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Publicada em 02 de Junho de 2025 às 19:07

Entidades e frentes parlamentares criticam restrição de participação em leilão do Tecon 10

A representação do MPTCU está em análise sob relatoria do ministro Antonio Anastasia

A representação do MPTCU está em análise sob relatoria do ministro Antonio Anastasia

JEFFERSON RUDY/AG?NCIA SENADO/JC
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Agências
Representantes da Frente Parlamentar Mista de Portos e Aeroportos (FPPA), junto a entidades do setor, divulgaram um manifesto em defesa da livre concorrência na licitação do terminal portuário Tecon Santos 10, no Porto de Santos (SP). O documento expressa preocupação com as limitações impostas pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) que impedem empresas já atuantes no porto de participar da primeira fase do leilão.
Representantes da Frente Parlamentar Mista de Portos e Aeroportos (FPPA), junto a entidades do setor, divulgaram um manifesto em defesa da livre concorrência na licitação do terminal portuário Tecon Santos 10, no Porto de Santos (SP). O documento expressa preocupação com as limitações impostas pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) que impedem empresas já atuantes no porto de participar da primeira fase do leilão.
O Tecon Santos 10 é uma nova área destinada à movimentação e armazenagem de cargas e contêineres, considerada estratégica para ampliar a capacidade do Porto de Santos, responsável por cerca de 40% da movimentação nacional de contêineres. A Antaq decidiu, como forma de inibir concentração de mercado, impedir que empresas que já operam terminais no porto participem do certame em uma primeira tentativa, o que, segundo as entidades, restringe a concorrência, prejudicando o processo licitatório.
Para a FPPA, é fundamental que o leilão seja conduzido "de forma transparente, rápida e aberta a todos os agentes econômicos interessados". A expansão da capacidade portuária é vista como urgente para aliviar gargalos logísticos, reduzir o tempo de espera de navios - que já ultrapassa 36 horas - e aumentar a competitividade do Brasil no comércio internacional.
O posicionamento, assinado também pela Frente Parlamentar Brasil Competitivo, Instituto Brasileiro de Infraestrutura (IBI), Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e Associação Comercial de Santos (ACS), ressalta que a restrição imposta pela Antaq pode limitar o número de participantes e, consequentemente, os investimentos no setor. Essa situação preocupa especialistas que alertam para impactos negativos na eficiência logística e nos custos para exportadores e consumidores.
O presidente da FPPA, deputado Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP), considera que o atraso na abertura de novos terminais, como o Tecon Santos 10, configura um "colapso anunciado" para o sistema portuário, comprometendo toda a cadeia logística do País. Mário Povia, diretor do IBI, e Eduardo Heron, do Cecafé, reforçaram que a restrição fere o princípio constitucional da livre concorrência e pode gerar prejuízos significativos, especialmente para o comércio exterior.
Conforme a decisão sobre restrições de participação, no desenho elaborado pela Antaq, as empresas que já atuam no Porto de Santos só poderão disputar a concessão caso o ativo não desperte interesse de entrantes. 
Na semana passada, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) pediu que a Corte de Contas determine a suspensão do andamento do processo de concessão. A representação considera "genérica" a restrição à participação de operadores já ativos em Santos. A representação do MPTCU está em análise sob relatoria do ministro Antonio Anastasia. Conforme o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), a expectativa é de que o leilão de concessão seja o maior da história portuária brasileira. Com investimento previsto de até R$ 5,6 bilhões ao longo de 25 anos, a ampliação busca tornar o Porto de Santos um hub da América Latina.
 

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