sentido se melhorar a vida de toda a população, especialmente daqueles que ainda estão à margem das oportunidades”. O caminho para alcançar este propósito “será resolvido pela educação”, sustenta o professor Audy.
Além da sala de aula, o meio urbano também precisa ser entendido como a grande arena que atrairá os “talentos” para a cidade. “A economia do século XXI mudou a lógica, as pessoas vão para cidades que sejam legais de se viver”, avalia Luiz Carlos. Para ele, “não tem como fazer programa de inovação em uma cidade sem envolver o governo; uma cidade que seja inteligente precisa de um governo que tenha essa mesma capacidade de poder sobre a inovação”.
Rizzardi, que já atuou no setor público, hoje orienta prefeituras sobre como abrir as portas para a inovação. “Eu não consigo pensar no desenvolvimento de uma cidade, um território, sem pensar no papel do poder público”, defende. Essa aliança precisa ser formada com colaboração entre as partes, o que inclui a participação do setor acadêmico e da iniciativa privada. “É preciso construir nas cidades um ambiente favorável para o empreendedorismo acontecer, ter um ambiente regulatório favorável que permita, por exemplo, fazer testes de soluções inovadoras”.
Outro ponto ressaltado foi a necessidade de acessar capital financeiro — sem esse suporte as cidades não conseguem transformar ideias em negócios sustentáveis que gerem impacto econômico e social. Para os painelistas, Porto Alegre pode ser referência nacional de como criar cidades inteligentes a partir da união entre inovação e gestão urbana.