Somente 2% das organizações globais estão preparadas em alto nível para escalar a Inteligência Artificial com segurança em todas as operações. Neste grupo seleto estão gigantes de tecnologia e os maiores conglomerados de finanças.
O relatório State of AI Application Strategy 2025, da F5, player global no fornecimento e proteção de aplicações e APIs, revela o estado da preparação para IA das organizações hoje e sua capacidade de se adaptar velozmente para acompanhar as inovações.
Para isso, compila insights de 650 líderes globais de TI e pesquisas adicionais com 150 estrategistas de IA. Os entrevistados atuam em organizações com receita anual entre US$ 200 milhões e 10 bilhões de dólares.
O maior grupo (77%) se encaixa nos critérios de moderadamente preparados para a IA, aponta estudo que cerca de 21% do universo pesquisado é classificado como pouco preparado para a IA, consumindo IA de forma isolada ou experimental e sem impacto consistente sobre os negócios.
Mesmo entre as maiores empresas do mundo, a cultura de preparação para a Inteligência Artificial ainda é insuficiente. Embora 77% das empresas demonstrem uma preparação moderada para a IA, a maioria carece de uma governança robusta e de segurança entre nuvens, aumentando a exposição a riscos.
“Numa era em que a IA se torna essencial para a estratégia de negócios, a preparação requer mais do que experimentação. É essencial que a organização conte com segurança, escalabilidade e alinhamento às melhores práticas”, defende o diretor de produtos e marketing corporativo da F5, John Maddison.
LEIA TAMBÉM: Remessas mundiais de PCs aumentaram 4,4%, aponta GartnerEm termos de verticais, o
grupo mais populoso – “moderadamente preparado para a IA” – c
onta com 81% de empresas de finanças, 74% de saúde e 73% da área de manufatura. A faixa das organizações com baixo preparo para a IA conta com grande número de agências governamentais e empresas do setor de educação – áreas muitas vezes limitadas por regulamentações e atrasos em investimentos.
Ainda assim, a pesquisa da F5 revela tendências que ilustram a rápida expansão do uso da IA pelas empresas. No total, 70% das organizações preparadas de forma moderada têm IA generativa em uso ativo e praticamente todas as outras estão trabalhando nisso.
Além disso, 25% das aplicações, em média, usam IA. Organizações preparadas em alto nível normalmente usam IA em uma porcentagem muito maior, com saturação em todo o portfólio de aplicações de negócios.
Organizações com baixo nível de preparação usam IA em menos de um quarto de suas aplicações, normalmente em ambientes isolados ou experimentais. As organizações preparadas de forma moderada atualmente têm IA presente em cerca de um terço das aplicações.
Quase dois terços dos entrevistados (65%) usam dois ou mais modelos pagos e pelo menos um modelo de código aberto. A organização média usa três modelos, e o uso de vários modelos está correlacionado com a implantação em mais de um ambiente ou local. A maioria dos modelos em uso hoje são modelos pagos, como o GPT-4, mas alternativas de código aberto também são populares.
Os principais modelos de código aberto citados são as variantes Llama da Meta, as variantes Mistral AI e o Gemma do Google.
“A IA já está transformando as operações de segurança, mas sem uma governança madura e proteções específicas, as empresas correm o risco de amplificar as ameaças”, acrescenta Maddison.
Razões para as deficiências em preparo para a adoção da IA
- Faltam proteções específicas para IA: apenas 18% das organizações preparadas de forma moderada implantaram um firewall de IA, com 47% pretendendo fazê-lo dentro de um ano.
- Fraquezas na governança de dados: apenas 24% das organizações praticam a rotulagem contínua de dados, indicando redução da transparência e aumento dos riscos de ataques adversos.
- Inconsistências entre nuvens: ambientes híbridos criam lacunas de governança, deixando fluxos de trabalho e dados expostos a vulnerabilidades.
- Superfície de ataque ampliada: o uso de diversos modelos de IA exacerba os riscos num contexto sem estruturas de controle adequadas para ferramentas de código aberto.
Como melhorar a preparação para a IA
- Diversificar modelos de IA: usar ferramentas de IA pagas e de código aberto, melhorando a governança para mitigar riscos.
- Expandir o uso da IA em fluxos de trabalho: ir além dos pilotos e incorporar a IA nas operações, análises e segurança para uma transformação em toda a empresa.
- Integrar segurança específica para IA: implantar proteções como firewalls de IA e formalizar processos de governança de dados, incluindo rotulagem de dados, para proteger os fluxos de trabalho.
- Organizações com alto nível de preparação para IA podem escalar com eficácia, mitigar riscos e aproveitar a inovação estrategicamente. Aquelas sem estruturas de maturidade enfrentam gargalos operacionais, desafios de conformidade e crescimento restrito.