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Minuto Varejo
Patrícia Comunello

Patrícia Comunello

Publicada em 08 de Fevereiro de 2024 às 17:25

Farmácia e supermercado puxam vendas do varejo gaúcho em 2023

Farmácias tiveram alta de 6% nas vendas no ano passado, melhor desempenho no conceito restrito

Farmácias tiveram alta de 6% nas vendas no ano passado, melhor desempenho no conceito restrito

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Farmácias tiveram alta de 6% nas vendas no ano passado, melhor desempenho no conceito restrito

Farmácias tiveram alta de 6% nas vendas no ano passado, melhor desempenho no conceito restrito

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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Patrícia Comunello
O desempenho do varejo gaúcho em 2023 foi puxado por dois motores de vendas e que explicam muito da conjuntura que marcou o ano. A dupla farmácia e supermercados teve os melhores desempenhos, com altas de 6% e 4,1% respectivamente, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O desempenho do varejo gaúcho em 2023 foi puxado por dois motores de vendas e que explicam muito da conjuntura que marcou o ano. A dupla farmácia e supermercados teve os melhores desempenhos, com altas de 6% e 4,1% respectivamente, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A média dos segmentos do chamado varejo restrito no Estado, que tem itens mais consumidos, teve avanço de 2,3%, enquanto o Brasil ficou em 1,7% em 2023. O varejo ampliado, com veículos, materiais de construção e atacarejos, avançou 1,2% no Estado.   
O fator renda pesou para os dois segmentos que melhor performaram, enquanto juros e inadimplência maiores, outras duas marcas do ano passado, penalizaram segmentos como vestuário, eletromóveis e materiais de construção, todos com queda no volume comercializado no Rio Grande do Sul. 
Economistas ligados à Fecomércio-RS e à CDL Porto Alegre apontaram recuo da inflação como fator que favoreceu os dois segmentos, mas também sinalizaram para impactos mais da reta final do ano, com situação climática, agravada por um volume maior de chuvas.
No quadro geral, a economista define 2023 como "o ano do impulso ao consumo mais dependente de renda, com suporte de emprego e inflação recuando", diz a economista da Fecomércio-RS, Giovana Menegotto.
A demanda por medicamentos alimenta o setor e deve continuar, em meio a um Estado com envelhecimento acelerado. Giovana também anota a concorrência de importados, com fluxo intenso de compras via plataformas asiáticas, de confecção a itens para casa, como fator que pode ter afetado o volume vendido.
Oscar Frank, economista-chefe da CDL-POA, indicou o fator chuva como decisivo no desempenho dos últimos meses do ano. "O varejo gaúcho tem tido grandes dificuldades desde o último quadrimestre do ano de 2023, quando tivemos o início de um período marcado pela grande incidência de chuvas, principalmente em setembro e novembro, mas que também ocorreram acima da média em dezembro", lista Frank.
Os dados de chuvas em maior volume são do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Dezembro frente a agosto, teve baixas acumuladas de 5,3% no varejo restrito e de 5,7% no ampliado, cita o economista. "Ainda assim, conseguimos crescer em 2023, porém em um ritmo modesto", conclui Frank.
Contexto de varejistas em crise, fechamento de lojas e restrição de créditos afetou segmentos. No Estado, o inverno ameno, quase sem frio, foi o pesadelo dos setores de tecidos, vestuário e calçados. Veículos tivera um alento, após anos da pandemia em queda, devido ao programa federal que reduziu preços, cita o economista-chefe da CDL-POA. 
Para 2024, a expectativa é de uma recomposição de setores que fecharam no negativo, sob efeito da melhora de indicadores, principalmente com a Selic, que é o juro básico, reduzindo, que podem afetar a condição das dívidas e atrasos na quitação.
A supersafra esperada de grãos deve injetar mais demanda em cidades situadas em centros de produção primária. "Parte importante do Estado depende do agro, e isso transborda para o comércio", associa a economista da Fecomércio-RS. "Em 2024, não teremos nenhum boom do comércio, mas o cenário é positivo e que evoluir de forma mais modesta", aposta a economista da Fecomércio-RS.

Segmentos dependentes de crédito sofrem queda

Em dezembro, no fechamento do ano passado, o varejo restrito seguiu o mesmo percentual de 12 meses, crescendo 2,3% no volume vendido no Estado. A maior alta foi de combustíveis e lubrificantes, de 10,7%. Em 12 meses, o setor avançou 6%, ficando no nível de farmácias.
Os economistas questionam a base de dados. No primeiro semestre, a base usada pelo IBGE acabava gerando elevações de mais de 40% a 50% na bomba, frente aos registros de notas eletrônicas de vendas pelo Estado abaixo de 10%. 
Hipermercados e supermercados, subiram 10,5% em dezembro, artigos farmacêuticos, 4%. Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação registraram elevação de 22,4% no fechamento anual e 0,4% no acumulado de 12 meses.
Nos desempenhos negativos, figuraram tecidos, vestuário e calçados, com queda de 0,7% em dezembro e 6,1% no ano. Móveis e eletrodomésticos tiveram alento, com leve alta de 1,1% em dezembro, mas acumularam recuo de 1% no ano. Livros, jornais, revistas e papelaria despencaram 18,4% em dezembro e, em 12 meses, 12,2%. Em 12 meses, de janeiro a dezembro de 2023, veículos, motocicletas, partes e peças tiveram vendas 2,7% menores, já material de construção, -0,5%, e atacarejos, queda de 8,4%.
O ampliado teve queda de 1,9%, influenciada pelos recuos em veículos (2,7%) e de venda de materiais de construção (3,4%) no mês. Atacarejos avançaram 3,5% no fechamento do ano. Mas em 12 meses, veículos subiram 9,1%, enquanto materiais de construção venderam 0,5% menos e atacarejos, -8,4%. 

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