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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 10 de Agosto de 2025 às 20:10

Cafeteria criada por ex-colegas de escola ultrapassa 80 lojas

Fell (à esq.) e Ferreira criaram o negócio em 2015 para dar conta de uma demanda pessoal em Teutônia

Fell (à esq.) e Ferreira criaram o negócio em 2015 para dar conta de uma demanda pessoal em Teutônia

BRENO BAUER/JC
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"Celular que até ligação faz. No Quiero, até café tem." Simples assim. Para a dupla de fundadores da rede gaúcha de cafeterias que mais cresce, a comparação singela faz todo sentido. Até porque o negócio montado há dez anos por dois ex-colegas de colégio e moradores na mesma cidade para dar conta de uma demanda comum, o Quiero Café deu tão certo que a marca superou 80 unidades e tem novas vindo por aí.
"Celular que até ligação faz. No Quiero, até café tem." Simples assim. Para a dupla de fundadores da rede gaúcha de cafeterias que mais cresce, a comparação singela faz todo sentido. Até porque o negócio montado há dez anos por dois ex-colegas de colégio e moradores na mesma cidade para dar conta de uma demanda comum, o Quiero Café deu tão certo que a marca superou 80 unidades e tem novas vindo por aí.
 
A mais recente unidade acaba de estrear no BarraShoppingSul, em Porto Alegre, reforçando a aposta no modelo para shopping. Os cofundadores Felipe Ferreira, advogado, e Matheus Fell, administrador de empresas, contaram, em videocast da coluna, que está no ar, como foi a escalada da franquia, que nasceu logo depois da primeira loja, aberta em 2015 na terra natal dos dois, Teutônia, no Vale do Taquari, e quanto a escolha de franqueado e pessoas para trabalhar é parte do segredo da evolução da marca, que projeta chegar à receita de R$ 250 milhões este ano.   
Minuto Varejo - Como surge a Quiero? 
Felipe Ferreira - Era 2015, estudava Direito e trabalhava em um escritório de advocacia. Os advogados, que eram de Porto Alegre, tinham filial em Teutônia e sempre pediam para levá-los para tomar um café. Íamos à padaria, a posto de combustível, outros lugares, mas nenhum agradava. Um dia tive um insight: vou abrir um café. Chamei o Matheus (Fell), que dava "consultorias aos amigos", e perguntei o que achava. Ele já me deu várias dicas de cafeteria, com copinho para viagem, o que hoje é o "to go". Olhei para ele e falei: "Quem sabe montamos juntos esse negócio. O Matheus já deu sim e três meses depois inauguramos a primeira loja na cidade, mesmo lugar que é até hoje. Um dia antes de abrir, sentamos nas poltronas e falei: "A gente montou como queríamos, mas não vamos poder frequentar porque vamos ter de trabalhar muito. (risos)
MV - Mas vocês não abriram só uma cafeteria... 
Matheus Fell - A gente começou super pé no chão, com uma loja de 60 metros quadrados e 40 e poucos lugares. Por sermos de Teutônia, que é uma cidade pequena e de interior, começamos a ver que só com café íamos quebrar. Por isso, nos denominamos como café-restaurante-bar. Muitos itens foram entrando dentro do cardápio com o passar dos anos, mas falamos que as extremidades do cardápio são as mesmas: começa com café expresso e termina o dia com cerveja, caipirinha, além de opções para o meio-dia. O foco foi como alcançar mais pessoas dentro da cidade e, principalmente, a mesma pessoa em diferentes momentos do dia dela.
MV - Como foi levar a solução a outros locais?
Ferreira - Teutônia nos permitiu errar, corrigir e melhorar. Quando começamos a receber mais pessoas de outras cidades, do Estado e até São Paulo, elas falavam que não tinham um Quiero onde residiam e questionavam se era franquia, porque queriam levar o negócio para as localidades. Isso nos deu um insight: "Se nosso negócio está parando de pé, talvez seja hora de pensar em expansão. Buscamos uma empresa para nos ajudar a formatar o modelo e entender o que a gente precisaria. Montamos uma segunda loja em  Lajeado, que é hoje a sede da franqueadora. Se Teutônia é a mãe do Quiero, Lajeado é o pai. A primeira franquia abriu em 2016 em Santa Cruz do Sul.

MV - Vocês já me disseram que não buscam franqueado-investidor. Conseguem manter isso após 80 lojas?
Fell - As pessoas perguntam quantas lojas vamos ter este ano, no ano que vem. A meta nunca vai passar por cima de conseguirmos pessoas que realmente entendam e se apaixonem pelo desafio de tocar um Quiero, que vão estar no dia a dia da operação. Talvez, isso ajude a explicar a perenidade ao longo dos anos. Desde 2015 e com uma pandemia no caminho, não encerramos nenhuma loja. Isso é muito graças às pessoas que estão lá na ponta, os nossos franqueados, nossos sócios, que entendem verdadeiramente o papel deles de protagonismo no dia a dia.

MV - O que é mais difícil no dia a dia?
Fell - É conseguir recursos humanos para fazer o trabalho. Outro ponto: se você está com alguém na linha de frente que só reclama da mão de obra, não faz sentido trabalharmos juntos. A pessoa tem que se apaixonar por pessoas. Se o problema está nas pessoas, o segredo também está nelas. Também aprendemos ao longo desses anos que não vai sair tudo perfeito. É um esforço diário. Erramos todos os dias. No fim do dia, a gente tem que trabalhar pra calibrar a proporção entre erros e acertos.

MV - Como resolvem a formação dos times?
Ferreira - A gente procura ter um time bem eclético. Temos o nosso programa de atendimento, com 11 passos, desde quando o cliente entra na loja até o momento em que ele sai. O nosso papel, do franqueado e dos operadores é fazer com que esse processo aconteça e com energia boa. Esse é um dos pilares que buscamos nas pessoas. Fazer contato visual, tentar deixar aquele dia do cliente o melhor possível. Também somos provocados, às vezes, para automatizar e tirar os atendentes. Não é o nosso foco.
MV - Como está a expansão da rede?
Fell - Nosso objetivo é ter presença em mais aeroportos ao redor do Brasil, além de shoppings também. Inauguramos a terceira unidade neste tipo de empreendimento, que foi a do BarraShoppingSul. Estamos indo um pouco cautelosos, aprendendo com esse mercado, mas que se mostra um modelo sustentável e que vamos expandir e ir seguindo muito no nosso core business, que são as lojas completas, de rua, que são a maioria das nossas operações.

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