De São Francisco,
“A revolução dos agentes, sem dúvida, chegou. É um movimento excitante, e eu não poderia estar mais feliz".
O cofundador e CEO da Salesforce, Marc Benioff, abriu nessa terça-feira (14) de forma otimista o Dreamforce 2025, que acontece em São Francisco (EUA).
A proposta da empresa, que atualmente se posiciona como o “CRM de IA número 1 do mundo”, é ajudar as companhias a se transformarem em ‘Empresas Agentes’.
A Inteligência Artificial agêntica é considerada a nova fase desta tecnologia. Nesse modelo, os agentes de IA combinam elementos da IA preditiva e generativa, ou seja, absorvem os recursos das fases anteriores e passam a executar ações de forma autônoma.
“Eu realmente acredito que esta é a próxima revolução. Passamos pela nuvem, pelos dispositivos móveis, pelas redes sociais, pela IA preditiva e agora estamos entrando na revolução dos agentes de IA", aponta Benioff.
O CEO da Salesforce avalia que a taxa de aceleração e inovação tecnológica excede em muito a taxa de adoção da tecnologia.
“Estamos em um momento na IA em que não conseguimos acreditar na velocidade da mudança e da inovação. Tenho certeza de que todos acordam e dizem: "Uau, isso é incrível. Isso é inacreditável. É como se estivesse além das nossas expectativas", disse.
Benioff fez uma análise dos últimos 26 anos da tecnologia e comentou o fato de que, como consumidor final das novas tecnologias, ele tem avançado continuamente no uso das novas funcionalidades.
Mas, no escritório, a experiência ainda é diferente. “Temos uma tecnologia de consumo incrível em nossos celulares, mas quando chegamos aos negócios, acredito que ainda não temos o mesmo nível de poder", aponta o executivo da Salesforce.
Entre os speakers deste ano do Dreamforce estão o CEO do Google & Alphabet, Sundar Pichai, o ministro de Comunicações e TI da Arábia Saudita, H. E. Abdullah Alswaha, o CEO da Starbucks Coffee Company, Brian Niccol e a CEO da Time, Jessica Sibley.
Uma das novidades esse ano do Dreamforce é a Agent Force City, espaço em que os participantes podem conhecer o que os clientes da empresa estão fazendo com a tecnologia Agent.
“Estamos ouvindo os clientes com mais atenção, porque as respostas permanecem com o cliente e é ele quem nos guia", disse.
Em entrevista recente ao Mercado Digital, o gerente-geral da Salesforce Brasil, Rodrigo Bessa, disse que o Brasil tem se destacado com grandes casos de implantação dos agentes. "O país está acima da média", disse citando o trabalho feito com o banco gaúcho Agibank.
Dell automatizou cadeia de suprimentos
O fundador e presidente da Dell, Michael Dell, tem liderado pessoalmente a transformação da IA na empresa, e destacou a parceria com a Salesforce. O executivo sugeriu que, antes de implantar tecnologia, as empresas precisam entender profundamente quais são os principais processos nos quais isso deve acontecer.
“É tentador dizer ‘vamos fazer um projeto de IA, vamos implantar os agentes’. Mas, na Dell, gostamos de começar com as coisas que realmente fazem a diferença", destacou. Ele conta que a companhia passou por um movimento de se observar.
“Passamos a olhar a lógica de simplificar, padronizar e reimaginar os nossos processos para, então, aplicar a tecnologia”, destacou.
Foi isso que a Dell fez, por exemplo, na cadeia de suprimentos. “A lógica é automatizar o fluxo de trabalho e os processos, em última análise, para dar mais tempo às pessoas que estão fazendo coisas que são super valiosas para nós como empresa. Nós entregamos dezenas de milhões de produtos de missão crítica todos os anos. Portanto, nossa cadeia de suprimentos é absolutamente essencial para o que fazemos", conta.