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Publicada em 12 de Agosto de 2025 às 15:54

É hora de se adaptar ao CNPJ alfanumérico

Contadores ganham papel chave na adaptação ao novo documento, que desafia as empresas

Contadores ganham papel chave na adaptação ao novo documento, que desafia as empresas

BRENO BAUER/JC
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Osni Machado
Osni Machado Colunista
A substituição gradual do tradicional formato exclusivamente numérico do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) para um novo modelo alfanumérico pela Receita Federal vai ocorrer a partir de julho de 2026. Para a contadora Paula Abreu, graduada pela Pucrs e especialista em Perícia Judicial e Extrajudicial, as corporações vão enfrentar desafios operacionais e o contador terá papel estratégico nesse processo de transição.
A substituição gradual do tradicional formato exclusivamente numérico do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) para um novo modelo alfanumérico pela Receita Federal vai ocorrer a partir de julho de 2026. Para a contadora Paula Abreu, graduada pela Pucrs e especialista em Perícia Judicial e Extrajudicial, as corporações vão enfrentar desafios operacionais e o contador terá papel estratégico nesse processo de transição.
Paula explica que essa transição exige adaptação, conhecimento técnico e orientação segura, o que posiciona o contador como uma peça chave. "Afinal, é o contador quem vai conduzir empresas, escritórios e sistemas à conformidade com o novo formato", cita.
Segundo a contadora, o profissional contábil pode assumir um papel de facilitador dessa mudança, porém, ressalta que esses profissionais devem buscar conhecimento sobre o assunto e saber sobre os possíveis impactos para os seus clientes. "Esta é uma oportunidade de valorização dos serviços, fornecendo suporte e orientação a seus clientes sobre este assunto", destaca.
A contadora explica que a mudança anunciada pela Receita Federal visa ampliar a capacidade de registros diante do crescimento acelerado de empresas no Brasil, especialmente MEIs e startups. "Isso trará impactos significativos na rotina das organizações e dos profissionais da Contabilidade também no Rio Grande do Sul", projeta.
Paula diz que a principal alteração está na estrutura do número de identificação das empresas, que passará a incluir letras. Essa expansão permitirá um número exponencialmente maior de combinações, evitando o esgotamento do modelo atual. "Por outro lado, a mudança exigirá que empresas atualizem seus sistemas internos, ERPs, softwares contábeis e cadastros para aceitar o novo formato", informa.
A profissional detalha que documentos fiscais como NF-e, NFS-e e declarações acessórias também precisarão ser adaptados, o que demanda atenção redobrada na emissão e preenchimento de documentos. "A transição será gradual e não afetará os CNPJs já existentes", salienta.
Segundo a especialista, apenas novas inscrições seguirão o novo padrão, o que dá às empresas tempo para se preparar. "Ainda assim, é essencial que contadores, equipes de TI e empreendedores iniciem imediatamente os ajustes necessários para evitar falhas operacionais e inconsistências fiscais, garantindo, desse modo, a conformidade sem penalidades imediatas", aconselha.
Paula comenta que, para os profissionais da contabilidade, o novo CNPJ representa uma mudança estrutural que impacta diretamente sua rotina. Ela explica que sistemas como Sped, eSocial, EFDs e softwares internos precisarão ser atualizados para validar e processar os novos dados. Além disso, será necessário revisar cadastros, orientar clientes sobre o preenchimento correto de documentos e garantir que integrações com bancos e fornecedores estejam compatíveis com o novo formato. O acompanhamento contínuo da legislação será indispensável.
A contadora reforça que o profissional contábil pode assumir um papel consultivo essencial, especialmente para pequenas e médias empresas que desconhecem os impactos da mudança. "As áreas mais afetadas dentro das empresas serão a fiscal e a de Tecnologia da Informação (TI), responsáveis pela emissão de notas e envio de obrigações acessórias", cita.
A especialista destaca o papel das entidades de classe contábeis, como o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e o Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRCRS), na mediação com a Receita Federal e na promoção de treinamentos e capacitações. Para os profissionais que ainda não se atualizaram, o conselho é claro: buscar conhecimento, estudar os impactos e aproveitar a oportunidade de valorização da profissão. Com preparo técnico e postura proativa, o contador pode liderar a transição e consolidar sua importância estratégica no cenário empresarial brasileiro.
 

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