Referência internacional em saúde, o Hospital Sírio-Libanês está caminhando para se tornar uma tech company 100% guiada por dados e Inteligência Artificial. Com um planejamento estratégico em curso, a instituição projeta alcançar esse objetivo até 2030, enquanto faz avanços consistentes em inovação, além de firmar parcerias com startups e big techs.
“Em 2018, iniciamos a parceria com a Amazon Web Service (AWS) e começamos a trabalhar com tecnologia e com a mentalidade de criar o hospital do futuro, quer dizer, o Sírio Libanês além dos muros, que vai além de um hospital”, detalhou Diego Aristides, CTO e head de inovação aberta do Alma Sírio Libanês, o ecossistema de inovação do grupo.
A instituição tem a tecnologia como aliada para fortalecer a sua atuação, que alcança a esfera do ensino, da assistência à saúde (dentro e fora do hospital), da pesquisa e do compromisso social.
“A inovação precisa simplificar e dar resultado, e sem dissociar de produtividade. As plataformas de Inteligência Artificial terão um impacto massivo nas estratégias das empresas”, aponta o líder do Setor Público da AWS para o Brasil, Paulo Cunha.
LEIA MAIS: Empresas precisam buscar vantagem competitiva com GenIA, aponta AWSDurante o
AWS re:Invent 2023,
realizado no final de novembro em Las Vegas (EUA), Aristides demonstrou que a tecnologia é essencial para aprimorar a atenção aos pacientes, de forma cada vez mais integral e conectada. “
Queremos um ecossistema para cuidar da jornada de saúde das pessoas, antes do hospital, durante o atendimento hospitalar e depois de sair do hospital. Para isso, a gente precisa de tecnologia.”
Essa visão, que combina a excelência em saúde com a inovação tecnológica, ganhou mais relevância a partir de 2020, quando a instituição estruturou esse propósito em um planejamento estratégico. “Estabelecemos que até 2030 queremos ser uma tech company e uma empresa 100% guia por dados e inteligência artificial”, conta. “Se nós queremos ser uma empresa de tecnologia até 2030, precisamos investir em tecnologia, cultura e dados”, acrescenta.
A infraestrutura tecnológica já era um diferencial na atuação do Sírio-Libanês, antes disso. O hospital foi pioneiro ao estruturar o seu Data Lake, o primeiro de integridade e análise de dados em saúde privada na América Latina – fruto da sua jornada para a nuvem da AWS, iniciada a cerca de cinco anos. A iniciativa foi batizada de HealthLake e visa aprimorar a análise de tendências em saúde populacional.
Por meio do sistema baseado em nuvem e totalmente interoperável, a spin-off Alma Sírio Libanês tem executado projetos inovadores e alto impacto, como o TeleUTI, em execução desde 2022. O TeleUTI é realizado em parceria com o Ministério da Saúde e consiste em um programa colaborativo, por meio do qual a equipe do Sírio-Libanês oferece capacitação continuada às equipes de 14 hospitais e 16 UTI’s instaladas nas áreas rurais do Acre, Pará, Maranhã e Piauí.
O projeto já reduziu a taxa de mortalidade em 50% nas UTI’s, resultado que é fruto da gestão adequada de informações e interações. A AWS, por meio do Amazon Chime SDK, tem apoiado a troca de informações entre equipes médicas do SUS no Acre, Pará, Maranhão e Piauí com especialistas do Sírio-Libanês.
No Alma Sírio-Libanês, há outros avanços sendo promovidos pela inovação, que é conduzida com um olhar voltado para um atendimento em saúde cada vez mais preciso e completo. “Construímos a nossa plataforma proprietária de tecnologia, de saúde digital. Hoje, essa plataforma já atende 200 mil brasileiros através de uma unidade de negócio chamada saúde populacional”, diz Aristides.
A adoção dos canais digitais permite que o Sírio-Libanês tenha uma atuação para além dos seus muros, alcançando atendimento remoto 24 horas por dia. “Conseguimos interagir e oferecer não apenas o cuidado, mas também mudança na qualidade de vida, porque acompanhamos o paciente a todo o momento não só quando vai ao hospital.”
O uso intensivo dos dados e a da interação remota tem se mostrado promissor em outro projeto conduzido pelo Alma Sírio-Libanês.
“Colocamos um roteador 5G dentro de uma ambulância”, detalha Aristides sobre a iniciativa que está sendo testada no atendimento cardiológico. “Conseguimos, à distância, enviar todos os dados sobre o paciente, da ambulância para o hospital. Essas informações vão para o HealthLake e o nosso time de saúde tem condições de antecipar toda a jornada desse paciente, além de orientar o profissional que está dentro da ambulância.”