Fica em um prédio de alto padrão da avenida Carlos Gomes, no bairro Boa Vista, em Porto Alegre, o segundo escritório do Banco Master no Brasil. Após se consolidar em São Paulo, a operação financeira aposta no público gaúcho desde o início deste ano.
No local, as portas se abrem automaticamente, há salas de reuniões, cozinha e um escritório compartilhado com diversos computadores. Executivos de São Paulo vieram à cidade no último dia 25 para um evento de networking para atuais e potenciais clientes no Country Club.
Reinaldo Hossepian, diretor-executivo de Investment Banking, sabe o nome de cada funcionário e faz questão de ressaltar que, embora seja um banco, mais do que números, o foco são as pessoas. A unidade do Rio Grande do Sul, que atende também o mercado de Santa Catarina, é administrada pelo superintendente regional Renato Ventura Villela.
Entre os principais produtos e serviços oferecidos pela área de Investment Banking estão as Operações de Dívida: Debêntures, CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários), CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) e FIDC (Fundo de Investimento e Direitos Creditórios); Operações de Equity: IPO (Ofertas Pública Inicial de Ações), Follow-On (Oferta Pública Secundária de Ações), OPA (Oferta Pública de Aquisição), FIP (Fundo de Investimento em Participações) e FII (Fundo de Investimento Imobiliário); e Coordenação Líder e Assessoria Financeira e M&A.
No Estado, o objetivo é abocanhar oportunidades, principalmente, em atividades dos setores de Agronegócio, Indústria e Serviços. Ainda em 2023 será aberta a filial do Paraná, com sede em Curitiba, dando continuidade ao plano de expansão nacional.
O Banco Master obteve no primeiro semestre de 2023 o maior lucro líquido da sua história. O volume foi de R$ 291 milhões, um crescimento de quase 400% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando registrou R$ 60 milhões de lucro.
A instituição financeira alcançou R$ 1,8 bilhão em patrimônio líquido - alta de 80% na comparação com o primeiro semestre de 2022 - e mais de R$ 2,7 bilhões de receita realizada nos primeiros seis meses deste ano, um incremento de quase 150%.
Boa parte dos mais de 4,5 milhões de clientes do Master é do varejo, via Credcesta, cartão de benefício consignado disponível em 22 estados brasileiros, além do Distrito Federal. Com quase 80% de market share, o produto oferece crédito para as necessidades do dia a dia de servidores públicos, aposentados e pensionistas do INSS.
Com nova gestão a partir de 2018, o Banco Master foi criado como um misto de banco de investimento e merchant bank. Em seu conselho consultivo, estão nomes como Ricardo Lewandowski, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF); Gustavo Loyola, economista; e Geraldo Magela, ex-diretor do Banco Central (BC). Confira abaixo a entrevista feita com Hossepian durante sua passagem por Porto Alegre.
Empresas & Negócios - Quais as principais atividades do Banco Master?
Reinaldo Hossepian - Na vertical do banco de investimento, temos um ecossistema que praticamente atende todas as necessidades das pessoas jurídicas e, eventualmente, das físicas. Nossa corretora é PMP, uma sigla relacionada à negociação plena, nível mais alto de participação. Temos R$ 16 bilhões sob gestão. Contamos, ainda, com aproximadamente 500 fundos de investimento.
E&N - Como será a atuação no Rio Grande do Sul?
Hossepian - A região é muito ativa e temos condições de explorar vários mercados. Inclusive, daqui, atuamos também em Santa Catarina. A importância do Rio Grande do Sul é traduzida pelo volume de exportações, R$ 21 bilhões, além do componente do agronegócio.
E&N - Qual acredita ser o diferencial da marca?
Hossepian - Um de nossos diferenciais é a vasta experiência de nosso time, formado por profissionais altamente qualificados, com histórico de atuação nas instituições financeiras mais tradicionais do País e com um portfólio de grandes operações realizadas em mercado de capitais.
E&N - Em que outros negócios o banco está envolvido?
Hossepian - Em São Paulo, tivemos a oportunidade de comprar 100% de um edifício, onde o Hotel Fasano faz a operação. O modelo está se mostrando extremamente positivo, com índice de ocupação surpreendente. É um hotel no Itaim Bibi, uma região nobre de São Paulo, muito próxima do mercado financeiro, três ou quatro quadras da Faria Lima. Realmente precisava de um hotel de alto luxo naquela região. Então, quem sabe, em futuro breve, a gente não faça um lançamento só pegando essa linha.
E&N - Quais as estratégias para se aproximar dos clientes?
Hossepian - Temos um projeto de trazer mais audiência para os nossos canais. Lançamos no último dia 2 de outubro, no YouTube, o Master Morning, um conteúdo com dicas financeiras e com análises econômicas ao vivo.
E&N - A partir da experiência do banco, como vê o momento econômico atual?
Hossepian - A economia está demonstrando recuperação através de investimentos industriais, de operação e mesmo de ampliação dos projetos imobiliários. Muitas dores estão superadas, apesar da taxa de juros. Imaginamos que aquelas empresas que sofreram muito vão achar uma forma de se recuperar dada a situação mais favorável no mercado financeiro. Aquelas que quase hibernaram, pela pandemia, devem criar agora as atividades de captação de recursos.
E&N - Como a tecnologia impõe desafios e oportunidades?
Hossepian - Os bancos estão cada vez menos dependentes de agências físicas e passam a usar os processos digitais. A qualidade da equipe técnica é muito importante nisso e torna o negócio bancário cada vez mais um negócio de pessoas, não de agências físicas. E o avanço do mercado de capitais também, onde temos progredido muito com fundos imobiliários, fundos agro e operações estruturadas no Brasil. Enxergamos no Sul, por exemplo, uma grande oportunidade para o avanço de fundos em todos os setores, inclusive na parte de ESG. Tudo isso somado à digitalização, surge uma agilidade muito grande.
E&N - E qual o perfil do cliente gaúcho?
Hossepian - O RS é o 3º estado mais sofisticado do Brasil. Tem um parque muito diversificado, com indústria, serviços, comércio, petroquímica, polo metal mecânico e exportação de agro. Uma das economias mais completas e mais complexas do País.


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