A perda de ativos intangíveis (informação e propriedade intelectual) roubados ou destruídos na América Latina foi 19% maior (US$ 1,03 bilhão) em comparação às perdas de ativos tangíveis (propriedades, plantas e equipamentos), que somaram US$ 867 milhões.
Os dados são Relatório Comparativo de Riscos Intangíveis e Tangíveis de 2024, realizado pela Aon plc, empresa global em serviços profissionais, em parceria com o Instituto Ponemon.
O estudo, que teve a colaboração de 528 empresas latino-americanas, revela que a inteligência artificial (IA) generativa, que cria materiais como imagens, música e textos, dá origem a ameaças como violações de segurança/privacidade e infrações de propriedade intelectual. Incidentes cibernéticos também representam as maiores perdas em ativos intangíveis para essas organizações.
O objetivo principal da pesquisa foi proporcionar uma ampla compreensão das ameaças trazidas pela IA generativa à medida que ela evolui, analisar o contexto no qual o risco cibernético contribui para a perda de valor dos ativos e entender as condições atuais da PI (Propriedade Intelectual).
O relatório ressalta, especialmente, o papel dos seguros na proteção de ativos intangíveis, ajudando empresas a tomar melhores decisões sobre a alocação de seus recursos e a se protegerem contra ameaças tangíveis e intangíveis.
Para as organizações participantes do estudo, o valor médio total dos investimentos em ativos tangíveis foi de US$ 1,087 bilhão, enquanto o valor dos ativos intangíveis foi de US$ 1,223 bilhão.
No entanto, apenas 19% dos ativos intangíveis estão cobertos por seguros, em contraste com os ativos tangíveis, que estão assegurados em quase três vezes mais: 57%.
"Se os ativos intangíveis são valiosos porque geram vantagens competitivas, eles são o pilar da transformação digital atual e estão acima dos ativos tangíveis em termos de valor, além de serem alvo de ataques cibernéticos, nosso grande desafio é oferecer soluções inovadoras que abordem as principais prioridades dos nossos clientes e tragam toda a nossa experiência global”, analisa o cyber Manager para América Latina na Aon, Edwin Sabogal Rojas.
Para ele, já não basta apenas ter ciberseguros ou seguros que protejam a propriedade intelectual.
“Com a proliferação dos riscos intangíveis, novas abordagens para a segurabilidade estão sendo reconsideradas e estaremos ao lado de nossos clientes, os assessorando para que tomem as melhores decisões", diz.
Principais conclusões apresentadas pelo relatório:
A probabilidade de perdas é maior para ativos intangíveis do que para ativos tangíveis.
O valor total médio dos ativos intangíveis é quase 19% superior ao dos ativos tangíveis.
A perda máxima provável média de ativos intangíveis é cerca de 19% maior que a de ativos tangíveis.
67% das organizações utilizam ou têm intenção de utilizar produtos ou serviços de IA.
48% das organizações sofreram uma violação de segurança ou de dados material ou significativamente disruptiva uma ou mais vezes nos últimos 24 meses.
Embora a maioria das organizações ainda não tenha apólices de seguro específicas para propriedade intelectual, quase dois terços demonstram interesse em adquiri-las.