Mais um sinal de recuperação do ecossistema de inovação na América Latina. As startups da região encerraram os primeiros três meses de 2024 com o maior volume trimestral de recursos recebidos desde o 4° trimestre de 2022, segundo relatório de Venture Capital do Distrito, plataforma de tecnologias emergentes da América Latina.
De janeiro a março deste ano, os aportes em startups latino-americanas somaram US$ 935,98 milhões, uma alta de 42,95% em relação ao mesmo período de 2023 e de 5,45% na comparação com o último trimestre do ano passado.
Em termos de rodadas, foram 181 no primeiro trimestre deste ano, contra 178 no mesmo período de 2023. As fintechs mantêm a liderança em volume arrecadado (US$ 432,7 milhões) e em números de rodadas (48). Mais atrás vêm healthtech (US$ 46,4 milhões) e retailtech (US$ 13,17 milhões).
Já o mercado brasileiro isoladamente teve queda no volume financeiro, por conta de fatores macroeconômicos que ainda afetam principalmente as fintechs e as retailechs.
Os aportes somaram US$ 347,14 milhões no período em 109 rodadas, contra US$ 395,68 milhões entre janeiro e março de 2023, quando houve o mesmo número de deals, 109. O mercado brasileiro também apresentou um menor volume de recursos no primeiro trimestre deste ano na comparação com os três últimos meses de 2023 que tiveram aportes de US$ 571,88 milhões.
“As fintechs da América Latina, especialmente no México e na Colômbia, estão se beneficiando de um ambiente macroeconômico mais favorável, atraindo novas rodadas de investimento”, explica Gustavo Gierun, CEO e cofundador do Distrito. “No Brasil, onde temos um ecossistema de inovação financeira mais maduro, as fintechs estão focadas em consolidar seus produtos e expandir seus mercados, principalmente através de fusões e aquisições, refletindo uma fase de consolidação estratégica no país”, analisa.
Com esse cenário, houve uma queda expressiva da participação do Brasil no ecossistema de inovação da América Latina. Historicamente, o país recebe em média 60% do total de recursos destinados para o segmento na região.
No primeiro trimestre a participação foi de 37,09%, praticamente metade do registrado no 4° trimestre de 2022, quando teve uma fatia de 71,41%. “Ainda não podemos dizer que essa perda de representatividade brasileira é uma tendência consolidada. É preciso acompanhar esse movimento por mais tempo”, diz Gierun.
M&As na América Latina
O primeiro trimestre deste ano registrou 47 fusões e aquisições, o que representa um aumento de 27% em relação ao mesmo período de 2023.
A maior parte das operações foi com empresas do segmento de FinTechs, com 11 M&As.