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Patrícia Comunello

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Publicada em 15 de Outubro de 2025 às 13:41

Vendas do comércio gaúcho sobem 1% em agosto; farmácias têm recuo inédito

Combustíveis e lubrificantes, que vinham com queda, tiveram elevação de 3,1% em agosto

Combustíveis e lubrificantes, que vinham com queda, tiveram elevação de 3,1% em agosto

BRENO BAUER/JC
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O volume de vendas do varejo gaúcho teve alta de 1% em agosto frente a julho deste ano, segundo a mais recente Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho gaúcho veio melhor que a média brasileira, que registrou alta de 0,2%. Chamou a atenção, na comparação com agosto de 2024, a queda inédita de vendas de farmácias.
O volume de vendas do varejo gaúcho teve alta de 1% em agosto frente a julho deste ano, segundo a mais recente Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho gaúcho veio melhor que a média brasileira, que registrou alta de 0,2%. Chamou a atenção, na comparação com agosto de 2024, a queda inédita de vendas de farmácias.
Já no varejo ampliado, com atacarejos, veículos e materiais de construção, o setor avançou 2% na comercialização. O Brasil registra elevação de 0,9% neste grupo. Em julho, o varejo do Rio Grande do Sul tinha ficado com vendas estáveis frente a junho, sem crescimento. 
Já no confronto com agosto de 2024, que reflete comparação com o ambiente pós-período mais crítico da enchente histórica, a PMC mostra leve aumento de 0,5% nas vendas gaúchas, considerando os segmentos de combustíveis, supermercados, farmácias, papelaria, móveis e eletros e vestuário. O Brasil ficou com alta de 0,4%. No ampliado, a variação no Brasil fechou também negativa, em 2,1%.
Combustíveis e lubrificantes, que vinham com queda - é um segmento menos elástico na expansão ou queda -, teve elevação de 3,1%, a maior da sequência. Hipermercados e supermercados registram elevação de 1,7%, tecidos, vestuário e calçados (1,8%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,6%).
Os demais segmentos tiveram queda: móveis e eletrodomésticos (-13,6%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,1%), livros, jornais, revistas e papelaria (-17,4%) e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-26%), com pior desempenho.
Já no conceito ampliado houve queda de 3,4%. Com exceção da área de atacado (formato de supermercado com mais volume no mix) com venda para consumidor final, segmento que está em expansão no Estado, veículos e materiais sofrem com a alta de juros, com taxa básica da Selic recorde em 20 anos. A taxa é de 15% ao ano. O impacto do custo para financiamento afetou o volume de vendas.     
Veículos, motos e peças venderam 20,1% menos e material de construção, 14,5%. Os atacarejos crescem pelo segundo mês, com alta de 4,2%
Mesmo com o crescimento nas vendas, o economista-chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank, a taxa não foi suficiente para "interromper a trajetória de desaceleração em métricas mais longas".
O que entra de carona na análise é justamente o confronto com 2024, que teve "forte impulso devido às consequências das cheias". "Isso se soma aos fatores adversos no atual quadro (inflação ainda pressionada, juros altos e incertezas diversas)", vincula Frank. 
O economista cita um dado: o volume de vendas (faturamento corrigido pela inflação) subiu 9,0% em 2024. "Foi um desempenho muito forte. A base de comparação é muito alta", adverte ele, sobre a conjuntura de 2025 e o cenário do ano passado.
Mobiliário e eletrodomésticos puxaram muito do desempenho pós-enchente. "A recorrência das compras desses produtos não é grande. As pessoas não compram geladeira, fogão ou sofá a cada mês", ilustra Frank.

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