A operação de FLV (Frutas, Legumes e Verduras), no jargão supermercadista, do Grupo Unidasul, pode ser a única em andamento no Rio Grande do Sul e recebeu reconhecimento nacional. Chama a atenção pelo rigor, pela organização e pela cultura ligada à saudabilidade do segmento de perecíveis.
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A coluna Minuto Varejo vai detalhar o percurso que os FLV fazem, desde o produtor até chegar à gôndola, e que pode servir de estímulo a mais redes que decidirem montar seu Programa de Rastreamento e Monitoramento de Alimentos (Rama).
O controle e rigor são mantras nas equipes que recebem as cargas diariamente no CD do grupo, em Esteio. Por semana, são, em média, quase 600 toneladas de produtos que transitam na área, com as mais diferentes origens, incluindo o exterior. De produtores locais, são 47. O Rama do grupo gaúcho foi completado para rodar 100% em 2020, informa o diretor de Logística, Daniel Peyrot Neto.
Sejam frutas, verduras ou legumes nacionais ou estrangeiros, tudo que chega para ser separado e distribuído para a rede de lojas, entre supermercados de vizinhança e atacarejos, passam pelas rastreabilidade. São 461 SKUs, sigla técnica que identifica o código do produto no fluxo entre estoque e prateleiras. Cada apresentação ou tipo é um SKU.
Para dar certo esse fluxo, o produtor é peça fundamental. A etiqueta com todos os dados do item é emitida na propriedade. Os dados já alimentam o sistema da varejista, detalhe que ajuda também no controle, em identificar o que pode não ter saída e redimensionar volumes de abastecimento, cita Neto.
Mas o grande alvo é a qualidade, a especificação e uniformidade da mercadoria que vai para a loja. O diretor de Logística e os gestores da área de Qualidade e Segurança Alimentar, Douglas Figueiredo e Alessandra Collares, descreveram o passo a passo da rastreabilidade, com principais pontos no quadro ao lado.
Passo a passo do Rama no Grupo Unidasul:
1. Os 47 fornecedores recebem diariamente os pedidos. Os produtos são acondicionados em caixas plásticas devidamente identificadas com etiquetas de rastreabilidade.
Em seguida, são transportados até o CD de hortifruti, em Esteio. Ao chegarem, os produtos passam por inspeção pela equipe de controle de qualidade, para padronização, usando fichas técnicas catalogadas em sistema informatizado, para confrontar com o que é recebido do fornecedor. Após a aprovação, os produtos são armazenados, separados conforme a demanda, e posteriormente distribuídos às lojas em caminhões refrigerados, preservando sua integridade e qualidade.
No fim do processo, os produtos são embalados e identificados com etiquetas com informações de rotulagem e rastreabilidade.
2. A identificação é fixada dentro das caixas plásticas utilizadas no processo de abastecimento dos produtos FLVs são higienizadas a cada utilização garantindo que não haja qualquer tipo contaminante. Estas caixas são utilizadas no transporte dos produtos a granel, garantindo a rastreabilidade em todas as etapas da cadeia logística. Fornecedores receberam treinamento sobre rastreabilidade.
3. São feitos exames em amostras, com uso dos softwares PariPassu e CLICQ, plataforma de questionários online para registrar as análises realizadas e verificação de requisitos higiênico-sanitários. Cada produto recebido é devidamente registrado por meio desse sistema, que permite a inclusão de fotos e documentos.
4. A rastreabilidade e o controle rigoroso da cadeia de alimentos garantem a segurança alimentar, a transparência e o respeito ao consumidor. O trabalho depende de tecnologias robustas, equipes capacitadas e responsabilidade dos fornecedores.
Fonte: Grupo Unidasul