As exportações da Carne Angus Certificada atingiram um patamar histórico no primeiro semestre de 2025, com 2.648 toneladas embarcadas — um avanço expressivo de 98,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Pela primeira vez, Israel desponta como o principal destino da proteína brasileira, respondendo por 35% do total exportado. A China, tradicional líder nas importações, ficou com a segunda colocação, com 31%.
Os dados fazem parte do balanço divulgado nesta terça-feira (15) pela Associação Brasileira de Angus e Ultrablack, que coordena o programa de certificação. Para o presidente da entidade, José Paulo Cairoli, os números confirmam a expectativa de um ano excepcional.
“2025 caminha para ser um ano histórico. A demanda global por carne de qualidade não para de crescer, e esse desempenho nas exportações mostra que estamos no caminho certo. A certificação Angus virou sinônimo de excelência graças ao empenho de toda a cadeia produtiva”, afirmou.
O diretor do programa, Wilson Brochmann, credita o bom desempenho à ampliação do trabalho de certificação, que hoje conta com 80 técnicos atuando em frigoríficos em todo o País.
“O mercado está cada vez mais ávido por carne certificada. Temos recebido um número crescente de pedidos de frigoríficos interessados na certificação, o que reforça essa tendência de expansão”, destacou.
Outro indicativo do crescimento do programa está no número de animais abatidos com selo de qualidade: 255,6 mil cabeças no primeiro semestre, o que representa um aumento de 13,1% em relação ao mesmo período de 2024.
Israel lidera importações pela primeira vez
A ascensão de Israel como principal comprador é um dos pontos mais relevantes do semestre. Tradicionalmente abastecido pelos Estados Unidos, o país optou por ampliar as compras do Brasil diante da redução do rebanho norte-americano.
“Israel é um mercado exigente, que busca carne de alta qualidade. Encontraram na carne Angus brasileira o padrão que procuram”, explica Maychel Borges, gerente do Programa Carne Angus Certificada.
Além de Israel e China, o programa também exportou para Chile, Arábia Saudita, México, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Líbano, Kuwait e Malásia, totalizando 24 países compradores no primeiro semestre. O avanço representa não apenas crescimento em volume, mas também diversificação dos mercados, reduzindo a dependência de um único grande importador.