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Inovação aberta é questão de convicção, aponta CIO da SAP
Matheus Souza, CIO da SAP América Latina e Caribe
SAP/Divulgação/JC
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Patricia Knebel
Na última década, o ecossistema de inovação brasileiro evoluiu muito, e boa parte desses avanços é resultado da colaboração entre empresas. Para isso, é preciso mais do que vontade de inovar; é preciso ter convicção e foco em solucionar desafios, defende o CIO da SAP América Latina e Caribe, Matheus Souza.
Na última década, o ecossistema de inovação brasileiro evoluiu muito, e boa parte desses avanços é resultado da colaboração entre empresas. Para isso, é preciso mais do que vontade de inovar; é preciso ter convicção e foco em solucionar desafios, defende o CIO da SAP América Latina e Caribe, Matheus Souza.
O executivo participou do Better Future, podcast do Jornal do Comércio, e falou sobre as iniciativas da companhia, que é reconhecida pela promoção da inovação aberta. Em 2023 e 2024, a SAP conquistou o primeiro lugar no ranking 100 Open Startups Indústria de Software pelo relacionamento desenvolvido com startups.
Mercado Digital – Como você avalia o nível de amadurecimento do ecossistema de inovação no Brasil?
Matheus Souza — A palavra amadurecimento é muito precisa sobre o estado da arte do que do que está acontecendo. Se formos olhar, muitas das pessoas que estão interagindo no ecossistema hoje, viveram um mundo de quase escassez, com poucas startups e aceleradoras. Isso vai fazer 10, 15 anos. Então, a gente cresceu muito nessa agenda de inovação aberta. Particularmente no Brasil, as empresas têm feito isso muito bem. Eu sempre digo que a inovação aberta é convicção.
As empresas que têm resultado de longo prazo realmente têm convicção de como fazer esse esforço e, muitas vezes, compartilhar conhecimento, investir horas e recursos, de abraçar essa nova economia — às vezes sem ter uma visão comercial do que aquilo vai trazer de benefício. Inovação aberta é sobre como ajudando aquela empresa que está no ecossistema a se desenvolver para que ela ajude o ambiente todo a crescer e aquilo ajuda o negócio. É como se fosse um ciclo virtuoso.
Mercado Digital – Qual a agenda da SAP nesse cenário?
Souza — Para a gente não é diferente. Os primeiros programas de inovação aberta começaram no SAP Labs há uns 11 anos. Fomos aprendendo também com toda a agenda de inovação e, hoje, estamos muito maduros. Inclusive, a SAP foi eleita a empresa número um da indústria de software pelo ranking da 100 Open Startups pela segunda vez. É muito legal porque vemos que a nossa trajetória é crescente - viemosda posição 70 até chegar ao primeiro lugar.
É reconhecimento do trabalho de um monte de gente, é uma organização que abraça essa filosofia da inovação aberta. E o mais bacana nisso tudo é que os fundadores das startups começarem a perceber a SAP como um parceiro, uma aliada sabe para abrir as portas. Temos um ecossistema muito valioso, e eles enxergam hoje a possibilidade de fazer parte.
Mercado Digital – Quais são os pilares de um bom modelo de inovação aberta?
Souza — Do lado da corporação, é fundamental ter estratégia. Ou seja, é saber, com a realidade do que é uma startup e do que ela traz, o que eu posso esperar. O fator número 1 das empresas que falham nisso é ter as expectativas totalmente desalinhadas. No fundo, a inovação aberta é uma aliada para resolver problemas em conjunto. Quando surgem questões de governança, interesses ou conselhos, isso vai para o campo do relacionamento e é onde as coisas param. O segundo ponto, além da estratégia, é entender como medir os resultados. Existem vários indicadores e formas de fazer isso, mas é essencial sempre medir.
No nosso caso, estamos focando muito no tamanho da comunidade. Olhamos para quantas startups estamos conseguindo gerar a chance de entenderem o nosso ecossistema. Além do quantitativo, também analisamos o qualitativo para identificar os cases que realmente se destacam. Hoje temos uma comunidade de aproximadamente 300 startups na América Latina, sendo 220 ou 230 no Brasil, que é o nosso maior mercado.
Dentro dessa comunidade, tem a expectativa de algumas realmente darem esse salto exponencial. Muitas vezes, isso vai justificar todo o modelo das outras que não chegam lá. Mas, independentemente disso, queremos oferecer a chance para startups crescerem dentro do nosso ecossistema com equidade, garantindo que elas tenham condições de entender como fazer parte e crescer nesse ambiente.
Mercado Digital – Os clientes da SAP têm demandado conexões com startups especializadas em inteligência artificial?
Souza — Muitas vezes, os clientes querem resolver problemas de indústria. Isso eu ainda vejo, ou pelo menos é onde a gente vê um match que tem mais investimento. A inteligência artificial é uma tecnologia incrível, todo mundo está olhando para isso. A própria SAP ajustou a sua estratégia para também ser uma empresa de software empresarial baseada em AI. Temos investimentos também através do nosso venture capital em algumas startups de IA. Hoje, principalmente para o nosso cliente na América Latina, a AI é inerente, mas o que realmente tem gerado os maiores matches é resolver aquele problema específico que ele tem para uma operação logística ou um processo que ele não faz.
Mercado Digital – De que forma a inovação e a tecnologia podem contribuir para a construção de um futuro melhor?
Souza — Estamos indo para um mundo onde não haverá mais dados públicos novos para explorar e saberemos, em tempo real, quantos seres humanos existem, o que cada um traz na mesa e como essa inteligência coletiva se conecta com tudo isso. Precisamos definir como queremos que isso aconteça. Acho que o 'better future' é o futuro que preferimos construir, traçando uma rota e, intencionalmente, criando em comunidade. E não que ele aconteça porque a gente está vivendo ao modo randômico essa loucura toda. É sobre como a gente, intencionalmente, da hora que acorda até a hora de dormir, usa todos esses recursos que existem hoje disponíveis para sermos pessoas melhores.