O varejo está de olho no Dia dos Pais de 2024 para tirar “o atraso” nas vendas, principalmente em segmentos como vestuário. Além do frio, o apelo emocional é aposta para motivar consumidores. Depois do Dia das Mães, segunda melhor data promocional, atrás apenas do rush de fim de ano (Natal mais Black Friday), e dos Namorados que foram frustrados pelas cheias, lojistas e supermercadistas acreditam em mais fluxo, com concentração de maior parte das compras esta semana, dias antes da data.
A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL-RS) receita de
R$ 735 milhões com as compras. Já o Sindilojas Porto Alegre estimou em
R$ 222 milhões no varejo local.
A Fecomércio-RS apontou, em nota, que o ambiente está mais favorável. "Essa será a primeira data comemorativa em que o cenário aparenta uma normalidade maior e deve apresentar um resultado melhor do que no mesmo período do ano anterior", comparou a entidade estadual.
"Este ano o calendário ajudou. Tivemos um fim de semana passado com boas vendas, e o pagamento de salários saindo agora, antes da data, vai movimentar mais as compras. O churrasco é o carro-chefe", avalia o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo. A previsão é de um Dia dos Pais este ano com melhor desempenho frente ao de 2023.
Um dos impulsos para as vendas pode vir da variação de preços. A CDL Porto Alegre (CDL-POA) examinou a cesta com os principais itens presenteáveis e apontou que a inflação do listão, que vai de roupas, doces a vinhos e carnes - pensando no churrasco -, ficou em 0,8% nos últimos 12 meses na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA). No Brasil, a variação foi de 1,7%, mais que o dobro em ponto percentual, apurou a CDL-POA.
No mesmo período que antecedeu o Dia dos Pais em 2023, a inflação dos itens estava mais salgada, de 3,4% na RMPA e de 4,8% na média da praças onde é calculado o IPCA no País, respectivamente.
Este tipo de avaliação pode motivar as compras? No geral, os produtos e serviços estão subindo mais. O IPCA de 12 meses em junho deste ano (último dado conhecido) ficou em 4,2% no País e em 3,7% na região metropolitana gaúcha.
"O levantamento sinaliza para uma ótima janela de oportunidades para a concretização de bons negócios, sobretudo considerando todo o impacto que as inundações causaram no Rio Grande do Sul", reforça, na nota técnica, o economista-chefe da CDL-POA, Oscar Frank, indicando que há ainda outros elementos que as empresas do comércio devem atentar.
"O atual cenário é caracterizado pela injeção de liquidez (recursos novos e antecipação de benefícios e outros pagamentos dos governos) que, em muitas ocasiões, está sendo canalizada para aquilo que é essencial para a retomada de um mínimo padrão de normalidade por parte das famílias afetadas", justifica o economista-chefe, em nota.
A Fecomércio-RS também colocou uma lupa na variação anual de "itens presenteáveis" e apontou altas de 1,18% em vinhos, 0,66% nas calças compridas masculinas e 0,98% em camisas/camisetas masculinas à queda de 4,11% no preço de relógios de pulso, por exemplo.
As maiores altas foram em bermudas e shorts (5,32%), sapatos (5,50%), tênis (4,77%) e perfumes (4,84%). Pesquisa do SindilojasPOA indicou que roupas, calçados e perfumes lideram a preferência dos pais na hora de ganhar presentes.