Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 19 de Agosto de 2025 às 15:05

Reforma tributária é o teste que pode definir o futuro do seu negócio

Fábio Baumgratz é sócio-diretor do Tax.co

Fábio Baumgratz é sócio-diretor do Tax.co

Tax.co/Divulgação/JC
Compartilhe:
JC
JC
Fábio Baumgratz
Fábio Baumgratz
Sócio-diretor do Tax.co
Que a reforma tributária representa a maior mudança no sistema tributário brasileiro não é novidade, mas ainda há muitos pontos a serem analisados. Para quem já vive a realidade do nosso sistema tributário, cheio de regras complexas e burocracias, a reforma chega como um alívio, mas também traz muitas incertezas.
O maior desafio será a adaptação ao novo modelo, especialmente durante o período de transição, de 2026 a 2033. Apesar das promessas de simplificação, toda mudança exige ajustes e pode gerar custos operacionais no curto prazo. Isso significa que 2026 será um ano crucial para testar os sistemas e entender como a CBS será integrada à rotina das empresas, sem que isso represente um impacto financeiro imediato.
Essa fase não pode ser encarada com despreocupação. Quem aproveitar esse período para organizar suas operações e garantir que os processos fiscais estejam alinhados sairá na frente quando a cobrança efetiva começar. Se a empresa estiver em dia com suas obrigações acessórias, não precisará pagar nada sobre essa alíquota nesse primeiro ano.
Em resumo, a reforma substitui PIS, Cofins, ICMS, ISS e IPI pelo IVA. A CBS ficará no nível federal e substituirá PIS e Cofins, enquanto o IBS unificará ICMS e ISS para estados e municípios. O Imposto Seletivo (IS) será aplicado a produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
O governo criou períodos de transição para que as empresas possam se ajustar antes da cobrança definitiva. Mas isso não significa que podemos esperar para nos adaptar. Quem se antecipa tem menos dor de cabeça e mais vantagem competitiva.
Veja as etapas:
•2026: Alíquotas reduzidas da CBS e do IBS serão apenas testadas, sem cobrança.
•2027: A CBS entra em vigor, substituindo PIS e Cofins.
•2029: ICMS e ISS começam a ser gradualmente substituídos pelo IBS.
•2033: Fim da transição e plena aplicação dos novos tributos.
A ideia é simples: antes de exigir o recolhimento, o governo quer garantir que os sistemas contábeis das empresas estejam ajustados, que a comunicação com o Fisco funcione e não haja erros operacionais que possam gerar impactos negativos no fluxo de caixa ou na precificação dos produtos e serviços.
Por isso, esse primeiro ano será um teste para as partes envolvidas, permitindo ajustes antes da obrigatoriedade do pagamento. Mas, para isso, as empresas precisarão cumprir as obrigações acessórias em dia. Ou seja, será necessário emitir notas fiscais com a CBS destacada, manter registros contábeis adequados e garantir que todas as informações sejam transmitidas corretamente ao Fisco. Se essa parte burocrática não for cumprida, a empresa poderá enfrentar problemas quando a cobrança começar para valer.
Diante desse cenário, é fundamental que as empresas aproveitem esse período de transição para se preparar da melhor forma possível.
Garantir que os sistemas estejam prontos para lidar com a nova estrutura tributária é um dos primeiros passos. Isso inclui testar a exibição da CBS nas notas fiscais, sem gerar débito, e revisar os processos de controle e auditoria fiscal. Empresas que investirem em tecnologia e automação nesse momento terão uma grande vantagem na fase seguinte da reforma.
A equipe contábil e fiscal precisa estar atualizada. Esse conhecimento será essencial para evitar erros e garantir o cumprimento das obrigações acessórias. Investir em treinamentos e consultorias especializadas pode evitar problemas e tornar a transição mais fluida.
Dito isso, a transição exigirá esforço. Ajustes nos sistemas, investimentos em capacitação e planejamento financeiro serão fundamentais para minimizar riscos e garantir que as mudanças ocorram de forma organizada. Quem se antecipar e fizer esses ajustes desde já terá uma vantagem significativa.
Pessoalmente, acredito que as empresas que adotarem uma postura proativa vão passar por essa transição de forma tranquila e até com vantagens. Afinal, quem está preparado não apenas evita dificuldades, mas também encontra maneiras de usar as mudanças a seu favor.

Notícias relacionadas