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Patricia Knebel

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Publicada em 13 de Maio de 2024 às 11:24

TJRS migra operações para a nuvem em tempo recorde

As águas tomaram conta dos arredores do prédio do TJRS, onde fica o data center central

As águas tomaram conta dos arredores do prédio do TJRS, onde fica o data center central

Divulgação/JC
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Manter de pé o Judiciário gaúcho tem sido um trabalho gigantesco desde que Porto Alegre foi assolada pelas enchentes. Todo trabalho de advogados, magistrados, Ministério Público e fóruns depende do eproc, plataforma que estava hospedada em data centers localizados em áreas alagadas da cidade. Em meio aos desafios enfrentados em decorrência do alagamento das áreas onde estão os sistemas do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), a decisão foi a de migrar 100% das operações para a nuvem.Detalhe, o que normalmente levaria seis meses, será concluído em menos de 15 dias. "Essa é uma das operações mais complexas que pude participar. Estamos na reta final para estar com 100% da plataforma do Judiciário gaúcho, o que representa mais de 10 milhões de processos, na nuvem", relata o assessor da presidência do TJRS para tecnologia e inovação, Alsones Balestrin.Empresas como a Amazon Web Services (AWS), o Serpro e outros players participam dessa missão.
Manter de pé o Judiciário gaúcho tem sido um trabalho gigantesco desde que Porto Alegre foi assolada pelas enchentes. Todo trabalho de advogados, magistrados, Ministério Público e fóruns depende do eproc, plataforma que estava hospedada em data centers localizados em áreas alagadas da cidade.

Em meio aos desafios enfrentados em decorrência do alagamento das áreas onde estão os sistemas do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), a decisão foi a de migrar 100% das operações para a nuvem.

Detalhe, o que normalmente levaria seis meses, será concluído em menos de 15 dias.

"Essa é uma das operações mais complexas que pude participar. Estamos na reta final para estar com 100% da plataforma do Judiciário gaúcho, o que representa mais de 10 milhões de processos, na nuvem", relata o assessor da presidência do TJRS para tecnologia e inovação, Alsones Balestrin.

Empresas como a Amazon Web Services (AWS), o Serpro e outros players participam dessa missão.
"Estamos numa jornada ininterrupta, literalmente dia e noite, lutando bravamente para manter nossos sistemas minimamente funcionando. Nesse momento, graças a um trabalho hercúleo de nossas equipes, somos o único órgão de todos o sistema de justiça gaúcho que possui seus sistemas em funcionamento", afirma o presidente do Conselho de Inovação e Tecnologia e Coordenador do Comitê de Governança Inovação e Tecnologia do TJRS, Antonio Vinicius Amaro da Silveira.
Para entender as decisões tomadas nos últimos dias, vale esclarecer como a infraestrutura está desenhada.

O Judiciário gaúcho possui seus sistemas de informática alocados em dois data centers, dispostos em duas salas-cofre. Uma sala principal, localizada no prédio do Tribunal de Justiça, com redundância em outra, mantida no prédio do Foro Central II. Os dois funcionam em paralelo e simultaneamente, garantindo melhor desempenho e performance no atendimento das demandas.

Com os níveis recordes do Guaíba e diante do risco iminente de inundação, a primeira ação, ainda no sábado (4) foi transferir a operação principal do prédio do TJ para a sala-cofre do Foro Central II. E, por fim, veio a decisão de desligar todos os sistemas, de forma preventiva e gradual, como já haviam feito o Ministério Público, a Defensoria Pública, TRF4 e TRT4.

A água tomou conta do prédio e as máquinas ficam no 7º andar.

"A interrupção geral do fornecimento de energia elétrica em toda a região, e consequentemente o desligamento da subestação de bombeamento da 'Rótula das Cuias', apontava para o inevitável alagamento também no Foro Central II", comenta Amaro da Silveira, explicando a decisão.

Sem energia elétrica, e para manter a funcionalidade, os sistemas passaram a operar com a geração de energia por combustão a diesel na sala-cofre do Foro Central II.

"Após avaliarmos todo o contexto, com apoio de empresas parceiras, decidimos antecipar a execução de nosso planejamento, a fim de iniciarmos imediatamente a migração de nossos dados para um ambiente mais seguro, que não dependesse do abastecimento de energia elétrica no local onde estamos", conta.

Agora, o desafio tem sido manter a operação em funcionamento, para que seja possível dar atendimento às medidas judiciais e viabilizar a estabilidade e integridade aos sistemas.

Mas, é preciso restringir as operações no eproc, plataforma eletrônica usada pelo judiciário.

"Administrar também é eleger prioridades. E essa é a razão de a Administração do Poder Judiciário ter emitido ato conjunto da Presidência com a Corregedoria-Geral da Justiça, restringindo o acesso ao eproc. A medida é necessária porque precisamos da maior velocidade possível na operação de migração de dados, pois não sabemos quanto tempo conseguiremos manter a sala-cofre em operação através dos geradores a diesel', destaca Amaro da Silveira.

"Se o eproc cair, não será apenas nas comarcas atingidas pela catástrofe climática, mas sim em todo o estado", alerta.

A diretora da Direção de Tecnologia e Informação do TJRS, Vanessa Barbisan, reforça a importância do foco no que é essencial.

"Se houvesse ações paralelas, como o acesso irrestrito e consultas abertas ao eproc, por exemplo, haveria uma concorrência no uso da capacidade operacional de processamento dos sistemas, provocando naturalmente uma menor velocidade na performance de migração de dados”, acrescenta.

"Com a operação em nuvem, o Judiciário gaúcho experimentará um salto tecnológico, já que possui 100% dos processos digitalizados, o que representará infinitas possibilidades de desenvolvimento de ferramentas de Inteligência Artificial, para atender à sociedade com uma jurisdição célere e eficaz", conclui Amaro da Silveira.

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