Escrevo para reclamar sobre a matéria de capa do caderno
Panorama (
Jornal do Comércio, 19/08/2015), "La Bruni". Ela traz uma abordagem machista na apresentação da cantora Carla Bruni. Apresentá-la como "ex-primeira-dama da França e ex de Mick Jagger e Eric Clapton" é simplificá-la às relações que teve com homens. Como se sua carreira não fosse significativa por sua trajetória pessoal e pelo seu talento. Carla Bruni é talentosa e merece créditos por si mesma. Afinal, ela está vindo a Porto Alegre para fazer um show sozinha, correto? Peço compreensão e colaboração para refletir sobre a forma como representam artistas e mulheres em geral. E, como leitora, sugiro que esse erro não se repita.
(Jéssica Kilpp, jornalista)
Greve
O Rio Grande do Sul, desde o novo governo, vive num clima de greve, que tem provocado todas as categorias, inclusive militares, além dos já tão sacrificados professores. Estão sendo todos ameaçados de verem parcelados e até reduzidos seus vencimentos. São reivindicações voltadas ao governo estadual que vive em nível de miserabilidade a ponto de ver até as merendas escolares ameaçadas de serem tiradas da única refeição que milhares de crianças pobres conseguem a cada dia. Em lugar de protestarem, chamem o governador e todo o seu secretariado para que venham engrossar as fileiras deste povo vítima do governo mais corrupto que a história republicana brasileira já registrou ao longo dos anos. Eles, governo e secretariado, são as maiores vítimas, pois é deles que se espera o amparo para todas as áreas da vida do Estado. Sabemos que tanto Judiciário como Legislativo, sempre bem-recompensados e os que mais pedem e conseguem aumentos, ficarão sentados em suas cômodas cadeiras e poltronas a tudo assistindo, num comodismo que longe está da dura realidade do restante dos gaúchos. Vamos, sim, às ruas, exigir do governo central a isenção de nossas dívidas até que consigamos equilibrar nossa economia e fazer sorrir, novamente, a boa e acolhedora gente gaúcha. (Antonio Augusto Meirelles Duarte, jornalista e advogado, Passo Fundo/RS)
Servidor público
Contrariamente ao que afirma o governo da ocasião, o servidor público não é o mal do governo. Este sim é o mal do servidor. Este sim insiste em ser mau para o servidor, não lhe repondo sequer o que ele mesmo decide definir como inflação, o índice que mede a perda do valor da moeda, ao seu bel talante. Você consegue compreender a existência dos governos municipais, dos governos estaduais, do governo federal, sem a existência do servidor público? Algum agente político é alguma coisa sem os préstimos do servidor público? E não se venha com alegação de incompetência, pois esta é causa de não ingresso e causa de exoneração. Portanto, se o servidor está em serviço, a consequência lógica inafastável é compreender que é eficiente e serve ao fim para o qual foi aprovado em concurso público de provas ou de provas e de títulos. (Nadir Silveira Dias, jurista, escritor e jornalista)