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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 08 de Julho de 2025 às 00:55

Atacado e distribuição miram pequenos que respondem por 30% das vendas

Cadeia do setor aponta vantagens, como capilaridade, rapidez de entrega e produtos disponíveis

Cadeia do setor aponta vantagens, como capilaridade, rapidez de entrega e produtos disponíveis

/PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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Mais de 30% do abastecimento no varejo de autosserviço, mais ligado à alimentação e itens essenciais no dia a dia das famílias, está em pontos de pequeno porte que buscam muitos fornecedores e cadeia de distribuição. A NielsenIQ mostrou, em estudo inédito, durante a 44ª Convenção Nacional e Anual do Canal Indireto, promovida pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), em Atibaia, em São Paulo, o perfil desses segmentos, traçado em entrevista com 400 estabelecimentos no País.
Mais de 30% do abastecimento no varejo de autosserviço, mais ligado à alimentação e itens essenciais no dia a dia das famílias, está em pontos de pequeno porte que buscam muitos fornecedores e cadeia de distribuição. A NielsenIQ mostrou, em estudo inédito, durante a 44ª Convenção Nacional e Anual do Canal Indireto, promovida pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), em Atibaia, em São Paulo, o perfil desses segmentos, traçado em entrevista com 400 estabelecimentos no País.
A pesquisa, a maior já feita até hoje, mapeou o funcionamento do chamado "varejo de vizinhança". Entre os focos, estava compreender os fatores que influenciam as decisões de compra, estrutura física, operação e relação com os canais digitais.

LEIA MAIS: Dados elevam precisão e vendas na distribuição de produtos para o varejo

Os canais tradicional (padarias, empórios e mercearias) e o autosserviço independente, que abrangem pequenos mercados, representam 33% dos pontos de venda do varejo nacional, com fatia de 30% no faturamento do setor alimentar, diz a NielsenIQ. Nos estados do Sul, chega a 37%, o que reforça a tradição e penetração desses comércios, associou o diretor de varejo da Nielsen IQ, Domenico Tremarolli Filho
O canal tradicional é o maior em número de PDVs (416 mil) e responde por 11% do faturamento. Já as bandeiras independentes representam 19% e ocupam a segunda posição, atrás apenas do cash & carry (atacarejo), formato que ganha cada vez mais espaço.
As lojas independentes têm, em média, 300 metros quadrados, 2,5 check-outs e sete funcionários, número que vem diminuindo nos últimos anos, diz a empresa de dados e análise do varejo. Já as lojas do canal tradicional são ainda mais enxutas: média de 45 m² e apenas dois colaboradores. Muitas operam com estrutura mínima, como presença reduzida de refrigeradores e poucas opções de autosserviço.
Muitos dos processos seguem sendo manuais: 45% dos gestores utilizam sistemas próprios para controle de estoque e 22% adotam ferramentas como excel. Mas 12% seguem com anotações em caderno.
"Os dados revelam um segmento altamente capilarizado e resiliente, mas que enfrenta limitações estruturais e operacionais. É fundamental oferecer soluções práticas e acessíveis para ajudar esses empreendedores a evoluir na gestão e melhorar sua competitividade", avalia a NIQ.
Terramoto observa que a condição de renda das famílias, principalmente mais baixas, mais afetadas pela inflação que voltou a ganhar patamares mais elevados, também leva a mudanças na rotina de compras. "Com bolso mais apertado, as pessoas farão cada vez menos compras em maior volume. As idas ao mercado serão mais escasseadas e haverá busca de varejo mais próximo, pois não vai buscar grandes volumes", descreve o diretor.
Pesquisas já indicam que, de 136 vezes que o consumidor ia ao autosserviço em 2024, reduz para 135 este ano. Para a Abad, os mais de 3 mil associados (atacadistas e distribuidores) no País, que atendem mais de um milhão de pontos de venda nos 5.570 municípios do País, podem dar capilaridade ao abastecimento de produtos industrializados essenciais.
O canal indireto, como são chamados os integrantes desse braço da cadeia de alimentação e outros itens, somam mais de 524 mil empregos diretos e 5 milhões indiretos que atuam na relação com estabelecimentos varejistas. O setor vislumbra expansão do consumo nos pequenos varejos e muito associado ao crescimento do chamado mercado de vizinhança.
"O crescimento é relevante e sólido e precisa ver mecanismos de como ser mais fortalecido", disse o presidente da Abad, Leonardo Severini. Entre as vantagens de atacadistas e distribuidores que fazem a ponte é ter capilaridade, disponibilidade, de portos, atendimento regionalizado e logística mais rápida", sinalizou Severini.   

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