Vender medicamentos sem prescrição médica é um pleito antigo dos supermercados. Proposta tramita no Congresso Nacional, mas antes tem uma queda de braço com as farmácias, que, de outro lado, vendem itens que vão além dos produtos farmacêuticos, cosméticos e higiene pessoal, como alimentos, bebidas, itens para churrasco, brinquedos e até eletros.
VÍDEO: Presidente da Abad explica as "farmácias" nos supermercados
Na 44ª Convenção da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), em Atibaia, em São Paulo, o assunto foi apontado como um dos prioritários. Por duas razões: envolve varejistas e quem abastece os pontos de venda.
"O tema principal é baratear os remédios para a população", argumenta o presidente da entidade Leonardo Severini. "Por outro lado, temos redes de farmácia que vendem até remédio", confronta Severini.
"A gente faz essa brincadeira, mas sabemos que as farmácias são um negócio sério para atender a população na cura de doenças, na saúde", esclarece o dirigente, citando que algumas marcas comercializam em lojas carne, carvão, gelo, sorvete e produtos pet. Em Porto Alegre, teve loja da rede Sao João que começou a vender, mas teve de tirar da gôndola devido a exigências de regras da saúde,
Depois de anos de impasse, a Abad, Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e Associação Brasileira dos Atacarejos (Abaas) levaram outra ideia ao Congresso. A proposta para tentar aprovação prevê área restritiva para a venda e farmacêutico.
Sao Joao abriu unidade na Zona Norte de Porto Alegre que chegou a vender carne
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Segundo Abras/Nielsen, já existiriam mais de 21,4 mil unidades com farmácias próprias integradas pelo País.
"A proposta está sendo modernizada para permitir que o varejo alimentar possa ter uma área de farmácia pré-determinada dentro da sua área de vendas para poder vender os medicamentos com um farmacêutico presente diante para a população", explica Severini.
"Os remédios vão ficar mais baratos diante de um ambiente concorrencial", aposta o dirigente.
A Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) já se manifestou contrária à nova investida diz que existem mais de 93 mil farmácias no País para atender a população.