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Publicada em 30 de Março de 2024 às 16:00

Agibank quer abrir mais 100 lojas em 2024

Executivo diz que meta inclui também a diversidade de portfólios

Executivo diz que meta inclui também a diversidade de portfólios

ITAMAR AGUIAR/divulgação/jc
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Cristine Pires
Cristine Pires Editora-assistente de Economia
Inovador e incansável na busca de soluções disruptivas, Marciano Testa é um dos principais empreendedores do mercado financeiro brasileiro da atualidade. Fundador do Agibank, um dos primeiros bancos digitais do País, que nasceu com o propósito de fazer o dia a dia das pessoas melhor, gerando inclusão financeira e digital para todos, especialmente para o público de baixa renda, que representa a maior parcela da população brasileira, mas que não é acolhido pelo mercado. Essa mesma visão inspirou Marciano a fundar, em conjunto com outros empresários, o Instituto Caldeira, uma iniciativa privada para acelerar a transformação digital no Rio Grande do Sul.
Inovador e incansável na busca de soluções disruptivas, Marciano Testa é um dos principais empreendedores do mercado financeiro brasileiro da atualidade. Fundador do Agibank, um dos primeiros bancos digitais do País, que nasceu com o propósito de fazer o dia a dia das pessoas melhor, gerando inclusão financeira e digital para todos, especialmente para o público de baixa renda, que representa a maior parcela da população brasileira, mas que não é acolhido pelo mercado. Essa mesma visão inspirou Marciano a fundar, em conjunto com outros empresários, o Instituto Caldeira, uma iniciativa privada para acelerar a transformação digital no Rio Grande do Sul.
Empresas & Negócios - A história do Agibank começou há 20 anos com o objetivo de tornar serviços financeiros acessíveis a todos os brasileiros quando boa parte da população ainda era desbancarizada. Como foi assumir este risco?
Marciano Testa - Essa necessidade surgiu não a partir de uma ideia qualquer, mas da necessidade que eu mesmo tive quando comecei a empreender e não tive acesso ao crédito que poderia ter salvado meu negócio. Isso foi muito antes do que veio a se tornar o Agibank, mas foi a semente para tudo o que construímos até aqui. Por isso, assumir esse risco foi necessário, pois sempre vi o acesso a esse serviço como uma forma de mudar o futuro das pessoas.
E&N - O acesso ao mundo digital ainda não é realidade para muitos brasileiros. De que forma o Agibank contempla esse segmento e, também, dos não nativos digitais?
Testa - O Agibank nasceu com o propósito de facilitar o acesso a produtos e serviços financeiros para incluir digital e financeiramente as pessoas de baixa renda que, apesar de representarem a maior parcela da população, não são prioridade nos grandes bancos e possuem limitações para usufruir por conta própria das soluções digitais. Nesse caminho, desenhamos um modelo eficiente, que garante alta tecnologia em motores, modelagens de crédito, desenho de experiência e jornada, ancorados na capilaridade de uma rede com mais de 900 smart hubs em todo o Brasil - lojas projetadas para atender o público não-nativo digital - que asseguram um atendimento próximo, consultivo e que impulsiona o uso dos canais digitais mesmo para pessoas com mais dificuldade. Somos o único entre os neobanks com uma estrutura desenhada para proporcionar a melhor experiência para esse perfil de cliente, com uma oferta ao mesmo tempo simples e completa com conta corrente, serviços transacionais, operações de crédito e seguros, que é o que esse público realmente precisa. Além disso, nossas lojas são diferentes do modelo tradicional, não possuem portas giratórias com detectores de metais e filas, por exemplo, porque buscamos eliminar qualquer obstáculo de acesso para garantir um ambiente próximo e convidativo para facilitar o relacionamento com todas as pessoas. Acreditamos que com proximidade, atenção, educação financeira e assessoramento digital reduziremos a distância entre o mundo físico e digital.
E&N - A empresa foi o primeiro neobank digital omnichannel do Brasil. Como se deu esse pioneirismo, de que forma surgiu essa ideia? Houve inspiração em algum outro país?
Testa - O pioneirismo de certa forma faz parte da nossa história, e isso tem muito mais a ver com leituras precisas dos cenários. Lá no começo, ainda com 22 anos, vi a oportunidade no mercado de crédito, pois estávamos vivendo a estabilização da moeda e pós-período hiper inflacionário. Comecei a trabalhar nesse segmento e, em 1999, o negócio se mostrou concreto e fundei uma startup que era uma espécie de marketplace para distribuição de crédito consignado, cartão de crédito, seguros, bem no começo da internet, que foi o princípio do Agiplan. Rapidamente, a empresa se transformou em um dos maiores distribuidores de crédito consignado do Brasil. Na nossa trajetória, também fomos pioneiros ao usar pela primeira vez o número do telefone como conta e a trabalhar com pagamento via QR Code. Ou seja, desde sempre facilitar a vida das pessoas foi o nosso propósito, especialmente para aquelas que possuem renda média baixa, não são nativas digitais, vivem em periferias e não são incluídas pelas demais instituições financeiras. Por isso tudo, entendemos que a estrutura ideal para atender esse perfil de cliente e proporcionar a melhor experiência era por meio de um modelo omnichannel, que coloca o cliente no centro do nosso negócio.
E&N - Passadas duas décadas, o Agibank se transformou em uma plataforma aberta. O que isso significa?
Testa - O nosso público é uma população que não é acolhida por praticamente nenhuma outra instituição financeira, e isso acaba deixando essas pessoas à margem. Para solucionar isso e garantir dignidade a essas milhares de pessoas, oferecemos uma plataforma aberta, que dá acesso não apenas ao crédito, mas a outros serviços essenciais, como conta corrente, cartões, entre outros, para garantir a inclusão financeira e digital dos brasileiros. Por meio dos produtos, serviços e assistência que oferecemos, as pessoas conseguem organizar a sua vida financeira e ter mais tranquilidade.
E&N - O banco atende de forma online e em mais de 900 lojas espalhadas por todo o Brasil. Qual é a carteira e o perfil de clientes da instituição hoje?
Testa - O Agibank é especialista na população de baixa renda e o nosso pilar central é o cliente com folha de pagamento, ou seja, pessoas que recebem seus salários ou benefícios conosco. Nosso público-alvo é a população que não é nativa digital, que tem acesso limitado à tecnologia e pouco domínio no ambiente digital. Por isso, mantemos mais de 900 smart hubs em todo Brasil e seguiremos investindo em novas lojas, na contramão dos grandes bancos, que têm diminuído o número de agências. Para nós, o contato "olho no olho" é fundamental para assessorar quem precisa de atendimento próximo e personalizado. Atualmente, operamos com o Consignado INSS e o Consignado Público (Federal e Estadual). São linhas com segurança de averbação, processos bem definidos, baixa inadimplência e taxas muito atrativas para os clientes.
E&N - Qual a importância e os números do mercado gaúcho para a empresa?
Testa - O Rio Grande do Sul é o estado em que o Agibank nasceu. Boa parte da nossa história foi construída e amadureceu na região Sul, e até hoje esse mercado é muito importante, pois é um dos locais em que somos banco pagador, acolhendo todas as pessoas que passam a receber algum benefício social. Além disso, o Rio Grande do Sul é o berço do Instituto Caldeira, polo de inovação que tem o Agibank como uma das empresas fundadoras. Ou seja, o Estado sempre foi e continuará sendo muito relevante para nós.
E&N - Quais os diferenciais do Agibank o senhor apontaria dentro de um segmento que é superdisputado?
Testa - Somos o neobank que está disruptando o modelo bancário tradicional para pessoas de menor renda. Como grande parte desse público precisa de suporte para usufruir das facilidades dos canais digitais, contamos com uma operação omnichannel, que garante uma experiência digital completa em todos os nossos canais e um relacionamento personalizado nos nossos smart hubs que estão espalhados por todo o Brasil. Entendemos que precisamos estar onde o cliente prefere usar. Por isso, estamos apostando e investindo cada vez mais em diferentes canais de atendimento para que as pessoas recebam ajuda e orientação da maneira que quiserem.
E&N - O ano de 2023 foi mais um ano de crescimento recorde para o Agibank. A Instituição alcançou um Lucro Líquido de R 430,1 milhões o que representa uma evolução de 325,5% em relação a 2022. Já a receita total foi de R 5,1 bilhões, um incremento de 50,7% quando comparado a 2022. De que forma foi possível alcançar esses resultados?
Testa - Em 2023, apresentamos um recorde histórico com excelência na execução. Crescemos em média 5x mais do que o mercado e o lucro líquido superou em mais de 4x o ano de 2022, atingindo R$ 430,1 milhões. Esse resultado é fruto da consolidação da nossa estratégia de negócio, voltada para o atendimento com excelência do nosso público-alvo, da utilização de canais próprios físicos e digitais, protagonismo na concessão de créditos resilientes para uma população carente de ofertas, uma posição conservadora em gestão de ativos e passivos e disciplina em despesas e austeridade. São essas qualidades que seguiremos empregando para continuarmos como um dos players mais rentáveis do setor.
E&N - Quais são as expectativas para 2024?
Testa - Para 2024, seguiremos investindo na nossa estratégia de relacionamento e principalidade, crescimento em portfólios e na entrega de resultados sustentáveis. Continuaremos sendo resilientes para que consigamos nos adaptar as mudanças do mundo, seja em tecnologia ou no comportamento das novas gerações, e seguiremos focados em proporcionar inclusão digital e financeira para uma grande parte da população que não é acolhida pelo mercado. Neste ano, abriremos 100 novas lojas e atingiremos a marca total de 1000 smart hubs espalhados por todo o País. Seguiremos firmes na busca por eficiência máxima, aumento da digitalização na originação de crédito, melhora da experiência, da satisfação do cliente e da rentabilização do negócio, ancorado em um portfólio cada vez mais completo e com condições mais competitivas para atender a demanda de milhões de brasileiros.
 

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