Patrícia Comunello
A coluna foca novidades sobre operações, tendência e desempenho do consumo e traz olhar de quem empreende no varejo do Rio Grande do Sul, com conteúdo multimídia.
Porto Alegre,
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Publicada em 08 de Julho de 2025 às 00:55
Dados elevam precisão e vendas na distribuição de produtos para o varejo
Maria comanda a Mtrix, que monitora informações sobre vendas de mais de 1 milhão de pontos
/PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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Patrícia Comunello
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A cadeia de abastecimento de pequenos e médios varejos ou mesmo transformadores, como restaurantes e lancherias, é um universo de oportunidades para os chamados canais indiretos, que reúnem os atacados e distribuidores que atendem a ponta. A informação sobre os fluxos de vendas e como isso pode antecipar e resolver problemas como rupturas - quando falta produtos - está no radar dos setores.
LEIA MAIS: Atacado e distribuição miram pequenos que respondem por 30% das vendas
Um exemplo: a gigante da indústria de guloseimas, a gaúcha Docile, teve vendas 44% mais altas ao aplicar informações mais precisas e olhando o dia a dia para definir o suprimento dos pontos finais.
"Conseguimos identificar oportunidades de vendas", cita a direção da marca, que usa os serviços de empresas no Brasil que detêm e usam dados para fazer a ponte entre distribuição e o varejo. O case da Docile virou um troféu para a Mtrix, que faz R$ 50 bilhões em leituras de vendas por ano para 100% das cidades brasileiras, segundo o comanda da empresa.
São 1 milhão de pontos de vendas captados diariamente, com 150 mil vendedores gerenciados, mais de 200 sistemas de ERPs integrados e mais de 2 mil distribuidores e atacadistas, lista Maria Cabral Barbaro, CEO da Mtrix, alertando que "tecnologia não é mais uma vantagem competitiva, é um pré-requisito".
Maria também ressalva que "a verdadeira transformação digital só acontece quando as empresas colocam pessoas e processos no centro das decisões".
"Grandes projetos falham quando ignoram a resistência à mudança, e muitos profissionais ainda enxergam a tecnologia como uma ameaça, não como uma solução", acrescenta a executiva, que conversou com o Minuto Varejo durante a convenção nacional da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad).
A empresa, criada há 15 anos pela economista que atuava no mercado financeiro, lançou um indicador para gerar um panorama de desempenho dos setores, justamente com base em fluxo de dados que consegue gerar diagnóstico mais preciso até mesmo - é o desafio da empresa - que indicadores oficiais, como os do IBGE. Monitoramentos como a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) considera empresas com mais de 200 empregados.
"Onde preciso melhorar? É o preço? É o mix? É uma região que está mal atendida? Como começo a entender o comportamento do consumidor de uma região para tratar os diferentes?", enumera a CEO, sobre itens que precisam estar na pauta entre as marcas e as necessidades do cliente final.
"Não adianta a empresa achar que vai ter uma estratégia única para atender um Brasil", alertou. A empresa buscar ajudar a indústria e o distribuidor a atuarem de forma conjunta. "É um ganha-ganha." Um dos focos é evitar um dos problemas do setor: a indústria vender para o distribuidor, que fica com o estoque superestocado.
"Na hora que você coloca todo mundo na mesma mesa consumindo a mesma informação e entendendo como que cada um pode melhorar o desenvolvimento de uma região ou uma distribuição, há impactos positivos para todos. É a mágica do efeito rede e da colaboração das informações", conceitua a CEO.
"Distribuidores que compartilham informação e geram esse efeito colaborativo entre indústrias crescem até 25 pontos percentuais a mais de quem não compartilha dados. O cara realmente forneceu o que está vendendo", completa Maria.