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Minuto Varejo
Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 26 de Março de 2024 às 18:21

Páscoa deve gerar R$ 200 milhões com menos ovos e mais caros

Parreirais de ovos estão menores ou compactos em algumas lojas e com alta de preços frente a 2023

Parreirais de ovos estão menores ou compactos em algumas lojas e com alta de preços frente a 2023

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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Patrícia Comunello
A Páscoa de 2024 está diferente. Não só o item mais tradicional da data promocional está mais "salgado", em termos de preço, como visivelmente os ovos de chocolate perderam espaço em muitos supermercados. Aqueles parreirais, porque lembram as formações de uvas, estão menores e menos fartos de variedade de produtos. 
A Páscoa de 2024 está diferente. Não só o item mais tradicional da data promocional está mais "salgado", em termos de preço, como visivelmente os ovos de chocolate perderam espaço em muitos supermercados. Aqueles parreirais, porque lembram as formações de uvas, estão menores e menos fartos de variedade de produtos. 
 
Segundo supermercadistas ouvidos pela coluna Minuto Varejo, a reposição está sendo feita com mais frequência, quando há compra dos itens. Sobre o resultado nos caixas, a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do RS (FCDL-RS) projeta resultado de R$ 213 milhões entre todos os itens, que vai de doces a pescados, com alta de 6,5% ante 2023.
A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) não fez pesquisa de vendas, mas aposta em variação de 6%. Mais uma vez, o que já virou regra, ante ovos mais caros, barras e caixas de bombons devem ser uma alternativa. Em lojas de bairro, a reposição é de barras e caixas de bombons. Preços dos ovos ainda não mostra recuo.  Nas gôndolas, a percepção de frequentadores é de áreas menores e opções acima de 200 gramas que estão perto dos R$ 100,00 ou mais. 
"Menos ovos, mais tabletes, caixas de bombons, chocolates de outros formatos. A Páscoa deixou de ser ovos de chocolate", resume o presidente da Agas, Antonio Cesa Longo. Uma constatação é que as fabricantes vieram este ano com menos variedade, como opções com brinquedos, para atrair crianças. Lucas Ortiz, gerente comercial da rede Asun, valida que este ano tem menos opção de ovos e, em média, preços subiram entre 8% e 10% para as lojas. "Quem busca mais preço vai deixar para comprar nos últimos dias, mas aí pode não encontrar as marcas desejadas", alerta Ortiz.

"Tudo indica que o que mais vai puxar as vendas são mesmo os pescados, mais demandados na Sexta-Feira Santa, chocolates de todos os tipos - como alternativa ao ovo e mais baratos -, colombas e carnes e bebidas para o tradicional churrasco de domingo", diz a FCDL-RS. 
A Fecomércio-RS avalia que a "conjuntura é relativamente favorável para a data". Mercado de trabalho aquecido e renda, que ganha mais espaço para gastos devido à desinflação, com queda de preços dos alimentos. Entre a Páscoa de 2023 e 2024, a inflação de alimentos no domicílio, medida pelo IPCA-15, passou de 13,65% em 12 meses, cita a entidade. Chocolates em barra e bombons acumulam queda de 0,6% em 12 meses até fevereiro. Já os pescados tiveram elevação de 8,16%, frente a 2023.
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) calculou alta de 9,29% na cesta de Páscoa deste ano entre as capitais pesquisadas para, que inclui Porto Alegre, elevação bem acima da inflação acumulada de 3,5% em 12 meses, de março de 2023 a fevereiro de 2024. André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Ibre-FGV, comenta que, apesar da elevação de preços, há redução em ingredientes essenciais do almoço de domingo de Páscoa, como bacalhau, com queda de 2,27%.  

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