O envelhecimento populacional é uma realidade com a qual muitos países no mundo já convivem e no Brasil não é diferente. O Censo 2022 mostrou que a população idosa aumentou significativamente, passando de 15,2 milhões em 2000 para 33 milhões em 2023. O índice de envelhecimento indica 55,2 idosos para cada 100 crianças de 0 a 14 anos e a expectativa de vida subiu de 71,1 anos em 2000 para 76,4 anos em 2023.
As pessoas estão vivendo mais, tendo menos filhos e isso impacta diretamente toda a sociedade. Empresas que pretendem se manter no mercado precisam considerar o envelhecimento de forma relevante em seu planejamento, tanto com um olhar para quem consome seus produtos e serviços quanto para a gestão de pessoas e adequação dos processos de trabalho.
É fundamental aproveitar a experiência e sabedoria acumulada pelos trabalhadores mais maduros, ao mesmo tempo que se atendem às necessidades específicas de um mercado consumidor cada vez mais envelhecido. A convivência de trabalhadores mais novos e mais velhos será ainda mais comum nas empresas e com isso alguns desafios também se apresentam. Pensar na integração intergeracional, retenção de talentos, saúde e bem-estar e adaptação dos ambientes pode ser estratégico para as organizações.
O envelhecimento pode impactar custos com a saúde, aposentadorias e seguros, por exemplo, para tanto, os RHs precisam adotar medidas de gestão mais eficientes como o planejamento para aposentadorias, educação financeira, programas de saúde e cuidados com as condições crônicas, e, claro, ouvir os colaboradores para entender melhor o que impacta a rotina e como atender melhor às expectativas e necessidades dessa força de trabalho mais velha, tornando-a produtiva e eficiente para a empresa.
Considerar o envelhecimento em seus planejamentos é um fato e não uma opção para as organizações. A ONU declarou a década de 2021-2030 como a Década do Envelhecimento Saudável, salientando a importância de pesquisar grupos mais velhos.
As políticas de gestão de pessoas devem combater o etarismo, promovendo um ambiente inovador e produtivo, valorizando as diversidades e experiências, garantindo que profissionais de todas as idades tenham acesso a oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional e adaptando os processos de trabalho às necessidades impostas pelas características de cada fase da vida.
- LEIA TAMBÉM: Ilê Mulher é referência em assistência social
A saúde é fundamental para a experiência na velhice e para as oportunidades que ela traz. As empresas podem atuar de forma a mudar o modo de pensar, sentir e agir em relação à idade e ao envelhecimento, facilitando a capacidade dos idosos participarem e contribuírem, fortalecer as ações de saúde integradas, que atendam às necessidades de cada indivíduo, também considerando os cuidados preventivos e o acesso a cuidados de longa duração para pessoas idosas que deles necessitem.
O envelhecimento ativo e saudável deve perpetuar o planejamento da gestão de pessoas, mantendo sua força de trabalho saudável e produtiva. Envelhecer deve ser algo esperado por qualquer pessoa e envelhecer bem é um investimento que começa na juventude.
A velocidade da inovação tecnológica pode impedir que todos os colaboradores acessem ferramentas disponíveis, assim, é importante garantir que não há falta de conhecimento e os treinamentos devem ser constantes, explorando o potencial de cada geração e aproveitando a relação intergeracional de forma a minimizar as deficiências e aprimorar as competências profissionais tão necessárias a um ambiente de trabalho produtivo.
Não podemos ignorar que o envelhecimento populacional impõe muitos desafios às empresas, mas não há como contê-lo e evitar que esta realidade chegue ao dia a dia das empresas. Portanto, quanto antes as empresas considerarem estas questões em suas estratégias, melhor se posicionam em um mercado cada vez mais competitivo.