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Bruna Suptitz

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Publicada em 20 de Agosto de 2025 às 00:25

Com foco na COP30, empresas brasileiras se unem para impulsionar ações pelo clima

Executivos da COP30 e das empresas que formam a C.A.S.E. no lançamento da iniciativa; a partir da esquerda: Dan Ioschpe (Campeão de Alto Nível do Clima da COP30); Gustavo Bastos (VP de Public Affair da Nestlé Brasil); João Paulo Ferreira (CEO da Natura); Silvana Machado (diretora executiva do Bradesco); Ana Toni (CEO da COP 30); André Corrêa do Lago (presidente da COP 30 e Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente); Grazielle Parenti (VP de Sustentabilidade da Vale); Flávio Souza (presidente Itaú BBA); Rodolfo Villela Marino (VP Executivo do Itaúsa)

Executivos da COP30 e das empresas que formam a C.A.S.E. no lançamento da iniciativa; a partir da esquerda: Dan Ioschpe (Campeão de Alto Nível do Clima da COP30); Gustavo Bastos (VP de Public Affair da Nestlé Brasil); João Paulo Ferreira (CEO da Natura); Silvana Machado (diretora executiva do Bradesco); Ana Toni (CEO da COP 30); André Corrêa do Lago (presidente da COP 30 e Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente); Grazielle Parenti (VP de Sustentabilidade da Vale); Flávio Souza (presidente Itaú BBA); Rodolfo Villela Marino (VP Executivo do Itaúsa)

C.A.S.E./Divulgação/JC
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Uma oportunidade para “a construção de uma nova economia” é o que a Conferência das Partes para o Clima representa para o setor privado, na visão do embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30 no Brasil. Atentas a essa porta aberta, as empresas Bradesco, Itaúsa, Itaú Unibanco, Natura, Nestlé e Vale se uniram para criar a iniciativa Climate Action Solutions & Engagement— C.A.S.E., com o objetivo de evidenciar e impulsionar soluções climáticas concretas já em curso no Brasil antes e durante a COP30. O lançamento reuniu autoridades e empresários no início deste mês no Espaço Cubo, em São Paulo, e a coluna esteve presente a convite dos organizadores.
Uma oportunidade para “a construção de uma nova economia” é o que a Conferência das Partes para o Clima representa para o setor privado, na visão do embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30 no Brasil. Atentas a essa porta aberta, as empresas Bradesco, Itaúsa, Itaú Unibanco, Natura, Nestlé e Vale se uniram para criar a iniciativa Climate Action Solutions & Engagement— C.A.S.E., com o objetivo de evidenciar e impulsionar soluções climáticas concretas já em curso no Brasil antes e durante a COP30. O lançamento reuniu autoridades e empresários no início deste mês no Espaço Cubo, em São Paulo, e a coluna esteve presente a convite dos organizadores.
A diversidade do grupo pode parecer inusitada, mas a forma como se uniram é o que sustenta o projeto. A vontade de “fazer algo” surgiu durante um jantar na COP29, realizada em 2024 em Baku, no Azerbaijão. A ideia foi criar uma ação que envolvesse as empresas brasileiras que há anos marcam presença nas Conferências do Clima e estão empenhadas em direcionar sua atuação para o caminho da transição energética e demais pautas tidas como necessárias para frear o aquecimento global.
“Agora que começamos a falar de implementação, faz todo sentido nos unirmos para ter um espaço para mostrar a força da iniciativa privada”, explicou Luciana Nicola, diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade do Itaú Unibanco, em conversa com a imprensa durante o evento. Ela chama atenção para o marco que representa a realização do evento no Brasil — apesar de ser a primeira vez que uma COP vem ao país, foi em solo brasileiro que se abriu uma das mais importantes janelas para o debate global sobre a crise do clima, durante a ECO-92 no Rio de Janeiro.
A proposta é que a C.A.S.E. exerça função complementar à do governo federal e da presidência da COP30. Enquanto estes precisam sustentar o papel do Brasil como um bom negociador na diplomacia do clima, o grupo das seis empresas quer criar vitrines para mostrar ações que garantam ao país lugar de fala quando o assunto é prevenção, adaptação e mitigação dos impactos das mudanças climáticas. Para isso, farão uso de casos bem-sucedidos nacionalmente e com potencial de escala internacional.
Um exemplo do grupo é a priorização que vem sendo dada pela Nestlé para a aquisição de produtos oriundos de práticas de agricultura regenerativa, conforme explicou à imprensa Gustavo Bastos, vice-presidente de Assuntos Públicos da empresa. Sobre isso, a vice-presidente de Sustentabilidade, Jurídico e Reputação da Natura, Ana Costa, provoca a iniciativa privada a pensar “o que podem fazer para dar voz para quem está na ponta”.
Ana comenta sobre a proposta de “escalar” iniciativas já existentes ou criar soluções novas a partir dos exemplos existentes — para ela, um caminho para isso, pelo viés econômico, é “gerar consciência de que sim, é possível ter sucesso e transformar desafios socioambientais em oportunidades de negócio”.
Até a COP30, a C.A.S.E. selecionará histórias de soluções climáticas e socioambientais brasileiras, lideradas pela iniciativa privada, capazes de demonstrar inovação, competitividade e crescimento econômico. As soluções serão organizadas sob alguns pilares estratégicos alinhados às prioridades definidas pela Presidência da COP30: Financiamento Climático, Bioeconomia, Transição Energética, Sistemas Alimentares, Economia Circular, Infraestrutura e Transição Justa.

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