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Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 31 de Março de 2024 às 21:30

CEO da Vulcabras aposta na venda em lojas multimarcas

 Bartelle: "Estamos preparados para trazer novas marcas, mas depende de negociações e prazos longos"

Bartelle: "Estamos preparados para trazer novas marcas, mas depende de negociações e prazos longos"

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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O CEO da Vulcabras, Pedro Grendene Bartelle, é um fã das lojas multimarcas que entregam, segundo ele, mais vendas. Ao falar do perfil do varejo de modelos esportivos no Brasil, Bartelle opina que faltam mais pontos que possam comercializar do tênis ao vestuário e acessórios.
O CEO da Vulcabras, Pedro Grendene Bartelle, é um fã das lojas multimarcas que entregam, segundo ele, mais vendas. Ao falar do perfil do varejo de modelos esportivos no Brasil, Bartelle opina que faltam mais pontos que possam comercializar do tênis ao vestuário e acessórios.

LEIA MAIS: Tecnologia incentiva esporte de alta performance no Brasil, diz Bartelle

Mas a companhia tem planos de expandir, com abertura de mais unidades da Under Armour, comprada junto com a Mizuno, negócios que elevaram o desempenho do grupo nos anos recentes.

Aliás, ir ao mercado para adquirir mais marcas está no roteiro do CEO, que, admite, já mapeia oportunidades. Bartelle também critica liquidações no setor com preços abaixo do custo, em meio à forte competição em 2023.
Minuto Varejo - Qual é o impacto de focar no esporte?
Pedro Grendene Bartel - A Vulcabras se especializou no esporte, atuando com Olympikus, Under Armour e Mizuno. Não só competimos em volume de pares, mas também em alta performance esportiva. Desde que focamos no segmento esportivo, quase triplicamos de tamanho. Foram mais de R$ 600 milhões de aportes em seis anos para elevar a capacidade de produção e modernizar o parque fabril. Hoje podemos produzir qualquer tecnologia do mundo. O centro de desenvolvimento, em Parobé, tem mais de mil profissionais dedicados à inovação.
MV - Vai ter expansão?
Bartelle - Vamos continuar expandindo. Acredito que o Brasil é muito rico e precisamos continuar investindo para competir no exterior e retomar o nível das exportações. Pelos custos asiáticos, que não são tão honestos quanto os do Brasil, perdemos competitividade internacional.
MV - Qual foi o impacto da compra da Mizuno e Under Armour?
Bartelle - Com todos os investimentos nas unidades, conseguimos entregar para estas marcas uma inteligência de desenvolvimento de produto e mercado que auxilia muito a encontrar o produto certo para o brasileiro. Nossos estudos apontam que precisamos fazer um tênis coringa, que possa ser multifuncional e resistente para uso em diversos momentos. O Brasil tem poder aquisitivo médio e consome poucas unidades. A cada dois anos, compra um par de tênis. É muito pouco.
MV - O tênis pode ser mais barato?
Bartelle - Conseguimos entregar um produto com preço muito bom. Tênis não é um produto tão simples, pois tem performance, o que limita preço mais baixo. Mas a carga tributária pesa. O nosso maior concorrente, que é o asiático, paga um terço pela mão de obra frente à nossa. O brasileiro é mais produtivo por trabalhador, mas não é competitivo ante os custos asiáticos.
MV - A empresa vai comprar mais marcas?
Bartelle - Estamos preparados para trazer novas marcas, mas isso depende de negociações e bons contratos. Só fechamos negócios por longo prazo para que possamos investir. O mercado está em ebulição e devem surgir oportunidades em breve.
MV - Abertura de lojas por marcas mundiais afeta vocês?
Bartelle - O ano de 2023 foi o mais competitivo no cenário esportivo interno porque várias marcas internacionais que não estavam no Brasil vieram e com uma presença importante, com lojas, distribuição ou fabricação em terceiros. Foi uma competição complexa e difícil e foi o melhor ano da Vulcabras. Mas foram feitas grandes liquidações, com produtos vendidos abaixo do preço de custo por marcas grandes, o que preocupa.
 
MV - A concorrência com preços abaixo do custo tem continuado este ano?
 
Bartelle - Vemos tendência de diminuição dessas liquidações, até porque quando ocorrem são erros de programação. A maioria dos itens vem da Ásia. Países emergentes também escoam para cá produção por excesso em outros mercado. A Abicalçados tem olhado de perto para essa situação, pois se trata de concorrência desleal.
 
MV - A empresa vai reforçar os pontos de venda?
 
Bartelle - Os pontos físicos são cada vez mais de experiência, para mostrar a proposta da marca e as pessoas provarem os modelos. Vamos abrir mais lojas da Under Armour, que são nove hoje, e deve ter no Rio Grande do Sul, mas ainda sem data. O Brasil tem tradição de vender itens em sapatarias e lojas especializadas. Faltam varejos que vendam a coleção completa, de vestuário a acessórios. A Olympikus está em mais de 19 mil pontos pelo País e não temos planos de abrir loja própria para a marca. Varejos multimarcas trazem prestígio e aumentam as vendas dos nossos produtos.
 

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