Especial para o JC
Colocar um sensor para mensurar, em tempo real, as condições de um pneu rodando pelas estradas e suportando toneladas de carga foi o desafio que a Omnilink se impôs - e conseguiu vencer. O pneu conectado mensura, por exemplo, a temperatura alcançada e a durabilidade do produto. A ideia é que a empresa possa ver se a manutenção e a calibragem, por exemplo, estão adequadas - o que, apesar de parecer básico, nem sempre ocorre.
Roda inteligente. 24ª Transposul, na Fiergs.
BRENO BAUER/JC
“Apesar de o pneu ter vida prevista de 150 mil km, muitas empresas precisam trocá-lo em 70 mil km rodados. Isso, claro, é porque algo vem sendo feito errado. Com o dispositivo já inserido no pneu, desde o início da rodagem se pode acompanhar o desgaste e o que pode estar ocorrendo de errado”, explica o presidente da Omnilink, Eduardo Lacet.
De acordo com o executivo, só 30% das empresas fazem a calibragem correta e no tempo certo dos pneus. A proposta do dispositivo é acender o sinal vermelho quando a pressão no equipamento estiver incorreta e o aquecimento excessivo for identificado. Os dados se integram ao sistema da empresa a cada dois minutos.
“Se utilizar toda essa eficiência, os ganhos são grandes. Hoje estamos com uma precificação deste pneu igual ao comum praticado pelos maiores players, como estratégia de entrada no mercado. Inicialmente é apenas para quem já é nosso cliente e conta com o sistema Omnilink de rastreamento já instalado”, ressalta Lacet.
Pelos cálculos do executivo, levando em conta o uso de 12 pneus por caminhão, a economia com o uso do pneu conectado é de R$ 20 mil por ano.
Câmeras por todos os lados
A demanda por câmeras veiculares, inseridas dentro e fora das cabines de caminhões, impulsionada pelas empresas do setor químico, como as distribuidoras de combustíveis, se tornou tendência em todos os segmentos. "Essa tendência foi impulsionada pelos embarcadores, incluindo empresas como Raízen, Cosan e Vibra, que passaram a exigir a instalação desses equipamentos por seus transportadores", avalia Marcus Cunha, superintendente do Grupo Apisul.
O executivo acrescenta que essa iniciativa representa uma evolução do processo de telemetria, visando proporcionar uma direção segura, dentro dos padrões operacionais, com a capacidade de monitorar a cabine e as laterais dos veículos.
"Desta forma é possível avaliar incidentes, como acidentes, verificando, por exemplo, se uma motocicleta estava em um ponto cego. O objetivo é aumentar a segurança, a visibilidade e eliminar riscos", complementa Cunha.
O executivo calcula que já foram comercializados aproximadamente 12 mil itens, incluindo câmeras completas e sistemas que abrangem a cabine, o comportamento do motorista e as laterais do veículo.
"Além disso, há as câmeras mais simples, também conhecidas como 'dashcams', que registram o interior da cabine, monitorando o motorista para detectar sinais de fadiga, uso de celular, falta de cinto de segurança e distrações. Esses sistemas também avaliam o distanciamento do veículo da frente", explica Cunha.
O custo de um sistema começa em R$ 2,8 mil e pode chegar a R$ 8 mil, dependendo da configuração e do tipo de câmera. O destaque são as câmeras com visão de 360 graus, que permitem a visualização completa do veículo.
Nos modelos de ponto, dotados de inteligência artificial, a tecnologia permite o processamento de informações na própria câmera, identificando comportamentos inadequados. A proposta é que a empresa não precise analisar todas as imagens, pois o sistema identifica as infrações e direciona a informação para uma análise mais precisa.
Futuramente, o Grupo Apisul prevê contar com a possibilidade de ter visibilidade total dentro da cabine, incluindo áudio bidirecional e a capacidade de identificar a placa do veículo da frente, permitindo o acompanhamento do tempo em que um veículo está seguindo ou posicionado atrás do caminhão.
Saiba mais sobre a telemetria
- As funcionalidades mais comuns incluem a detecção do uso de celular, direção sem cinto e fumar na cabine.
- Estão a caminho funcionalidades mais complexas, como a detecção de caronas, objetos soltos na cabine e reconhecimento facial do motorista, garantindo a autenticidade do condutor. Essa é apontada como a principal evolução para os próximos anos.
Abastecendo a gestão do negócio
Mais do que facilitar o processo de prestação de contas e pagamento nos postos de combustível, os cartões operados por empresas com a Valecard se tornaram ferramentas de gestão, dentro e fora do Brasil.
Na Transposul, a Valecard lançou sua versão do serviço com abrangência internacional. O lançamento chega em um momento em que custos de exportação e barreiras tarifárias ganham cada vez mais relevância para o setor. Além das complexidades cambiais e burocráticas, o serviço se diferencia de soluções tradicionais de pagamento no Exterior, cartões corporativos de viagem, pela integração com a gestão de frotas.
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Ao mesmo tempo que o motorista abastece os tanques, os dados da compra alimentam simultaneamente os relatórios de viagens e despesas com combustível (detalhados por veículo, rota e motorista). Com a automação, o sistema elimina a necessidade de reembolsos, notas avulsas e lançamentos manuais.
"No transporte e na logística internacional, o combustível é um dos principais custos operacionais e impacta diretamente a competitividade das empresas. Com o Cartão Internacional da Valecard, damos previsibilidade, controle e eficiência para operações fora do País, enquanto o ágio zero e a negociação do diesel asseguram preços mais competitivos no Brasil", afirma Marcelo Braga, diretor de Mobilidade e Operações da Valecard.