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Publicada em 11 de Novembro de 2025 às 15:16

Perfil do contador exige domínio técnico e sólido repertório comportamental

Dia do Contador, contabilidade

Dia do Contador, contabilidade

Freepik/Divulgação/JC
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Osni Machado
Osni Machado Colunista
O contador assume cada vez mais o papel de tradutor da complexidade fiscal, econômica e gerencial, tornando-se essencial para a tomada de decisões em ambientes corporativos. Esse novo perfil exige não apenas domínio técnico, mas também um sólido repertório comportamental. A tendência é que isso se intensifique a partir de 2026, impulsionado pela tecnologia, pela Reforma Tributária e pela dinâmica das relações comerciais globais. Essa transformação, segundo Simone Zanon, vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CRCRS, e Paula Dahmer, presidente do Sescon-RS, demanda um profissional cada vez mais estratégico, consultivo e preparado para atuar como parceiro de negócios.
O contador assume cada vez mais o papel de tradutor da complexidade fiscal, econômica e gerencial, tornando-se essencial para a tomada de decisões em ambientes corporativos. Esse novo perfil exige não apenas domínio técnico, mas também um sólido repertório comportamental. A tendência é que isso se intensifique a partir de 2026, impulsionado pela tecnologia, pela Reforma Tributária e pela dinâmica das relações comerciais globais. Essa transformação, segundo Simone Zanon, vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CRCRS, e Paula Dahmer, presidente do Sescon-RS, demanda um profissional cada vez mais estratégico, consultivo e preparado para atuar como parceiro de negócios.
Para Simone Zanon, o contador que o mercado exigirá em 2026 “não é mais o executor de tarefas, mas o consultor estratégico das empresas”. O cenário atual, explica, força a migração do contador processual, focado em lançamentos e obrigações, para o contador consultor, capaz de interpretar informações e transformá-las em insights de gestão. “As competências mais críticas são a comunicação clara, o pensamento crítico, a empatia e a capacidade de liderança”, afirma.
A dirigente ressalta que o lado humano da profissão precisa ser constantemente desenvolvido. Nesse sentido, o CRCRS tem investido em iniciativas como a plataforma Desenvolve e a TV CRCRS, com cursos, além de eventos em todo o Estado. “Nosso foco é combinar temas de legislação, tecnologia e desenvolvimento profissional, preparando o contador para o futuro”, diz.
Para Simone, a sustentabilidade financeira das organizações depende diretamente desse perfil. “A combinação de habilidades técnicas e comportamentais é o alicerce da sustentabilidade. A contabilidade é uma ferramenta de gestão, pois fornece dados de desempenho, risco e compliance. O contador do futuro precisa atuar como gestor e estrategista, indo além do registro contábil.”
O mercado, segundo ela, valoriza quem transforma dados contábeis em estratégias de negócio. “O mercado paga bem pela inteligência e pela visão estratégica, não apenas pelo cumprimento de obrigações fiscais. O profissional competitivo é aquele que entrega valor agregado e visão de negócio”, observa.
Para atender a essas demandas, o CRCRS tem fortalecido programas de formação voltados ao contador como parceiro de decisão. “Com a chegada da Reforma Tributária, essa necessidade é urgente. Quem não se adaptar corre o risco de ficar fora do mercado”, alerta.
Entre as habilidades técnicas indispensáveis estão o domínio de softwares de automação e inteligência artificial, a atualização constante em legislação e a capacidade de elaborar relatórios gerenciais. “A tecnologia garante eficiência e precisão, enquanto o conhecimento legislativo e a capacidade analítica asseguram competitividade. Nossa profissão é, por natureza, tecnológica, mas sempre há espaço para evoluir”, destaca.
A partir de 2026, com o início da implementação da Reforma, essa transformação será ainda mais visível. “O contador precisa fazer uma leitura apurada das novas regras, pois elas terão impacto direto no fluxo de caixa e na precificação das empresas. Ele será o principal agente na mitigação de riscos e na otimização de custos”, afirma Simone.
Complementando essa visão, Paula Dahmer, presidente do Sescon-RS, ressalta que a Reforma é o tema central do momento e exigirá que o contador assuma papel de protagonista. “O profissional precisa ser o detentor do conhecimento e parceiro fundamental na tomada de decisão, ajudando a minimizar os impactos dessas transformações.”
Paula Dahmer reforça que o contador deve ir além da legislação. “É preciso compreender o cenário econômico, o modelo de negócio do cliente e dominar os princípios de gestão empresarial”, diz. O Sescon-RS tem investido em capacitações voltadas à gestão e inovação, como o curso G+, o Sescon Experience — que ocorre em 13 de novembro — e programas de liderança e networking voltados a empresários contábeis.
Para a dirigente, o diferencial do contador está na capacidade de traduzir o ‘contabilês’ para a linguagem do cliente. “Isso fortalece a conexão, aumenta a confiança e consolida a autoridade profissional. Além disso, representa uma excelente oportunidade de agregar valor e justificar honorários mais altos.”
Paula Dahmer observa que o poder de geração de riqueza da profissão é imenso. “Quando assumimos esse papel estratégico, mostramos que a contabilidade vai muito além de cumprir obrigações — ela é um instrumento capaz de orientar decisões, prevenir riscos e impulsionar crescimento real. O profissional que possuir as competências certas certamente estará um passo à frente.”
Para o CRCRS e o Sescon-RS, o desafio é comum: formar contadores preparados para um novo ciclo econômico e tributário, no qual a técnica e o comportamento caminham lado a lado. “Nosso papel é apoiar o contador gaúcho para que atue com segurança técnica, visão de futuro e consciência do seu papel estratégico na economia”, conclui Simone Zanon.

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