Cavalgada do mar em meio ao cimento

Existem dúzias de publicações sobre restaurantes e churrascarias antigas de Porto Alegre, quase sempre elogiados como ilhas de excelência. Na verdade, alguns deles vendiam má comida e, em outros, o comer bem era uma loteria. Em muitos, você só comia bem se fosse amigo do dono. Tal como hoje.

Mas já havia uma legião de esquecidos neste rol, ou porque ficavam longe do Centro ou da imprensa especializada. Caso da Cabana do Santos, no IAPI, cujo dono repetia que foi a primeira churrascaria de Porto Alegre, ainda na década de 1939. Si non e vero e bene trovato.

Pizzaria tal como as que conhecemos hoje eram poucas, pouquíssimas. A melhor na opinião deste humilde escriba foi a Pizzaria El Molino, na avenida Cristóvão Colombo após a Ramiro Barcelos para quem vai para o bairro, à direita. Poucas opções, o diferencial era o molho secreto que ficava nas mesas dentro de uma garrafa de Pepsi-Cola, que dava de relho na vendagem da Coca-Cola na época. O molho não era só bom, era sublime.

Outra casa esquecida é a Gruta Baiana, à esquerda de quem vai na mesma Cristóvão Colombo, nas imediações da Hoffmann. Há quem lembre dela na avenida Assis Brasil, no Cristo Redentor, com uma bomba de gasolina na frente. Como o nome explica, servia vatapá, moqueca de camarão e outros pratos típicos. Era uma casa recuada com uma mureta de pedra a cercá-la. Cara e boa, mas não como hoje que algumas servem camarões do tipo onde estás que não vejo.

Na esquina com a Almirante Barroso, um casarão abrigava o Ratskeller, hoje na avenida Pará. Adiante, perto da Dr. Timóteo, a churrascaria Rancho Alegre, com carnes mais selecionadas. Na época, se abatia boi com seis ou sete anos, então, carne macia era difícil. Exigia bons dentes.

Na Vila Dona Teodora, atrás da hoje parada do Trensurb, a Churrascaria Ao Coração servia churrasco com foco no coração de boi. A frente da rua era de chão batido com serragem para absorver a umidade. Outro ilustre esquecido, o Galeto Scur, localizado na Benjamin Constant quase Cristóvão Colombo, vivia lotado. Como se vê, a Cristóvão era rua do bem comer.

Em algum ponto dos anos 1980, a rotina das marchinhas e sambas de Carnaval tocadas com semanas de antecedência pelas rádios sumiram. O que se canta nos salões são as mesmas composições dos anos 1940 até os anos 1960.

A ação do único imposto IVA na ponta perdeu o bonde da história, deveria ter sido adotado há décadas. A intenção de IVA pretendida pelo governo Lula (PT) não é garantia de que os outros impostos desapareçam. Ao contrário. Galinha não renega milho. Teoricamente deveria ser, porque o IVA é insonegável.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), já advertiu que não devemos esperar grandes cortes na despesa com a reforma administrativa. A sociedade já ficaria satisfeita se a reforma desse um salto na eficiência.

O ministro Haddad negou que esteja pensando em aumentar o teto da meta da inflação, mais uma vez Lula bradou aos quatro ventos, o que se esvai como fumaça ao vento. De agora em diante, a cada promessa de Lula, seria bom que registrasse em cartório. Como já escrito aqui, aos poucos ele vai se desmoralizando.

O STF decidiu que os devedores em geral podem ter cassados até a CNH além de outros documentos. E se for um taxista, caminhoneiro ou outra atividade que exija carro, vai pagar a dívida como? Usando os carros oficiais do Supremo?

Mesmo os bailes dos clubes sociais não são nem sombra do passado, até os anos 1980. A disputa pela entrada agora se inverteu, em vez de foliões moverem céus e terra para poder entrar, agora são os clubes que caçam foliões.

Pelo que diz o portal Terra, cotas milionárias da cobertura da Globo para o Carnaval paulistano estão com pouca demanda. É outro sinal que o tríduo momesco adquire cada vez mais estranhos caminhos. Pelo menos a tradição das festas no Rio de Janeiro, Nordeste, Bahia em especial, se mantém.

Parlamentar da base governista, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) quer que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pelo garimpo ilegal na Terra Indígena Yamomami. Alega que ele deveria ter regulamentado o ouro. Agora, só falta Campos Neto ser culpado pela lei da oferta e procura. Coisa de doido, nossa mãe!

A coletiva de apresentação do balanço do Banrisul é um dos tradicionais eventos da imprensa gaúcha (matéria nesta edição). O presidente do banco, Cláudio Coutinho (e), abriu os trabalhos mostrando a preocupação do banco em se destacar em programas ambientais. Essa é e será cada vez mais a tônica das empresas em geral.

 

Já temos ambulantes que não ambulam e com a presença fica cada vez menor nas rua dos agentes de trânsito, agora temos fiscais de trânsito que não transitam.