Marca de cosmético circular que transforma refugo de uva processada em vinícolas em produtos como xampus, sabonetes e hidratantes veganos, a Ziel experimenta um importante momento para operações que vendem para consumidor final. Alma em dinamarquês, a Ziel agora tem loja física e no shopping mais antigo de Porto Alegre.
A estreia é em um quiosque, que vem sendo o modelo de entrada de novas marcas em shoppings, muito por que são empresas inovadoras e com perfil de pequeno negócio. Para os empreendimentos, é uma forma de testar as marcas e fazer parte da evolução comercial e de relação com os consumidores.
A operação abriu em 15 de novembro do Iguatemi. O ponto tem toda a linha de produtos. Em meados de dezembro, a marca gaúcha desembarca no Shopping Rio Design Barra, na capital fluminense. Em 2024, estão previstos mais três quiosques próprios em shoppings de São Paulo e Brasília, informa a empresa.
A Ziel fez parte da recente feira de produtos sustentáveis que o Iguatemi Porto Alegre promoveu, dentro do
seu projeto Cubra o Mundo de Verde. Um dos focos é dar oportunidade para os participantes entrarem no mix comercial.
Ana planeja ampliar linhas com uso de resíduos de outros tipos de produções da Serra. Foto: Patrícia Comunello/JC
A farmacêutica Ana Koff fundou a empresa de cosméticos em 2021, em Bento Gonçalves, e ganhou rapidamente projeção nacional. "Beleza circular é pegar o insumo que ia para o lixo e colocar novamente no consumo, dando uma segunda vida. Fazemos cosméticos em barra, naturais, veganos, perfumados com óleos essenciais. Nosso principal ativo vem da circularidade", explica a farmacêutica.
A marca utiliza todos os resíduos possíveis (da uva à maçã) e ganhou mais atenção ao criar a primeira esfera para banho efervescente com cristais naturais da fermentação do vinho. O resíduo que fica depositado nos recipientes das vinícolas, após o processo de vinificação e que seria incinerado, transforma-se no novo produto da marca.
Outro detalhe da Ziel é que há produto em embalagem de plástico. Todos são em formato de barra, do sabonete, que é mais comum, ao xampu e outros itens.
A farmacêutica desenvolveu os produtos e depois partiu para a o negócio solo a partir de uma inquietação da infância.
"Via montanhas de refugo de casca e sementes de uva da produção da vinícola da nossa família", recorda ela. Ao cursar a faculdade em Porto Alegre, a jovem percebeu que teria a chance de mudar a destinação dos resíduos que se multiplicam nas áreas de produção da bebida.
"O shopping é uma vitrine importantíssima para mostrar os produtos aos consumidores", comenta a fundadora.
Sobre o futuro da marca, Ana antecipa que mais refugo de outras espécies vegetais vão virar produtos. "Vamos lançar 40 novos produtos até maio de 2024. A gente quer chegar ao Brasil todo. Começamos pelo vinho, fomos para a maçã e vem mais material de refugo de vegetais por aí", avisa a empreendedora.