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Começo de Conversa
Fernando Albrecht

Fernando Albrecht

Publicada em 18 de Abril de 2024 às 19:33

A igreja que trocou de roupa

/Tânia Meinerz
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Fernando Albrecht
Até a rua Vigário José Inácio foi chamada de rua do Rosário. Ela tem duas identidades, a Nossa Senhora do Rosário, que abriga a estátua de Nossa Senhora dos Navegantes na festa que tem esse nome. Não é uma bela história. Originalmente era irmã gêmea da Igreja N.S. da Conceição na Independência, mas o então arcebispo Dom João Becker mandou demolir a original. Não foi uma boa troca.
Até a rua Vigário José Inácio foi chamada de rua do Rosário. Ela tem duas identidades, a Nossa Senhora do Rosário, que abriga a estátua de Nossa Senhora dos Navegantes na festa que tem esse nome. Não é uma bela história. Originalmente era irmã gêmea da Igreja N.S. da Conceição na Independência, mas o então arcebispo Dom João Becker mandou demolir a original. Não foi uma boa troca.
 

O caso do defunto ambulante

A história da cuidadora de idosos que levou de cadeira de rodas um cliente morto a um banco em Bangu, Rio de Janeiro, para sacar dinheiro na conta dele é um causo de nunca esquecer. Ela alegou que ele estava vivo quando chegou na agência e que morreu no caminho, o que faz sentido. Morto não digita senha. Episódios com mortos enchem um livro. Nos anos 1980, em uma ruidosa mesa do Bar Pelotense, na rua Riachuelo, soube-se que um da roda havia falecido, e que o velório era no Cemitério João XXIII, capela tal. Depois de várias saideiras, lá se foram os demais prestar a derradeira homenagem àquele que em vida fora um soldado do uísque, e soldado de primeira classe. Em lá chegando, resolveram molhar o bico na lancheria do cemitério. Após algumas rodadas e efusivos brindes à memória do falecido, foram à capela. Compungidos, formaram um círculo ao redor do caixão, deram pêsames à família - que não conheciam, não se mistura família com bar - e choraram abraçados. E assim ficaram por meia hora.
Um deles, um engenheiro polaco que era mais observador, resolveu olhar o defunto mais de perto. Ele tinha a mania de fechar um olho para concentrar esforços no outro, ficou a centímetros do vidro e deu um salto para trás.
- Não é ele! Entramos na capela errada!
E mais essa. Como o tom de voz do polaco era tão potente que acordava defunto - menos esse - houve um início de tumulto entre os que lá estavam. Pelo menos dois que não eram íntimos do indigitado falecido repetiram o gesto do engenheiro, vai que, não é mesmo? O pelotão de borrachos saiu em ordem desunida e foi para o novo desafio, descobrir em qual capela o amigão estava sendo velado. Para melhorar a visão, resolveram calibrar a pressão com mais uma rodada, desta vez em um bar mais distante. Voltaram 40 minutos depois e fizeram uma pesquisa na secretaria do João XXIII.
Contaram que nunca houve velório com o nome fornecido por eles. Foi mais um choque coletivo. Depois de alguns telefonemas souberam que os atos fúnebres seriam no São Miguel e Almas, e para lá correram. Mais uma amarga desilusão, o enterro já fora feito. Voltaram para a Pelotense e fizeram uma investigação para identificar quem fora o "fiadamãe" que dera o serviço errado. Ninguém se lembrava mais do patife.
Teve também o caso defunto que, ao ser carregado para a última morada, estatelou-se no chão porque a família pediu um caixão barato, mas essa já é outra história.

Invasões "humanas"

Uma deputada federal do PSOL disse que as ações da Câmara dos Deputados para limitar e coibir as invasões do MST ferem os "direitos humanos". Engraçado que os direitos dos proprietários das áreas invadidas não são lembrados. Ou eles não são humanos?

Constrangimento de leitor

"Você está no Caixa de um hipermercado na avenida Assis Brasil pagando suas compras e vem uma criança com um pacote de bombons pedindo pra você pagar o pacote, a fim de que ela possa vender na sinaleira. Ou paga ou sofre constrangimento de dizer não para uma criança de 4 ou 5 anos".

IA e Propriedade Intelectual

Jéssica Pinheiro Oyarzábal lança e autografa dia 30 de abril, às 15h30min, no auditório do Espaço Multi do TJRS, o livro Inteligência Artificial e Propriedade Intelectual.

O pastel do Adão

A nota sobre os 10 anos de falecimento do jornalista Adão Oliveira, que trabalhou no JC, gerou vários comentários que obrigam a contar uma história. Certa noite, eu e ele fomos ao bar Box 21, no Hortomercado da Quintino Bocaiúva, famoso pelo excelente pastel. Eu pedi dois pastéis e o Adão pediu 10. O garçom anotou.
- Para levar?
- Não - falou o Adão - Vou comer aqui mesmo. Mas tem um detalhe: eu só gosto da casca, tira o recheio de carne.
Pedido inusitado, sem dúvida. Vieram os pastéis sem carne e ele devorou todos. Na hora da conta o Adão só queria pagar a casca. Depois de alguma discussão, fizeram um bom abatimento.

A hora do elogio

O motorista do carro 0069 que fazia a linha do T5 por volta das 17h30min de quarta-feira, subindo a Garibaldi, é um bom profissional. Não costurou o trânsito da Osvaldo Aranha, foi gentil com os passageiros e ainda chamou a atenção de uma adolescente imprudente que seria atropelada se atravessasse a avenida.

A volta dos penduricalhos

A CCJ do Senado aprovou a concessão do quinquênio para outras carreiras públicas além da magistratura. Tudo que um assalariado queria, mas eles moram no porão do Edifício Brasil. Que lambam os dedos!
 

Debate ou combate I

Há quem veja no embate nos Três Poderes alguma semelhança com a pré-cassação da ex-presidente Dilma Rousseff, com embate se aproximando do combate. Não parece ser o caso, até porque os bombeiros chegaram. Mas é fora de qualquer dúvida que nunca se viu um governo tão despreparado na lida com o Congresso. Parece um bando de amadores batendo cabeça, e cujo foco é brigar com as duas casas.

Debate ou combate II

Também nunca se viu na história do Brasil um STF com tamanha poder, e é de passar que um único ministro possa bagunçar o coreto do Brasil e do próprio governo. Meio que sentindo ventos de furacão, o ministro Alexandre de Moraes tenta conter o furo no casco do navio com uma rolha. Como essa história vai terminar é a dúvida, mas o Legislativo ganha a força de um panzer.

Falem mal...

...mas falem de mim. Este antigo ditado se aplica a Jair Bolsonaro. Tanto que o Supremo Tribunal Federal (SRF) e a Polícia Federal remexem em detalhes do seu passado ou dos acontecimentos do 8 de janeiro do ano passado, e ele permanece vivo na lembrança da população. Como Donald Trump, em que a mídia norte-americana baixa o cacete nele dia sim e outro também, e que vão acabar reelegendo o homem presidente nas eleições deste ano.

Comitiva gaúcha no Vaticano

Integrantes da comitiva gaúcha que visitou o Vaticano contam que o governador Eduardo Leite levou algo para ser benzido pelo Papa depois de entregar camisetas dos clubes gaúchos: o projeto de lei da nova alíquota tributária que aumenta o ICMS.
 

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